Por favor, preencha a atmosfera com a vibração sublime dos Santos Nomes:
Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Casa de Deus




Casa de Deus


O poeta estava procurando por Deus há milhares de vidas. Ele o via às vezes, lá longe, próximo a uma estrela, e ele começou a mover-se naquele caminho, mas, no momento em que chegou àquela estrela, Deus mudou-se para outro lugar.

Mas ele continuou procurando e procurando — ele estava determinado a descobrir a casa de Deus — e a surpresa das surpresas foi que, certo dia,
ele de fato chegou a uma casa onde na porta estava escrito: "Casa de Deus".

Você pode compreender o seu êxtase, pode compreender sua alegria. Ele corre escada acima e, bem na hora em que ia bater à porta,
de repente sua mão gela. Surge-lhe uma ideia: "Se por acaso esta for realmente a casa de Deus, então, estou morto, minha busca acabou. Fiquei identificado com a minha busca, com a minha procura. Eu não sei fazer mais nada... Se a porta se abrir e eu encontrar-me com Deus, estou morto... — acabou-se a busca. E depois? Depois há uma eternidade entediante — nenhum excitamento, nenhuma descoberta, nenhum desafio novo, pois não pode haver nenhum desafio maior do que Deus."

Ele começou a tremer de medo, tirou os sapatos dos pés e desceu de volta os lindos degraus de mármore. Ele tirou os sapatos, de modo que não fosse feito nenhum barulho, pois o seu medo era até de fazer barulho nos degraus... Deus podia abrir a porta, embora ele nem tivesse batido. E, então, ele
correu tão depressa quanto jamais correra antes.

Ele pensava que estava correndo atrás de Deus tão depressa quanto podia, mas nesse dia, subitamente, ele encontrou a energia que jamais tivera antes. Correu como jamais tinha corrido, sem olhar para trás.

O poema termina assim: "Eu ainda estou procurando por Deus. Conheço sua casa, assim a evito e busco em outro lugar. A excitação é grande, o desafio é grande e, na minha busca,
eu prossigo, continuo a existir. Deus é um perigo — eu seria aniquilado. Mas agora eu não tenho medo nem de Deus, porque conheço Sua casa. Sendo assim, deixando de lado a Sua casa, continuo procurando por Ele, ao redor de todo o universo. E lá no fundo eu sei que minha busca não é por Deus: minha busca é para nutrir o meu ego."

Rabindranath Tagore

 
Rabindranath Tagore, nascido 7 de maio de 1861 em Jorasanko, alcunha Gurudev, foi um polímata bengali. Como poeta, romancista, músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do século XIX e início do século XX.
 
 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mudanças da Ascensão em 12.12.12




MUDANÇAS DA ASCENSÃO EM 12/12/12 pelo Arcanjo Metatron

Mensagem canalizada através de Natalie Glasson

11 de Dezembro de 2012

http://www.omna.org/


Meus amados, venho até vocês nesta energia e neste período sagrado na Terra, com imenso amor. O tempo que vocês estão experienciando agora será falado por um longo tempo com reverência, alegria e celebração. Eu lhes peço neste momento que se permitam verdadeiramente compreender como é maravilhoso e emocionante estar no corpo físico e experienciar uma mudança da ascensão espiritual para a verdade e o amor, no âmago do seu ser. A essência do seu ser está verdadeiramente despertando agora e florescendo interiormente. Se vocês se permitirem honrar este momento sagrado e se respeitarem por escolher estar encarnado na Terra, isto criará uma vibração que permitirá que a sua energia essencial, que é a essência do Criador, irradie um amor intenso. Todas as mudanças que vocês desejam e sonham, irão ocorrer em seu ser durante este processo sagrado do despertar. Não busquem as mudanças fora de vocês, embora as mudanças na consciência e uma elevação na vibração energética ocorram na Terra, mas é a sua transformação e a sua essência interior que são mais apropriadas e importantes neste momento.

A partir de Dezembro, e especialmente em 12/12/12, cada alma na Terra e no universo do Criador irá experienciar uma mudança em seu ser. Cada alma permitirá que uma compreensão maior do Criador ocorra, permitindo assim que os véus da ilusão se afastem e uma maior clareza seja adquirida, o que permanecerá com vocês, eternamente. Quando cada alma em todo o universo se interiorizar em seu ser, reconhecerá o Criador com tremendo amor e compreensão; será como se vocês estivessem vendo todos os aspectos do Criador ao olharem para todas as almas na Terra e nos planos internos, reconhecendo assim a sua verdade em toda e cada pessoa, e reconhecendo o Criador com maior entrega e liberdade. Esta é a experiência mais maravilhosa, que nunca foi realmente experienciada por cada alma na Terra e nos planos internos, unidas como uma, experienciando a verdade do Criador, simultaneamente. Se tivermos a coragem de olharmos no fundo dos nossos seres, os chacras cardíacos e as almas serão recompensados com a verdade, a iluminação e a sabedoria que estivemos todos esperando para receber, a fim de trazermos a verdadeira clareza do Criador em nossa consciência, percepção e padrões energéticos. Será o mesmo para cada Mestre, Arcanjo, Anjos e Seres de Luz nos planos internos. Estamos todos alcançando a mudança da ascensão, juntos. É a nossa unidade que está permitindo que a verdade do Criador se revele com grande liberdade e autonomia em nossos seres e realidades para compreensão. A união de nossa energia e intenção permite que todos nós avancemos com a presença divina e sagrada do Criador. Imaginem olhar em seu chacra cardíaco e ver o universo do Criador com todas as almas sorrindo amorosamente para vocês.

Isto é a unidade e a compreensão do Criador. Estamos elevando os véus da ilusão neste momento, de modo que esta conexão possa ser feita e mantida eternamente, fortalecida e desenvolvida amorosamente ao longo do tempo. A consciência e a sabedoria reunidas e ativadas através desta experiência serão mantidas ou compreendidas, consciente ou inconscientemente, dependendo do seu nível de despertar e guiadas pela vontade do Criador.

