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segunda-feira, 9 de março de 2009

Mais Vinte e Dois toques conscienciais

(Ponderações Espiritualistas, Simples e Despretensiosas)
 
1. O orgulho cega e a teimosia faz as pessoas baterem a cabeça nos muros da vida.
(Errar é humano. Mas achar em quem colocar o erro é mais humano ainda!)
 
2. Espiritualidade não é doutrina, é estado de consciência. Não é um lugar aonde ir. É dentro do coração. E só o Supremo é que sabe por onde a consciência anda, o que ela pensa, o que ela sente e o que ela faz.
(De nada adianta ajoelhar-se só com o corpo físico, se a crista do ego continua alta. Preces arrogantes não são verdadeiras, são apenas lamúrias do orgulho de cada um).
 
3. Turbante na cabeça não significa chacra coronário (2) aceso!
(Que penitência agradaria mais ao Todo (3), se não aquela em que o devoto entrega a cabeça do orgulho numa bandeja e diz, de coração: “Senhor tudo é Seu, inclusive eu!”).
 
4. Visualize uma grande bola de luz dourada em frente a você. Em seguida, interpenetre o seu rosto nela. Mergulhe na luz e fique dentro dela por alguns minutos. Pense que está com a cara dentro de um sol. Pense em coisas boas e eleve sua auto-estima. Sinta-se bem.
(Muitas pessoas alegam não conseguir fazer práticas de visualização criativa. Argumentam que não conseguem visualizar a imagem sugerida. Dizem que sua mente é agitada e a concentração é fraca. Porém, conseguem visualizar facilmente o rosto de seus inimigos e também conseguem prestar muita atenção nos defeitos dos outros).
 
5. Muitas vezes, olhando nos olhos de alguém, vê-se claramente o olhar de um espírito obsessor (4) refletido ali. E aí, não se sabe mais quem é que está olhando e quem está realmente no comando. E o mesmo se dá com a expressão facial, que, muitas vezes, fica endurecida, refletindo outra atmosfera, invisível, mas real. Pessoas encarnadas e espíritos desencarnados andam mais entranhados do que nunca! O elo que interliga suas existências é feito de emoções mal-resolvidas.
(A integridade da pessoa é sua grande defesa contra ataques espirituais. Pensamentos positivos formam atmosferas psíquicas saudáveis em torno da aura da pessoa. Sentimentos legais fazem o coração brilhar muito. E auto-estima elevada permite transformar lances ruins em experiências assimiladas e compreendidas. Diante das trevas conscienciais, que cada um aumente sua luz!).
 
6. Visualize duas esferas energéticas douradas, uma em cada mão. Ao mesmo tempo, visualize que o seu peito virou um sol cor de rosa brilhante. Então, preste atenção nos três centros luminosos: peito e mãos acesas. E, com o pensamento elevado, sinta-se grato pela existência. Pense que a luz rosa que emana do seu peito é fruto do seu amor, e que a luz das suas mãos é capaz de melhorar suas energias. Pense em alguma coisa boa e deixe rolar... Na luz!
(Quando há amor real, tudo vira sol. Andar com a energia limpa é um prazer. Alegria cura. E gratidão é graça).
 
7. O ódio envenena o coração e faz com que faixas escuras bloqueiem sua luz.
(Espíritos densos adoram se agarrar nessas faixas escuras. Coração com ódio é parque de diversões de seres trevosos!).
 
8. Muita gente é capaz de entristecer-se por causa da derrota de seu time do coração, ou porque uma relação de amor não deu certo. Porém, quantos ficam tristes quando notam que perderam a luz espiritual em suas vidas?
(Como dizia o sábio Ramakrishna (5), “muitos choram por ouro e por amor, mas quem chora por Deus? Quem chora pela falta do Divino em seu coração?”).
 
9. De nada adianta alguém dizer que é do raio azul ou dourado, ou evocar a chama violeta, se suas atitudes são trevosas e desprovidas de luz e bondade. Cada um atrai para si mesmo aquilo que projetou e desejou em sua própria mente.
(Ditado hermético: “Quem quer mais luz, que seja luz!”).
 
