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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Um tratado sobre Iniciações



UM TRATADO SOBRE INICIAÇÕES

O ser humano, em sua evolução, ampliou sua sensibilidade em relação aos segredos da Natureza. Alguns se destacaram pelo grau de conhecimento conseguido através dessa percepção, passando a transmiti-los a todos que manifestavam interesse em adquiri-los, sem discriminação. Assim, os conhecimentos, adquiridos por alguns, foram utilizados de forma extremamente egoísta e em benefício próprio, usando a Sabedoria recebida, para tirar vantagens físicas e materiais.

"O conhecimento gera o Poder. O conhecimento absoluto, o Poder absoluto". Por essas razões, os Mestres limitaram os conhecimentos a serem proporcionados às pessoas em geral. O acesso aos Mistérios tornou-se uma prática que deu início às chamadas Iniciações. As Iniciações, como nos ensina Helena Blavatsky, são cerimônias de Mistérios, mantidas ocultas dos profanos e dos não-Iniciados. Para Platão, são a conquista progressiva dos estados de consciência. No livro de Job, lemos que há uma alquimia espiritual e uma transmutação física, e o conhecimento de ambos nos é comunicado nas Iniciações. Para os Neoplatônicos, é a união da parte com o Todo. A harmonização é uma das chaves para que ocorra o equilíbrio físico, mental e espiritual necessário ao iniciante. As energias, que se apresentam em todas as Iniciações, manifestam-se, sempre, conforme relatos dos iniciados, como chispas luminosas, luzes encantadas, símbolos dançantes multicoloridos, que são vistos, ouvidos ou sentidos.

Segundo alguns ocultistas, as primeiras iniciações começaram com Rama, há 4 ou 5 mil anos a.C., sacerdote da antiga Cítia, na Ásia. Foi um rei espiritual do planeta Terra, o inspirador da paz e o primeiro legislador a interligar a vida humana ao ciclo das estações do zodíaco. Para Edouard Schure, foi quem, primeiro, fixou os signos do Zodíaco. Dessa forma, legou-nos as Doze Primeiras Grandes Iniciações, os Doze Passos do Zodíaco, que o ser humano tem que percorrer, passo a passo, para melhor dominar seus instintos, emoções, purificar pensamentos, palavras e ações, conscientizar-se da ilusão da separatividade, para exercer a regra máxima da purificação do Iniciante, a "Primeira Pedra do Templo da Sabedoria ", o Silêncio.

Os Mistérios de Samotrácia seguem os seguintes Passos: a purificação, a recepção, a revelação, a amizade e a comunicação com Deus.

A Iniciação egípcia tem por maior Passo a pergunta, feita ao adepto antes de ser admitido nos Mistérios: "conheceis quem sois?". Em Mênfis, no Egito, os Passos do iniciante são os das 7 virtudes morais. Na Iniciação à Esfinge, um dos Sagrados Passos é o da revelação do único e verdadeiro atributo humano - Ser. A Iniciação ao Pentágono consiste na reforma ou sublimação interior do homem pelas lutas interiores. A Iniciação de Cagliostro se dirige ao espírito, à energia, à abnegação, à confiança no futuro, à glorificação de Deus em Si.

A Iniciação Maçônica (Sabedoria-ciência das coisas), em seu Rito Francês, assinala que quem deseje realizar os Mistérios terá que viajar só, sem temor, purificado pelo fogo, água e ar. "Por ter vencido o medo e a morte e preparado sua alma para receber a luz, terá direito de sair do seio da terra e ser admitido na revelação dos grandes Mistérios".

Das Iniciações realizadas no antigo Egito, Grécia, Roma, podemos lembrar algumas que, ainda hoje, são realizadas em locais sagrados: os Sete Atributos da Lira de Apolo, os Sete Oceanos, os Mistérios de Elêusis, de Samotrácia, Órficos, de Ceres, de Baco, a Sagrada Iniciação dos Trinta e Dois Caminhos do Sepher Jetzirah (O Livro Sagrado da Sabedoria Secreta), os Vinte e Dois Caminhos Secretos das Letras do Sagrado Alfabeto Hebreu, as de Ísis, Osíris, Hórus e as do Sagrado Sol Central, que, desde a época do continente Mu, são em número de quatro: a do Sol Central ou Sol Perfeito; a do Sol Poder da Suprema Inteligência; a do Sol Visível; a do Mistério do Espírito e da Palavra.