Este processo de conexão pode ser alcançado com um foco maior na expansão e desenvolvimento do chacra cardíaco, sentindo o tremendo amor que vocês mantêm em seu chacra cardíaco e alma. Permitam-se concentrar em seu chacra cardíaco e construir e irradiar conscientemente o seu amor com a ferramenta de sua respiração. Deixem o seu amor resplandecer em todos os momentos durante este tempo sagrado, mas permitam o espaço e o tempo para estarem em unidade e união com o seu chacra cardíaco, permitindo que o seu terceiro olho penetre em seu chacra cardíaco. Vocês podem pedir para ver e se conectar com todas as almas que estão experienciando a ativação amorosa neste momento. Se vocês perceberem, sentirem ou reconhecerem a sua presença amorosa, a sua energia fluirá em seu ser e preencherá o seu chacra cardíaco com tremenda confiança, amor, paz, segurança e unidade. Sinto que este processo permitirá que a sua mais profunda divindade interior e as energias sagradas serão ampliadas e expressas no mundo exterior, preparando-os assim para o tempo à frente.

Gostaria de lhes pedir que desfrutem deste momento de experienciar as mudanças em seu ser, cultivando e nutrindo as suas energias, o seu amor e a sua alma e se conectando a um nível mais profundo com o Criador, porque é o seu alicerce para o próximo estágio do seu crescimento espiritual. Este é um momento para uma intensa estimulação, compreensão e liberdade. Depois deste período de transformação vocês embarcarão em novas lições e iniciações de crescimento, assim é apropriado que descansem e apreciem as energias que lhes estão sendo proporcionadas para despertar ainda mais a sua ascensão. Sua missão será manifestar toda a beleza e o universo do Criador que é ilimitado na manifestação física na terra, para que todos experienciem. Por muito tempo, vocês estiveram se concentrando em seu interior, cultivando uma conexão mais profunda com o Criador. Vocês serão solicitados a cultivar a mesma com maior intensidade do seu interior para a sua realidade física como um indivíduo e também como uma união de consciências, compartilhando e experienciando com as conexões da alma, com a família espiritual e os amigos espirituais. Vocês podem imaginar criando e experienciando a sua realidade, sabendo e compreendendo plenamente que a manifestação está fluindo do aspecto verdadeiro do Criador dentro de vocês? Vocês podem imaginar se conectando com as almas e as pessoas na Terra tão profundamente que são capazes de criar um volume intenso de luz que nutre o seu próprio ser e cria uma maior beleza na Terra para vocês e para todos experienciarem? Estas são algumas das lições e iniciações que podem ser solicitados para explorar e realizar na Terra em seus corpos físicos além de 2012. O que desejo expressar neste momento de nutrição e de transição, é que vocês estão evoluindo a um ritmo acelerado, de modo que possam começar a atingir novas lições e iniciações de crescimento que permitam uma maior experiência amorosa do Criador. Estamos deixando para trás as lições do passado, embora elas ainda possam aparecer de vez em quando, mas estamos embarcando em novas lições de crescimento e de unidade. Agora é o momento para que vocês descansem, estimulem o seu ser, aceitem a luz que lhes está sendo proporcionada e apreciem as mudanças que naturalmente irão ocorrer em seu ser, com ou sem a sua dedicação. Suas experiências serão, naturalmente, intensificadas se a dedicação, o foco e as intenções forem aplicados neste momento, mas a mudança que precisa ocorrer, irá ocorrer, porque o seu ser e sistemas energéticos estão preparados para passar para o próximo estágio de ascensão, como uma união de consciência e na unidade.

Com os véus da ilusão se tornando mais finos neste momento, e especialmente a partir de 12/12/12, é apropriado que tenham muito tempo para ficar em paz e estar com as suas próprias energias, observando as mudanças sutis em seu ser. É um momento em que maior sabedoria e compreensão podem ser reunidas do Criador e em seu ser, com a sua simples observação.

É também apropriado que mantenham a intenção de receber e de aceitar tudo o que é o Criador e tudo o que o Criador proporciona neste momento da ascensão. Na verdade estamos lhes pedindo que se permitam existir no fluxo das energias do Criador, recebendo e irradiando tudo que o lhes é proporcionado. Permitam que as energias fluam através do seu ser em todos os momentos. Vocês podem pedir que os guias angélicos ou os Mestres os ajudem neste processo, imaginando que vocês são o centro das atenções do Criador, com a Luz fluindo sobre e através do seu ser, enquanto irradiam tudo o que recebem com tremendo amor e generosidade.

A ancoragem das suas energias na Terra é particularmente importante neste momento, pois a ancoragem não apenas permite que a Terra receba as energias de transformação que vocês experienciam, mas permite a sua maior incorporação de tudo o que recebem e experienciam. Permitam-se a se abrir para a perspectiva de que agora é o momento para que recebam o Criador e tudo o que o Criador deseja lhes proporcionar, sem limitações. Com a sua simples existência de aceitação, vocês estão permitindo que tudo o que aprenderam, compreenderam, descobriram e previamente aceitaram espiritualmente se reúna naturalmente em seu ser, permitindo assim que se revele uma maior experiência de sua verdade.

Poderíamos compartilhar com vocês que em 12/12/12 haverá portais, alinhamentos e ativações abrindo tudo o que vocês devem acessar, enquanto todo o universo se alinha ou muda, mas sentimos que isto é somente uma distração. É o ego querendo compreender o que está ocorrendo e para colocar maior importância do que é necessário neste momento da ascensão. Naturalmente, há uma necessidade de que vocês realizem e se conectem com o que é apropriado para a sua alma, mas lhes pedimos que adotem a essência da simplicidade, reservando um tempo para se conectarem e observarem todo o seu ser, cultivando a essência do Criador que naturalmente existe em seu ser.