10. Só o amor reconhece o amor!
(Há ligações que são de espírito para espírito. Transcendem o corpo físico. Estão além das emoções convencionais. Não podem ser mensuradas por parâmetro algum. Simplesmente existem, sem qualquer explicação do mundo. E quem ama, compreende isso, em espírito e verdade).
 
11. Dormir não é só dormir. Os sonhos revelam tantas coisas... E há também as viagens espirituais, onde o espírito se projeta (6) para fora do seu corpo físico e voa por entre os planos da vida universal. Logo, a cama é local de decolagem para o infinito...
(Enquanto seus corpos dormem, algumas pessoas despertam em outros planos. Se vêem livres temporariamente do corpo denso e acessam outras realidades... Voam em corpo espiritual e se relacionam com outras consciências, algumas também projetadas temporariamente para fora do corpo, e outras, desencarnadas, com as quais se identificam de alguma maneira. Se isso é bom ou não, depende da qualidade consciencial daqueles com quem se relacionam. De toda forma, a maioria raramente lembra-se desses encontros extrafísicos. No entanto, um eco psíquico faz com que isso retorne como intuições e sensações que se apresentam espontaneamente na vigília física convencional. E algo lhes diz, dentro do coração, que há algo mais por aí... E, então, elas ficam com uma vontade danada de voar e uma saudade de algum lugar indefinido, talvez das estrelas, quem sabe?).
 
12. Determinadas músicas podem fazer a pessoa evocar climas psíquicos elevados; podem fazer pensar no Eterno... Talvez porque o coração, inconscientemente, se lembre de outras paragens, algures, na imensidão da vida.
(Música adequada cura. Inspira. Harmoniza. E os seres de luz também gostam).
 
13. Quanto maior o nível de conhecimento de alguém, maior precisa ser o seu nível de responsabilidade. É por esquecer-se disso que muitos estudantes espirituais caem bem feio.
(Nunca consegui entender uma coisa: como é que alguém que estuda temas espirituais elevados, pode carregar ódio e desejos de vingança em seu coração?).
 
14. Muitos estudantes espirituais cometem o erro de usar seus estudos para fugir das coisas da vida. Isso não é iluminação, é covardia! Não é no plano espiritual que alguém prova seu valor, é na Terra mesmo. É na vida, nas coisas do dia-a-dia. É por isso que há reencarnação: para viver as coisas em planos densos. Resumindo: reencarnou, dançou. Tem que viver!
(Novamente lembrei-me de Ramakrishna, que dizia, “vive no mundo, mas não seja do mundo!” – Acho que é por aí mesmo. Entrar no mundo, mas sem deixar que as coisas do mundo tomem conta dos interesses e motivações maiores. E sem deixar de viver. Ou seja, viver com sabedoria, esse é o lance. É para isso que cada espírito veio à Terra, para aprender a ser gente. E eu estou nessa também!).
 
15. Muita gente abandona os estudos espirituais, por motivos variados, mas todos remontando a uma única coisa: o seu próprio ego, ferido por alguma situação ou pessoa. E eu pergunto: “O que é que o plano espiritual tem a ver com as tolices humanas e dos grupos espirituais?”
(Outros largam os estudos conscienciais por causa de alguma área materialista que seduziu sua atenção e prendeu seu raciocínio apenas em parâmetros fisicalistas e limitados. O resultado disso é que anestesiam a parte espiritual e até fingem que ela não existe, tornando-se agnósticos e negando aquilo que antes estudavam com afinco. E, novamente eu pergunto: “O que é que o plano espiritual tem a ver com as ilusões e com o congelamento consciencial ao qual essas pessoas se deixaram levar?”).
 
16. A morte não tem hora para chegar. Cada ser vivo é paciente terminal, que não sabe a hora final, pois, quem nasce sabe que irá, inexoravelmente, ao encontro da morte no final de sua jornada de vida. O que entra, sai! E é nessa hora final que muita gente chora desconsolada, justamente por falta de perspectiva espiritual.
(O tempo é senhor dos destinos. E, ao fim do tempo de vida carnal de cada um, quando as máscaras caem, é que se vê o quanto de verdade e lucidez transitava dentro da consciência.)
 
