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quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Reflexão

(por Airton Luiz Mendonça - artigo do jornal o Estado de S. Paulo)

O cérebro humano mede o tempo

por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de

uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília,

sem portas ou janelas, sem

relógio... você começará a perder a noção do

tempo. Por alguns dias, sua

mente detectará a passagem do tempo sentindo

as reações internas do seu

corpo, incluindo os batimentos cardíacos,

ciclos de sono, fome, sede e

pressão sanguínea. Isso acontece porque nossa

noção de passagem do tempo

deriva do movimento dos objetos, pessoas,

sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos,

como o nascer e o pôr do sol.



Compreendido este ponto, há outra coisa que

você tem que considerar: nosso cérebro é

extremamente otimizado. Ele evita fazer duas

vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem

entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro

tivesse que processar conscientemente tal

quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos

é automatizada e não aparece no índice de eventos

do dia e, portanto, quando você vive

uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos

recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai

simplesmente colocando suas reações no modo

automático e "apagando" as experiências

duplicadas.



Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender

porque parece que o tempo acelera, quando ficamos

mais velhos e porque os Natais chegam cada

vez mais rapidamente...

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece

muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada

ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando

de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais

ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas

placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem

anterior, na mente).

O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente

pega suas experiências passadas e usa,

no lugar de repetir realmente a

experiência). Em outras palavras, você não

vivenciou aquela experiência,

pelo menos para a mente.

Aqueles críticos segundos de troca de marcha,

leitura de placa..., são apagados de sua noção

de passagem do tempo.



Quando você começa a repetir

algo exatamente igual, a mente apaga a

experiência repetida.

Conforme envelhecemos, as coisas começam a se

repetir, as mesmas ruas,

pessoas, problemas, desafios, programas de

televisão, reclamações...enfim... as experiências novas

(aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade,

fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e

cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o

que tivemos de novidade na semana, no ano ou,

para algumas pessoas, na década. Em outras

palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a

rotina.



Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e

otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama

tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba

sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração

do tempo: M&M (Mude e Marque).



Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual,

uma festa ou registros com fotos.

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que

você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar

quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com

fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas

de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e

diferenciando o dia). Use e abuse dos rituais

para tornar momentos especiais diferentes de momentos

usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos,

bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário

de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre

na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo,

deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no

Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um

livro novo.Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da

mesma cor, faça diferente.



Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque

experiências diferentes.



Seja diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se

já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou

amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite

museus estranhos, deguste pratos esquisitos...em outras palavras...

V-I-V-A.



Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai

parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém

disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito

mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a

maioria dos livros da vida que existem por aí.



Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes,

vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que

gostam de comidas diferentes. Enfim, acho que você já

entendeu o recado, não é?



Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo,

com qualidade, emoção, rituais e vida...

Abraços

Ale

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