Sinto muitas pessoas me perguntando o que elas podem fazer para intensificar a sua experiência da ascensão. Alguma vez já experienciaram o seu ser e as suas energias quando vocês permitem que todas as limitações, limites, percepções e compreensões se desintegrem, como se estivessem se descobrindo e ao Criador, com a intenção da aceitação verdadeira e absoluta? Isto é o que estamos lhes pedindo que realizem neste momento: que deixem de lado tudo o que vocês são e tudo o que sabem, a fim de se entregarem plenamente ao Criador. Isto requer apenas a intenção e o espaço para experienciar, permitindo que o Criador os envolva e surja do seu interior.

Estamos embarcando na mais bela experiência e jornada da ascensão, juntos, e permitam que assim seja.
Com bênçãos divinas neste momento sagrado e para a sua aceitação da vibração de 12/12/12, sua experiência é única, assim permitam-se apreciar verdadeiramente cada momento.

No amor divino,

Arcanjo Metatron

www.omna.org

Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com .br

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

As Fábulas de Esopo



As Fábulas de Esopo

Há milhares de anos, em um dia de outono, dois amigos viajavam a pé por um caminho que atravessava um belo bosque. De repente surgiu diante deles um urso faminto, ameaçador, pronto para atacar.

Sem pensar por um só instante, um dos viajantes subiu rapidamente a um dos galhos mais elevados de uma árvore próxima. O outro, sozinho diante da fera e ameaçado pelo sentimento de pânico, lembrou-se de algo decisivo. Tempos atrás, tinha ouvido que um urso não se alimenta de cadáveres.

Atirou-se então imediatamente ao solo e fingiu-se de morto. O urso chegou até ele e colou o focinho ao corpo aparentemente sem vida. Durante alguns segundos, cheirou o rosto e as orelhas, enquanto o homem continha a respiração. Sacudindo a cabeça, aparentemente decepcionado, o urso desistiu e afastou-se. O perigo havia passado. O homem ergueu-se lentamente do chão, sentindo uma perfeita calma. Seu colega desceu da árvore, aproximou-se com ar curioso e perguntou:

Quando você estava deitado, o que foi que o urso disse ao seu ouvido?”

Na verdade, ele me deu um conselho”, foi a resposta. “Na linguagem dos ursos, ele me disse com jeito amável: ‘jamais deves viajar em companhia de amigos como esse aí da árvore, que te abandonam a toda velocidade quando estás em perigo’.”

A fábula acima é de Esopo. Ela ilustra o fato de que as adversidades são úteis para testar a sinceridade dos nossos amigos. As derrotas e situações de perigo podem ser muito desagradáveis, mas, pelo menos, elas nos permitem conhecer a verdadeira solidez dos nossos laços de afeto. “Amigos na dificuldade, amigos de verdade”, diz um antigo ditado inglês.

Encantando velhos e crianças há 25 séculos, as fábulas de Esopo têm uma mensagem radical e poderosa. Elas refletem a vida como ela é. Revelam com lucidez implacável os jogos de dissimulação, e colocam em cima da mesa, para que todos vejam, a ambição, o medo e a inveja que ameaçam cada alma em sua jornada pela vida. Mas também revelam as qualidades positivas que permitem a libertação espiritual.

Uma fábula é uma história carregada com simbolismo, que traz em si uma lição de vida e na qual os animais possuem o dom da fala. Esopo é o fundador do gênero, e suas fábulas reúnem três atributos principais: são curtas, belas e úteis. Elas nos ensinam, entre outras coisas, que a vida é um dom de supremo valor; mas que viver é perigoso, e que, por esse motivo, cada alma deve desenvolver ao máximo virtudes como atenção, vigilância, coragem, prudência e equilíbrio.

A vida de Esopo não é uma mera suposição. Ele existiu de fato, e é citado por Platão, Aristófanes, Xenofonte e Aristóteles. Mas os detalhes da sua vida, esses, sim, são mais lendários que literais. Os diferentes relatos são contraditórios. A biografia mais detalhada dele, escrita por Planudes, é considerada fantasiosa. É verdade que La Fontaine adotou como válida a narrativa de Planudes, mas parece ter feito isso por seu valor como lenda.

Calcula-se que Esopo tenha nascido em torno de 620 antes da era cristã. Escravo, gago, com o rosto deformado por uma extrema feiúra, Esopo era dotado de uma extraordinária sabedoria prática. Os deuses curaram sua gagueira. Por causa do seu talento, acabou sendo libertado por seu dono. Então o ex-escravo foi para Atenas, e ali dedicou-se a defender as pessoas pobres e humildes. Usava suas fábulas para denunciar a hipocrisia dos poderosos e para desmoralizar os procedimentos injustos das elites. Há uma fábula que ilustra bem esse ponto:

Um dia, o leão, o asno e o lobo decidiram sair juntos para caçar. Ficou combinado que qualquer coisa que eles obtivessem seria dividida entre os três. Depois de matar um cervo de bom tamanho, eles resolveram fazer uma grande refeição. O leão pediu ao asno que repartisse a carne. O asno dividiu a comida em três partes iguais e convidou os amigos a servirem-se. Mas o leão, indignado, atacou o asno e o reduziu a pedaços. Em seguida, voltando-se para o lobo, o rei dos animais pediu gentilmente que ele fizesse a divisão em duas partes. O lobo juntou todo o alimento em uma única grande pilha, deixando de lado apenas uma minúscula parcela para si mesmo.

Ah, meu amigo”, disse o leão, “como você aprendeu a dividir as coisas de maneira tão justa?”

Foi fácil! Bastou que eu visse o destino do nosso amigo asno” – explicou o lobo.

Uma lição da fábula acima é que “não se deve confiar demasiado no sentido de justiça dos poderosos”. No Brasil, essa história de Esopo deu origem e inspiração à imagem do Leão como símbolo da Receita Federal, que cobra impostos da população brasileira. Vem dela a expressão “a parte do leão”.

