Por favor, preencha a atmosfera com a vibração sublime dos Santos Nomes:
Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

domingo, 21 de setembro de 2008

O passarinho engaiolado


Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho.
De sua vida o mínimo que se poderia dizer era que era segura e tranqüila, como seguras e tranqüilas são as vidas das pessoas bem casadas e dos funcionários públicos. Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não há muito o que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro ou de deveres. Os sonhos aparecem, mas logo morrem, por não haver espaço para baterem suas asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode. Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da segurança da gaiola. Bem se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões são assim; têm sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola o caminho foi curto, através da Ponte dos Suspiros. Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de cristal. O velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera os seus filhotes na gaiola. A mãe, desesperada com o destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, lhes traz no bico um galho de veneno. Meus filhos, a existência é boa só quando é livre. A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa... Ó filhos, voemos pelo azul!... Comei!
É certo que a mãe do passarinho nunca lera o poeta, pois o que ela disse ao seu filho foi: Finalmente minhas orações foram respondidas. Você esta seguro, pelo resto de sua vida. Nada há a temer. Não é preciso se preocupar. Acostuma-se. Cante bonito. Agora posso morrer em paz! Do seu pequeno espaço ele olhava os outros passarinhos. Os bem-te-vis, atrás dos bichinhos; os sanhaços, entrando mamões adentro; os beija-flores, com seu mágico bater de asas; os urubus, nos seus vôos tranqüilos da fundura do céu; as rolinhas, arrulhando, fazendo
amor; as pombas, voando como flechas. Ah! Os prudentes conselhos maternos não o tranqüilizavam. Ele queria ser como os outros pássaros, livres... Ah! Se aquela maldita porta se abrisse. Pois não é que, para surpresa sua, um dia o seu dono a esqueceu aberta? Ele poderia agora realizar todos os seus sonhos. Estava livre, livre, livre! Saiu. Voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo. Puxa! Como era alto. Sentiu um pouco de tontura. Estava acostumado com o chão da gaiola, bem pertinho. Teve medo de cair. Agachou-se no galho, para ter mais firmeza. Viu uma outra árvore mais distante. Teve vontade de ir até lá. Perguntou-se se suas asas agüentariam. Elas não estavam acostumadas. O melhor seria não abusar, logo no primeiro dia. Agarrou-se mais firmemente ainda. Neste momento um insetinho passou voando bem na frente do seu bico. Chegara a hora. Esticou o pescoço o mais que pôde, mas o insetinho não era bobo. Sumiu mostrando a língua. – Ei, você! – era uma passarinha. – Vamos voar juntos até o quintal do vizinho. Há uma linda pimenteira, carregadinha de pimentas vermelhas. Deliciosas. Apenas é preciso prestar atenção no gato, que anda por lá... Só o nome gato lhe deu um arrepio. Disse para a passarinha que não gostava de pimentas. A passarinha procurou outro companheiro. Ele preferiu ficar com fome. Chegou o fim da tarde e, com ele a tristeza do crepúsculo. A noite se aproximava. Onde iria dormir? Lembrou-se do prego amigo, na parede da cozinha, onde a sua gaiola ficava dependurada. Teve saudades dele. Teria de dormir num galho de árvore, sem proteção. Gatos sobem em árvores? Eles enxergam no escuro? E era preciso não esquecer os gambás. E tinha de pensar nos meninos com seus estilingues, no dia seguinte. Tremeu de medo. Nunca imaginara que a liberdade fosse tão complicada. Somente podem gozar a liberdade aqueles que têm coragem. Ele não tinha. Teve saudades da gaiola. Voltou. Felizmente a porta ainda estava aberta. Neste momento chegou o dono. Vendo a porta aberta disse: – Passarinho bobo. Não viu que a porta estava aberta. Deve estar meio cego. Pois passarinho de verdade não fica em gaiola. Gosta mesmo é de voar...

Rubem Alves – Teologia do Cotidiano

sábado, 20 de setembro de 2008

O Verbo do Zodiaco

Áries
Querer - Sendo o primeiro signo do zodíaco, nada mais natural que seu verbo seja o querer. Impetuoso e voluntarioso, Áries sabe o que quer e tem garra para atingir suas metas. Mas, logo que conquista um de seus objetivos, desinteressa-se e parte com igual ímpeto para satisfazer novos desejos.