A Sagrada Iniciação Budista nos declara, em um dos seus Mistérios: "Sendo um, se torne múltiplo, sendo múltiplo, volte a ser único, pode aparecer e desaparecer sem encontrar resistência, passar através das paredes, montanhas, como se fosse ar, se fundir com a terra e emergir dela como se fosse água, caminhar sobre a água sem que ela se abra como se fosse terra, atravessar os ares, tocar com suas mãos o Sol e a Lua, astros poderosos e maravilhosos, e, com seu corpo, chegar até o mundo de Brahma".

Outras Iniciações, como a Yoga Hindu da revelação, os Mantras Védicos, os Upanishads, iluminam a mente para a Verdade Brahmânica do homem e de Deus, dos Deuses e dos Mantras. O Conhecimento Divino das forças Supremas de Luz, Agni, Indra, Soma, o Mito de Angiras, entre tantos, levam-nos a uma prosternação, e, como nos diz Sri Aurobindo, "a verdade, a retidão, a imensidade dos Vedas nos conduzem à Plenitude e à Imortalidade".

Iniciar, de acordo com E. Alfonso, fundador da Escola de Iniciação Filosófica, é realizar, no ser humano, a transmutação da consciência humana em Divina, e todas as Iniciações Indianas nos conduzem a essa transmutação. Não podemos deixar de mencionar a Sagrada Iniciação do Shri Chakra, contido no texto do Bhavana Upanishad, que nos conduz ao nosso próprio centro e a obter os dons divinos da Generosidade, da Vontade da Consciência Cósmica, entre tantos outros, fornecidos pelos Mestres Rishis, Sadus e Yogas, etc.

As Iniciações Reikianas, redescobertas pelo Dr. Mikao Usui no século passado, formas tão puras e simples de sutil canalização energética, são realizadas pelos mestres, através do dom divino da energia do Amor. Transformando, religando, purificando, transmutando, energeticamente, o ser humano, desenvolvem, em cada um, a sua própria Mestria.

Concedem uma maior consciência e capacidade para que nos possamos assumir integralmente. Alinhando mente, corpo e espírito aos princípios constitutivos do homem, nos torna uno com o Universo, e, assim, como um canal energético, auxiliamos "cada Ser a tomar para si a cura de que necessita" (Dr. Mikao Usui). A obtenção do conhecimento do "Eu Deus", do Amor ao “Eu Superior”, ao “Deus” em nós, nos torna, harmoniosamente, sintonizados com o Universo-Amor-Unicidade-Deus, graças à Iniciação em Reiki.

Em todos os processos iniciáticos, uma verdade é comum a todos: a religação com o Uno, com o Amor, com a conscientização de que devemos realizar em nós o Divino.

Mantermos, sempre, em permanente estado de vigília, todos os nossos centros (Gurdijeff), faz parte dos caminhos iniciáticos dos Adeptos. A reverberação contínua do Eu Sou, a Sagrada Atenção, o Silêncio, são os Mistérios Maiores da Unicidade Divina contida nas Iniciações. Todos os Passos, Mistérios, terão que ser percorridos dentro de nós, para que possamos ser iniciados: "não chegaremos ao Caminho se não nos convertermos no Caminho".

Lembrarmos, sempre, que todos os Grandes Iniciados, Jesus, Buddha, Lao-Tsé, Orfeu, Krishna, Moisés, Hermés e tantos mais, realizaram o Divino no humano. Eles são as verdadeiras encarnações do Verbo, os Mediadores da Consciência Cósmica Universal, pois transcenderam todos os estados de consciência para realizarem a Vontade Divina do Sagrado Único - O Amor.

Ausonia Klein