Outra conclusão da história é que “é melhor aprender com os erros dos outros (como fez o lobo) do que com os nossos próprios erros”.

De fato, o sábio procura tirar lições dos fracassos alheios. Quem tem alguma sabedoria aprende com os seus próprios erros (quando eles não são fatais), mas o tolo completo não é capaz de aprender nem sequer com as suas próprias derrotas.

Devido ao seu discurso irreverente em defesa dos mais fracos e da verdade, Esopo não demorou muito a chamar atenção de Perístrato, dirigente de Atenas que era inimigo da liberdade de pensamento.

Em 564 a. C., o contador de histórias foi acusado de sacrilégio pelo oráculo de Delfos. Em sua defesa, Esopo contou a fábula da águia e do besouro, afirmando que os privilegiados devem respeitar os direitos dos mais fracos, porque os abusos de poder são sempre punidos pelos deuses.

Diz a fábula:

Uma lebre, perseguida pela águia, pediu refúgio na casa de um besouro. O besouro, valente e generoso, decidiu defender a lebre e disse à águia: ‘Em nome de Júpiter, você deve respeitar o direito de exílio. A lebre agora é minha hóspede.’ Ignorando a argumentação, a águia jogou o besouro a um lado e devorou a lebre de imediato. Magoado, o besouro decidiu não dar trégua à opressão da águia. Ele foi até o ninho da águia e jogou os ovos dela no chão, um a um. Não havia nisso uma vingança pessoal, mas uma luta em favor dos mais fracos. A águia construiu um segundo ninho, bem mais alto, mas o besouro foi até lá e repetiu a operação. Diante disso, a águia procurou Júpiter para buscar um acordo com o besouro. O chefe dos deuses tentou acalmar o besouro, mas foi inútil. Pediu a ele que pensasse em uma conciliação, e a idéia foi rejeitada. O último recurso encontrado por Júpiter para evitar a extinção da águia foi mudar a época da sua reprodução para uma estação do ano em que os besouros não estão em atividade.”

Moral da história: “o carma do abuso de poder é pesado, e os opressores cedo ou tarde devem reencontrar-se com a justiça e o equilíbrio.”

Mesmo contando esta profunda fábula em sua defesa, Esopo foi condenado à morte e lançado do alto de um penhasco. Depois de morto, porém, passou a ser reconhecido como um dos grandes sábios da Grécia.

Não só a fábula da águia e do besouro, mas muitas outras narrativas de Esopo tratam da lei do Carma, segundo a qual nós colhemos tudo o que plantamos, em pensamentos, sentimentos e ações. Uma das fábulas sobre o carma está ambientada em um tempo mítico em que as abelhas não possuíam ferrões:

Certo dia, quando o mundo ainda era jovem, uma abelha voou até o céu para levar a Júpiter, o rei dos deuses, uma generosa oferta de mel. Júpiter ficou deliciado com o doce presente e prometeu à abelha realizar um desejo seu, fosse qual fosse. Emocionada, ela afirmou:

Ah, poderoso Júpiter, meu criador e meu mestre, desejo ganhar um ferrão, e um ferrão tão poderoso que possa matar qualquer um que chegue perto da colméia para levar o mel.”

Ora, a lei da natureza é a doação e o serviço altruísta. É pela generosidade que a vida evolui. Irritado com o egoísmo da abelha, Júpiter disse:

Seu pedido será atendido, porém não do modo como você deseja. Ganhará um ferrão, mas sempre que alguém vier buscar seu mel e você o atacar, o ferimento será fatal para você e não para o outro. Você perderá sua vida junto com o ferrão que será sua arma. ”

Moral da história:

Aquele que alimenta desejos de vingança atrai sofrimento para si mesmo”.

Em outra fábula sobre a lei do carma, o asno e o lobo reaparecem como personagens:

Certo dia, os dois amigos decidiram tornar-se sócios e saíram ao campo para buscar alimentos. No caminho, encontraram um leão com jeito faminto e feroz. Compreendendo perfeitamente a situação de perigo iminente, o lobo sorriu, avançou com rapidez até o leão e murmurou:

Se você prometer não me atacar, eu posso trair o asno, e desse modo você o prenderá facilmente.”

O leão concordou, e o lobo atraiu o asno para uma armadilha. Porém, logo depois que o asno foi capturado, o leão atacou furiosamente o lobo e fez dele o seu almoço, preferindo guardar o asno para a refeição seguinte.

A conclusão da história é que “os traidores devem esperar por traição”. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Outra conclusão da fábula é que “os mais fracos fazem bem em unir-se diante dos mais poderosos, sempre que esses abusam do seu poder”. Uma terceira idéia: “devemos ser leais a nossos amigos”.

O carma é um mecanismo complexo. Às vezes ele amadurece imediatamente. Outras vezes é necessário muito tempo. Em todos os casos, o que acontece fica registrado no Akasha ou luz astral e – no momento certo – a justiça cármica retribui a cada um conforme os seus méritos. O carma tem seu próprio ritmo e ele deve ser respeitado. Assim, a busca de vingança pessoal produz maus resultados, conforme conta outra fábula de Esopo:

Muitos anos atrás, um cavalo selvagem possuía um vasto campo de pasto à sua disposição. Certo dia, um cervo invadiu o território e comeu grande parte do alimento. Cego de raiva, o cavalo procurou o homem e pediu sua ajuda para punir o cervo. “Sim, claro”, disse o homem. “Mas, para isso, eu preciso colocar um freio em sua boca e montar sobre suas costas. Assim poderei punir o cervo.” O cavalo concordou, e o homem montou nele. Desde aquele dia, ao invés de obter sua vingança, o cavalo ficou escravo do homem.

A moral da história é que, “buscando vingança, você perde sua liberdade”.