Touro
Ter - Signo terrestre associado à casa dois, a do dinheiro, Touro tem uma lado bastante objetivo e apegado às coisas materiais, que se traduz por seu verbo. Esse seu senso de propriedade se estende desde a mais insignificante das coisas até as pessoas de quem mais gosta, pois seu modo de amar é possessivo. O apego excessivo a pessoas e coisas pode lhe causar sofrimentos e deve ser evitado.

Gêmeos
Pensar e ir - Gêmeos demonstra a característica de multiplicidade muito mais que Libra e Peixes, também signos duplos. O geminiano muda de humor e disposição com a facilidade com que troca de roupa. Exatamente por isso, a Gêmeos são atribuídos dois verbos: o pensar resume sua natureza viva, inteligente, mental e aérea; o ir aponta para sua curiosidade, necessidade de movimento, viagens e novos estímulos.

Câncer
Sentir - Regido pela Lua, o astro que governa as emoções, Câncer é um dos signos mais receptivos do Zodíaco. Seu verbo é a tradução perfeita de sua sensibilidade à flor da pele. Por isso, como o caranguejo, ele desenvolve uma couraça para se proteger. O canceriano sente as menores alterações no ambiente e nas pessoas e também muda em função delas.

Leão
Ser - Orgulhoso, seguro de si e líder nato, o nativo de Leão nasceu para brilhar e ser o centro das atenções, como seu regente, o Sol. Seu verbo exprime perfeitamente tudo isso e indica sua tendência para pensar em si e se sentir o centro do universo. Não é à toa que palcos e palanques são bastante freqüentados por leoninos.

Virgem
Analisar - De natureza atenta ao menor detalhe, o virginiano costuma ter tremendo espírito crítico e seu verbo reflete bem essa característica. Ele é exigente, liga-se em minúcias, tem grande poder de análise e costuma ser muito realista, mas precisa desenvolver a capacidade de síntese para não se perder no meio de tantos detalhes.

Libra
Amar - Este signo é regido por Vênus, o planeta do amor e da beleza, origem do temperamento libriano —constantemente apaixonado e ligado aos sentimentos. Mais do que amar, Libra ama o próprio amor e precisa sentir que está amando para ficar de bem com a vida.

Escorpião
Controlar - Associado ao mundo inconsciente e às coisas feitas secretamente, Escorpião representa o domínio oculto dos que gostam de mandar, mas não declaradamente. Seu verbo sintetiza bem sua natureza. O escorpiano sabe penetrar na mente das pessoas e até estabelecer certo controle sobre suas vidas, exatamente pelo que conhece delas.

Sagitário
Ver - Filósofo e observador, este signo é perfeitamente representado pelo verbo ver, que caracteriza sua natureza inteligente, sempre em busca de novos horizontes e conhecimentos. Sagitário analisa e tira conclusões das coisas a partir do que vê à sua volta, sem grandes encucações, mas com um grau muito grande de acerto.

Capricórnio
Poder - Representando o poder e o governo, este signo tem tudo a ver com seu verbo, que sintetiza seu temperamento disposto a atingir posições elevadas. O capricorniano sabe que o tempo trabalha a seu favor e se estrutura para brilhar no momento certo e alcançar a posição de poder a que se acha destinado.

Aquário
Saber - Dotado de personalidade superintuitiva, o aquariano tem antenas sensibilíssimas, que o levam a captar as coisas no ar e a praticamente adivinhá-las, como se já tivesse conhecimento prévio de tudo. Diz-se de Aquário que vive cem anos à frente, mas na verdade seu raciocínio é tão rápido que o resultado parece adivinhação.

Peixes
Crer - Peixes representa a fé e o poder espiritual e o verbo crer expressa isso muito bem. O pisciano, fascinado pelos mistérios do mundo, tem o dom de ver as coisas em sua totalidade, por isso é capaz de entender a harmonia que existe neste universo aparentemente caótico. E ele sabe que uma força divina é responsável por essa harmonia.