17. Não é a crença de alguém que lhe garante nada espiritualmente. É o seu caráter e sua atitude diante das pessoas e da vida. Cada um é o que pensa e realiza no mundo.
(Mais do que gente com medo da morte, o mundo está cheio de pessoas com medo da vida!).
 
18. O amor não tem idade.
(Que coisa legal é ver um casal de idosos andando de mãos dadas pela rua e rindo juntos).
 
19. Não há dinheiro no mundo que pague uma presença espiritual legal, uma mão amiga estendida no meio da luz, na hora da morte, dizendo espiritualmente: “Venha! Entre nessa luz e vamos viajar de volta para casa. O seu tempo na Terra acabou. Mas, agora, se inicia um novo tempo para você, em outros planos. Venha comigo. É hora de voltar a voar...”
(De que adianta uma pessoa viver com arrogância, se a morte não liga a mínima para isso e irá levá-la no momento certo, de forma simples e certeira?).
 
20. Nenhum ser de luz pode dar a alguém o que só a vida pode ensinar. E nenhum mestre pode viver por alguém.
(Mas passar toques conscienciais profundos faz os homens pensarem e é essa a função dos seres mais avançados, que são como irmãos mais velhos da humanidade. Eles veiculam toques legais. Cabe aos homens refletirem e crescerem, e aplicarem os ensinamentos em suas vidas. E só vivendo é que dá para fazer isso).
 
21. Um buraco negro é gigantesco e imponderável. Todo mundo especula, mas ninguém sabe realmente o que rola dentro de um. E eu pergunto: “E não é assim também no coração do homem? Todo mundo especula, mas ninguém sabe realmente o que rola dentro de um, principalmente quando um Grande Amor está ali”.
(Viver é muito mais do que apenas comer, beber, copular, respirar e dormir. Viver também é pensar, sentir, amar, sorrir, refletir, estudar, trabalhar, e seguir em frente... E, após a morte do corpo, em outros planos da vida, continuar vivendo e seguindo em frente, para novamente pensar, sentir, amar, sorrir, refletir, estudar, trabalhar... Sempre vivo, eternamente...)
 
22. Grandes mestres exalam naturalmente uma atmosfera de modéstia e contentamento. Jamais se consideram grandes em coisa alguma. Pelo contrário, sempre dizem que a verdadeira sabedoria vem do Supremo, ao qual elevam seus pensamentos de gratidão. Mais do que mestres, eles se consideram eternos discípulos do Todo.
(Há consciências elevadas que abraçam e ajudam o mundo em silêncio. Jamais aparecem. São anônimas, serenas e amorosas. E, quando alguém percebe o abraço fraterno delas, sente que seu coração derrete de amor... E aí, só ficam as lágrimas de agradecimento rolando pelo rosto, silenciosamente, sem que mais nada possa ser dito).
 
P.S.:
Há uma expressão do sânscrito que designa algo belo: “Manju”. Trata-se de alguma coisa com beleza espiritual, rara de se ver. É como o bondoso preto-velho de Umbanda dizendo para seus pupilos, depois de um trabalho espiritual legal: “Meus filhos, hoje o trabalho foi formoso, cheio de luz!” – Pois é essa formosura, a da luz, a do espírito, que os antigos mestres da Índia chamaram de Manju. E é a mesma que se vê brilhando nos olhos de quem ama. Essa é a luz do amor que mora no coração. Então, que haja muito Manju para quem ler essas linhas...
 
(Dedico esses escritos aos meus amigos de Salvador: Jerônimo, Eliana e João, Raquel Mei, Regina Defenddi, Juliana e Raíssa, Rodrigo e Ingrid, Sizenanda e Luis, Sérgio Nogueira Reis e Tânia, e Gel).
 
Paz e Luz.
 
- Wagner Borges – espiritualista, com muito gosto e manju.
Salvador, 25 de janeiro de 2009.

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