De fato, o rancor pode ser uma grande prisão psicológica – e para alguns, inclusive, uma prisão perpétua. Mas o otimismo, o desapego e o sentimento solidário libertam a alma de sofrimentos.

A lei do carma rege a todos os seres, tanto física quanto mental e espiritualmente. Cada pessoa tem um Carma Mental que produz resultados em seu próprio nível. Nossos hábitos de pensamento são nosso carma, porque criam nossa maneira de ver o mundo – e de viver. O pensamento influencia decisivamente cada aspecto da vida. Aquele que busca enganar outras pessoas pode obter vantagens externas de curto prazo, porém adquire inevitavelmente um mau carma correspondente no plano mental, onde tudo é mais durável que nos planos inferiores da realidade. As vantagens pessoais obtidas por meios injustos são colocadas dentro de uma atitude mental negativa. Na verdade, elas surgem de uma atitude mental negativa e a reforçam. O mentiroso perde o sentido da realidade, e assim atrai sofrimento para si mesmo. Em compensação, a opção pela sinceridade é uma fonte de bênção, a médio e longo prazo, embora a curto prazo possa trazer conseqüências incômodas. A história de um lenhador que jamais mentia demonstra essa verdade.

Conta Esopo:

Cortando uma árvore na beira de um rio, um lenhador deixou seu machado cair na água. Desesperado ao ver que perdera seu instrumento de trabalho, ele sentou à margem do rio e começou a chorar. Mas o rio pertencia ao deus Mercúrio, que teve compaixão do lenhador. Mercúrio voou até o local e mergulhou no rio. Pouco depois, emergiu da água com um machado de ouro e perguntou ao lenhador:

Esse é o seu machado?”

O homem disse que não. Mercúrio mergulhou pela segunda vez e voltou com um machado de prata:

É seu?”

E o lenhador disse que não.

Então Mercúrio mergulhou pela terceira vez, trouxe o machado do lenhador, entregou-o e, como presentes, deixou com ele também os machados de ouro e de prata.

No dia seguinte, o homem contou aos seus amigos o que acontecera. Um deles decidiu fazer uma experiência: foi ao mesmo lugar do rio, deixou seu machado cair na água intencionalmente, e então começou a chorar. Mercúrio não tardou a aparecer. O deus de pés alados mergulhou nas águas e, ao voltar, apresentou-lhe um machado de ouro, perguntando se era dele.

Sim, esse mesmo”, mentiu de imediato o lenhador, estendendo o braço para agarrar o objeto precioso.

Indignado com a insinceridade, Mercúrio não lhe entregou o machado de ouro, e tampouco lhe devolveu o seu machado comum de ferro e madeira.

Moral da história: “em todas as situações, a melhor estratégia é a honestidade”.

De fato, a vida testa a cada momento a nossa decisão de agir corretamente. O uso da atenção e da perseverança permite identificar as sutis relações de causa e efeito que ligam a ignorância espiritual ao sofrimento físico e emocional.

Assim podemos perceber que cada um é senhor de seu destino – que cada ser provoca a sua própria felicidade ou seu sofrimento – e fica um pouco mais fácil percorrer o caminho ao autoconhecimento.


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

“Aesop’s Fables”. Penguin Popular Classics, selected and adapted by Jack Zipes, Penguin Books, U.K. , 1996, 212 pp.
Aesop’s Fables”, Illustrated by Arthur Rackham, Wordworth Classics, Wordworth Editions, UK, 1994, 200 pp. Introduction G.K. Chesterton. Translation by V.S. Vernon Jones.
Fábulas de La Fontaine”, Jean de La Fontaine, Ed. Itatiaia, Belo Horizonte, edição em dois volumes.
Fábulas”, Esopo, Planeta DeAgostini/Editorial Gredos, Madrid, España, 1993, 156 pp., traducción y notas de Pedro Bádenas de la Peña.
The Fables of Phaedrus”, translated by P.F. Widdows, University of Texas Press, Austin, USA, 170 pp.
Fábulas”, Esopo, L&PM Pocket, Porto Alegre, 2003, 184 pp.
Fábulas de Fedro”, em latim e português, tradução linha por linha, com comentários, Maximiano Augusto Gonçalves, Livraria H. Antunes Ltda, Editora, Rio de Janeiro, quinta edição, 1957, 352 pp.

domingo, 4 de novembro de 2012

HUNG



HUNG

A sílaba semente da mente iluminada, corporificando os cinco aspectos do estado desperto prístino.

Representa a mente de todos os Buddhas e freqüentemente conclui os mantras e fecha a porta dos renascimentos no mundo dos infernos; purifica o véu que cobre o conhecimento.

É a prece que reúne a graça do corpo, da palavra, da mente, das qualidades e da atividade dos Buddhas; corresponde a Paramatman do conhecimento transcendental.

Corresponde ao Buddha Akshobhya, o Buddha da Medicina.

Relaciona-se à sabedoria semelhante ao espelho.





sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Felicidade


A FELICIDADE
Um Capítulo do Dhammapada Budista



1. Devemos viver, pois, livres do ódio e felizes entre os que odeiam. Entre os homens que odeiam, que nós vivamos livres do ódio.

2. Devemos viver, pois, livres da doença da cobiça e felizes entre os que sofrem desta doença. Entre os homens que têm a doença da cobiça, que vivamos livres desta doença.

3. Devemos viver, pois, livres da ansiedade e felizes entre os que estão consumidos pela preocupação. Entre os ansiosos, que nós vivamos livres da ansiedade.

4. Devemos viver com felicidade, pois, nós que nada possuímos. Vivamos como os Seres Iluminados, alimentados pelo contentamento.

5. A vitória cria o ódio; os derrotados permanecem no sofrimento; mas o homem tranquilo vive com felicidade, sem dar atenção a vitória ou derrota.

6. Não há fogo comparável à luxúria; não há mal comparável ao ódio; não há sofrimento comparável à existência pessoal; não há paz superior à tranquilidade.

7. A fome do desejo é a pior das doenças, a existência pessoal é o pior dos sofrimentos. Para alguém que sabe realmente disso, o Nirvana é a mais alta bem-aventurança.

8. A saúde é o maior dos presentes; o contentamento é a maior das riquezas; a confiança é o melhor dos relacionamentos; o Nirvana é a mais alta felicidade.

9. Aquele que experimenta a doçura da solidão e o sabor da tranquilidade fica livre do pecado e do medo; e tem acesso ao néctar divino da Boa Lei.

10. É benéfico ver algo dos Seres Nobres; viver com eles é uma contínua felicidade. O homem é feliz se tem a sorte de ser ignorado pelos tolos.

11. Quem se relaciona com tolos enfrenta grande prejuízo. A companhia de tolos é como a companhia de inimigos a produz sofrimento. A companhia de sábios é como encontrar um membro querido da família a produz felicidade.

12. Portanto, assim como a Lua segue o seu caminho entre as estrelas, nós devemos seguir os sábios, aqueles que têm discernimento, que têm conhecimento, que são constantes, que cumprem o seu dever, os nobres. Devemos seguir tais indivíduos.


A existência pessoal é, no texto original, a combinação dos cinco skandhas. Eles são: (1) Corpo; (2) Sensação; (3) Percepção; (4) Tendências da Mente; e (5) Poderes Mentais ( ampliação do anterior).
Segundo o budismo, a raja ioga e a teosofia, a crença na existência de um eu separado é uma ilusão que provoca grande sofrimento. (NT)

capítulo 15


Na foto, Devotos Vaishnavas de Sri Krishna Chaitanya Mahaprabhu
Jay Gurudev

हरे कृष्ण हरे कृष्ण कृष्ण कृष्ण हरे हरे
हरे राम हरे राम राम राम हरे हरे

Hare Kṛṣṇa Hare Kṛṣṇa Kṛṣṇa Kṛṣṇa Hare Hare Hare Rāma Hare Rāma Rāma Rāma Hare Hare


 
Das Shyam Sundar

terça-feira, 31 de julho de 2012

Você é um canal de Deus?






Quando o ser humano desperta para a missão da sua alma e os seus papeis em uma existência, também exercita um dos seus principais sentidos: a percepção. Perceber as coisas, os acontecimentos, as pessoas e o mundo em si, é uma questão relativa. O materialista percebe o mundo com o foco na materialidade, uma mulher que acabou de dar a luz, percebe de um jeito, um político em ano de eleição, percebe de outro, já um jovem de dezoito anos percebe de uma forma completamente diferente.

O que faz com que percebamos o mundo de um jeito ou de outro é a forma como vivemos, o modo como pensamento e o foco que temos sobre as coisas ao nosso redor. Mesmo assim sabemos que as verdades dos homens são relativas, mas que as verdades de Deus são universais. Isso quer dizer que Deus se manifesta através da natureza e de suas leis. Sendo assim, não existem formas diferentes na manifestação do Divino, apenas existem formas diferentes como percebemos essa manifestação em seus níveis, condições e maneiras. Resumidamente: é o nosso nível de consciência que determina como percebemos a realidade.

O caminho do buscador de evolução, ou simplesmente, daquele que procura a reforma íntima ou simplesmente a sua melhoria contínua, deve ser o de eliminar todas as formas de ilusão dos sentidos que o impede de enxergar e sentir a manifestação de Deus exatamente como ela é. Ou seja, não podemos perceber condições relativas a níveis de ilusão, pois temos que perceber o mundo de forma pura e natural.

Assim deveria ser a nossa conexão com Deus, algo direto, limpo, sem ilusões, fascinações ou distorções. Mas não fazemos assim pelo fato de que somos dominados por emoções e crenças mundanas, as quais objetivamente dizendo, são as pedras (fundamentais e necessárias) no caminho da evolução humana.

O caminho é simples, é a jornada do aprendiz, nascer, viver, morrer e nascer quantas vezes mais for necessário até que o espírito, que é a parte eterna e essencial evoluía a condição de atingir a iluminação, a qual neste contexto quer dizer, a vitória ou domínio das emoções inferiores tais como: raiva, medo, ansiedade, mágoa, tristeza, entre outras.

Vivemos uma experiência material, em um mundo material, vestindo um corpo físico, mas não somos o corpo físico, somos o corpo espiritual. Quando o corpo físico morre, o corpo espiritual volta para a sua morada original que é a dimensão extrafísica da existência. Essa dimensão também é chamada de plano espiritual.

O plano espiritual interage com o plano físico e o plano físico interage com o espiritual o tempo todo, entretanto, para notar essa interação constante, o ser humano precisa se sensibilizar, silenciar a mente e expandir as faculdades psíquicas, pois são elas as responsáveis por esse intercâmbio.

A dimensão física da Terra nos serve como uma escola. Somos conduzidos até este ambiente físico com o propósito de evoluirmos, de resgatarmos situações mal resolvidas, de expandirmos nossos aprendizados pessoais, de aprendermos a dominar o ego inferior. Porém, quando nos densificamos usando um corpo físico – o que também é chamado de reencarnação – acabamos perdendo muito a consciência da nossa existência espiritual. É nesse momento que nossos desafios começam.

Vivendo na Terra, estamos sendo submetidos aos desafios que podem nos densificar ainda mais ou também podemos encontrar a iluminação e a plenitude. Na Terra, quando vestimos um corpo físico no tempo de uma existência, precisamos aproveitar a oportunidade para fazer valer a pena o  período de aprendizado, e acima de tudo, jamais aumentar as contas que temos.

Só é possível triunfar sobre o desafio se o aluno da escola Terra souber mesmo de onde ele veio. Só conseguirá evoluir com os aprendizados aquele que tiver constantemente consciente de sua condição de espírito.

Nessa jornada para aprendizado na escola Terra, quando os estudantes ingressam no período de estudos de uma encarnação, os espíritos das dimensões extrafísicas estão profundamente interessados no andamento dos aprendizados desses alunos. Os seres da luz querem o seu sucesso, porque sabem que este fato pode melhorar o mundo, mas os seres das sombras querem o seu fracasso, pois querem piorar o mundo.

No plano físico, o assédio é liberado. De acordo com as leis divinas para a Terra, o livre-arbítrio deve ser respeitado, portanto, o assédio que um aluno morador da Terra recebe é escolha própria. Os assédios são de luz e de sombras, mas o caminho a ser seguido será sempre escolhido pelo aluno encarnado.

Esta é a conhecida disputa entre o bem e o mal. Muito falada desde as histórias antigas até os dias de hoje. Ela existe e pelas leis Divinas é também justa, porque como já dito, a escolha é de cada um e o lado sombra da existência precisa agir para representar os aprendizados de cada um.

Cada aluno faz a sua história, constrói o seu aprendizado e decide o seu futuro. Cada aluno decide a sua sintonia e o assédio que receberá. E ele receberá!  Mesmo que não saiba ou não perceba, ele receberá...

Da mesma forma que os espíritos da dimensão extrafísica podem interagir com os alunos da escola Terra no plano físico, os alunos encarnados também pode comunicar-se com os espíritos, desde que para isso eles estimulem seus mecanismos sutis de percepção.

Ao final do estudo, no período que representa uma encarnação, o aluno perde o seu corpo físico que lhe serviu de veículo e ele retorna (em espírito) ao plano espiritual para concluir qual foi o seu desempenho.

Alguns mergulharam tanto na matéria, que demoram muito tempo para perceber que retornaram a sua morada espiritual, com isso sofrem, adormecem, apegam-se ao passado, apegam-se a emoções ilusórias e atrasam seus projetos evolutivos.

Outros, conscientes de seus erros e esquecimentos, no contato com a dimensão espiritual a qual é a sua morada original, recuperam suas consciências e organizam-se para planejar uma nova jornada  na escola Terra. Sabedores das suas condições de “repetentes”, pedem a oportunidade e o amparo para voltarem o quanto antes, a fim de encontrar sua redenção.

Já um grupo um pouco menor em proporção, volta aos lares espirituais conscientes da jornada e agradecidos pelo bom desempenho que tiveram no período da encarnação. Conhecedores da lei da evolução constante organizam-se rapidamente para o novo retorno com propósitos de continuar lapidando e aprofundando os aprendizados.

Este é caminho básico de morte e nascimento, ou melhor, de morte e renascimento. Isto também contextualiza a explicação necessária para justificar o desapego, pois a morte é o retorno a nossa morada original, bem como o nascimento é ingresso na nova jornada de aprendizado, em tese, jamais deveríamos temer ou sofrer.

Essa informação também serve para fazermos a seguinte reflexão: por que erramos tanto? Por que caímos em tantos erros? Por que falhamos tanto nos mesmos desafios?

A resposta é simples: esquecemos de que somos e de onde viemos! Somos o espírito, apenas estamos corpo...

O que fazer para vencer essa tendência ao esquecimentos?

Simplesmente viver com o foco de quem somos e de onde viemos em essência. Na prática, isso se traduz em viver uma experiência material com a consciência de que estamos interagindo com outros planos,  e que esses por sua vez, tem condições plenas de tutelar a nossa jornada de evolução. Em outras palavras, quanto mais estivermos conscientes e perceptivos aos planos sutis, maiores serão as nossas chances de termos uma vitória encarnatória*.

Para cumprirmos bem esse papel, precisamos aprender a desenvolver a sensibilidade ao extrafísico. Na comunidade espiritualista essa faculdade é conhecida como mediunidade.

A mediunidade é como uma planta que cresce com o cuidado adequado, por isso para aumentar as faculdades da percepção é preciso treino contínuo. A notícia boa é que o ser humano tem naturalmente desenvolvido uma dose de mediunidade, ficando por conta da dedicação maior ou menor de cada um, o seu aprimoramento.

Quando a mediunidade se manifesta com mais evidência e clareza, a pessoa aprende que é dos planos extrafísicos que surgem as melhores lições, ideias, saídas, amparos, em outras palavras, percebe que não podemos viver desligados de quem realmente somos.

Mas a mediunidade deve ser construída juntamente com uma relação de amizade. Devemos dar força e foco para que as relações sejam construídas com base em sentimentos sinceros, verdadeiros, pautados no amor e no altruísmo consciente*.

Quanto tempo dura uma relação pautada no egoísmo e na cobrança?
Pouco?

Como é uma relação onde às pessoas ficam pedindo, pedindo sem querer dar nada em troca?
Conflitante, desequilibrada.

Como seria a amizade entre duas pessoas que não se falam não se telefonam e nunca interagem?
Impossível, não é mesmo?

A força que vem do plano espiritual deve ser construída. Construída por uma parceria entre você e um grupo de seres que vê nessa relação uma troca mútua de energias. Esse talvez seja um dos fatos mais relevantes que poucos espiritualistas compreendem. Formamos grupos!

Grupos de espíritos unidos por afinidades. É a lei da atração ou lei da afinidade agindo!
E a pergunta essencial é: Afinidade de que?

Então você acha mesmo que se você usa a sua mediunidade apenas para aspectos egoístas, então seu grupo será somente de seres de luz? E se você só quer usar a sua mediunidade quando está com vontade, você então considera que o seu grupo será completamente abnegado e pronto para lhe ajudar a qualquer hora?

Formamos o nosso grupo com base em pessoas e espíritos desencarnados com os mesmos propósitos e afinidades. Por isso é correto dizer que muitos de nós temos parcerias compostas por espíritos egoístas, egocêntricos, vaidosos, irritados e que poucas vezes dedicam tempo para ajudar ao próximo.

Também formamos ao logo da vida parcerias com espíritos preguiçosos, acomodados e sem nenhuma ambição de evolução ou movimento.

Alguns formam parcerias com espíritos que adoram “bater cartão”, ou seja, se uma ajuda precisar ser feita após as 20h, então não dá!

Somos nós os canais, os espíritos encarnados... Somos nós que decidimos que tipos de canais ser! Egoístas ou altruístas, conscientes ou ignorantes, somos canais dos planos extrafísicos!  E a verdade que deve abalar a forma como nos disponibilizamos ou não como canais é:

Para vencer em uma jornada terrena de uma encarnação, teremos que aprender a ser bons canais.


A FUNÇÃO DOS CANAIS

 A alta espiritualidade, que na prática quer dizer a dimensão extrafísica envolvida por maior esclarecimento, a qual é considerada a morada dos Grandes Seres Iluminados, envia-nos proventos constantemente para que possamos evoluir e aprender desenvolver o amor. Ocorre que essa ajuda vem de forma sutil, sem fazer atalhos.  Quando uma força vem de um nível acima da existência, para se manifestar no nível inferior, ela precisa de intermediários, que neste caso chamamos de canais.

Podemos afirmar com o mais elevado nível de certeza que a Alta Espiritualidade procura a todo momento, bons canais para que possam ser transmitidas novas doses de cura, paz, alegria, entendimento, amor e fé para a humanidade.

Assim são inspirados os políticos, os líderes de todas as áreas, as celebridades, os religiosos, os inventores e os grandes empresários. Mas também da mesma forma e com a mesma intensidade são estimulados os cidadãos comuns, como eu e você, porque o amor é para todos. Assim como o sol que brilha sem distinção, sem julgamento ou preconceito, e ilumina a todos, a força de luz e amor da Alta Espiritualidade age sobre todos os seres humanos. A diferença entre aqueles que absorvem essa força e a retransmitem para a humanidade está na percepção, no foco e no poder do altruísmo, porque somos todos canais!

Da mesma forma que pessoas boas, com interesses elevados servem aos planos superiores para objetivos construtivos e amorosos, as pessoas alienadas, rebeldes, revoltadas, viciadas, reclamonas, vingativas, vaidosas, excessivamente críticas e ranzinzas também servem como canais de espíritos interessados na decadência humana, pois como já falado, a sintonia é a escolha de cada um, mas o assédio é inevitável. Só podemos decidir se o assédio é para o bem de um ou para o bem de todos, ou se é para o mal de um ou de muitos.


DEFINIÇÕES

CANAL
Canal no contexto da visão espiritualista é o ser disposto ou pró-ativo, a transmitir vibrações conscientes de um nível vibracional da existência para outro.  Todo indivíduo pensante é um canal. O Cérebro físico é um elemento receptor, emissor e transmissor de impulsos vibratórios. A aura humana da mesma forma capta vibrações sutis muito densas e as propaga para um nível mais denso da existência, portanto, todos essencialmente temos o dom de sermos canais.


TIPOS DE CANAIS

Canais conscientes
Indivíduos que compreendem o mecanismo e assim agem confiantes nos impulsos ou estímulos que recebem.

Canais semi-conscientes
Indivíduos que pouco compreendem o mecanismo e assim agem hora acreditando nas percepções que tem, hora as ignorando. Muitas vezes percebem que agem por força de estímulos sutis, já em outros momentos não sentem e nem consideram nada.

Canais inconscientes ou ignorantes
São indivíduos que não compreendem e consideram o mecanismo, mas que podem agir graças à influência de impulsos ou estímulos extrafísicos. Mesmo que a pessoa não considere essa hipótese, ainda sim, o seu mecanismo essencial sofre a influência de forças mais sutis, as quais podem afetar suas atitudes.


TIPOS DE AÇÕES:

Interessados no bem maior
Canais conscientes da necessidade da tarefa de ajudar grupos maiores de pessoas ou situações que envolvam grandes localidades ou regiões. São normalmente pessoas portadoras de sentimentos nobres, pois percebem em seus corações o chamado sempre que ele é feito. Neste tipo de ação, as vibrações densas do astral inferior da espiritualidade não penetram por conta da elevação envolvida nos espíritos que atuam formando parcerias muito coesas com esses canais.

Interessados no o bem de grupos menores e de e interesses específicos
São os indivíduos os quais sempre que as pessoas ou situações próximas estão necessitando de amparo, mostram-se disponíveis. Embora seja aberto ao altruísmo, estão preferencialmente focados em causas relacionadas apenas aos seus carmas pessoais.
Quando os indivíduos deste tipo apresentam problemas de moral destorcida ou falha nos valores pessoais, podem tornar-se canais negativos.

Interessados em questões pessoais
São os indivíduos do tipo canais disponíveis desde que o assunto lhes traga vantagens e benefícios. Suas principais expressões são “eu, meu, minha, meus, minhas”. Não estão interessados no mal da humanidade, entretanto também não estão nada abertos em contribuir com a redução do sofrimento alheio. Quando os indivíduos deste tipo apresentam problemas de moral destorcida ou falha nos valores pessoais, podem tornar-se canais negativos com facilidade por conta da alta carga de egoísmo, carência e infantilidade emocional a que estão envolvidos.


MANEIRAS DE SER UM BOM CANAL

Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, ajudar a diminuir o sofrimento próprio e alheio.

Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, ajudar a aumentar a consciência e cultura própria e da humanidade.

Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, equilibrar e curar as emoções inferiores, próprias e da humanidade.

Algumas palavras combinam com isso: Amor, perdão, compaixão, novas ideias, renovação, reforma íntima, respeito ao próximo, saber dar limites, compreensão, eliminar a cobrança, estudar, meditar, ter foco na missão da alma, ajudar, ajudar a se ajudar, se ajudar, rezar, rezar, rezar e saber quem você é em essência!

Por Bruno J. Gimenes