Quando o ser humano desperta para a missão da sua alma e os seus papeis em uma existência, também exercita um dos seus principais sentidos: a percepção. Perceber as coisas, os acontecimentos, as pessoas e o mundo em si, é uma questão relativa. O materialista percebe o mundo com o foco na materialidade, uma mulher que acabou de dar a luz, percebe de um jeito, um político em ano de eleição, percebe de outro, já um jovem de dezoito anos percebe de uma forma completamente diferente.
O que faz com que percebamos o mundo de um jeito ou de outro é a forma como vivemos, o modo como pensamento e o foco que temos sobre as coisas ao nosso redor. Mesmo assim sabemos que as verdades dos homens são relativas, mas que as verdades de Deus são universais. Isso quer dizer que Deus se manifesta através da natureza e de suas leis. Sendo assim, não existem formas diferentes na manifestação do Divino, apenas existem formas diferentes como percebemos essa manifestação em seus níveis, condições e maneiras. Resumidamente: é o nosso nível de consciência que determina como percebemos a realidade.
O caminho do buscador de evolução, ou simplesmente, daquele que procura a reforma íntima ou simplesmente a sua melhoria contínua, deve ser o de eliminar todas as formas de ilusão dos sentidos que o impede de enxergar e sentir a manifestação de Deus exatamente como ela é. Ou seja, não podemos perceber condições relativas a níveis de ilusão, pois temos que perceber o mundo de forma pura e natural.
Assim deveria ser a nossa conexão com Deus, algo direto, limpo, sem ilusões, fascinações ou distorções. Mas não fazemos assim pelo fato de que somos dominados por emoções e crenças mundanas, as quais objetivamente dizendo, são as pedras (fundamentais e necessárias) no caminho da evolução humana.
O caminho é simples, é a jornada do aprendiz, nascer, viver, morrer e nascer quantas vezes mais for necessário até que o espírito, que é a parte eterna e essencial evoluía a condição de atingir a iluminação, a qual neste contexto quer dizer, a vitória ou domínio das emoções inferiores tais como: raiva, medo, ansiedade, mágoa, tristeza, entre outras.
Vivemos uma experiência material, em um mundo material, vestindo um corpo físico, mas não somos o corpo físico, somos o corpo espiritual. Quando o corpo físico morre, o corpo espiritual volta para a sua morada original que é a dimensão extrafísica da existência. Essa dimensão também é chamada de plano espiritual.
O plano espiritual interage com o plano físico e o plano físico interage com o espiritual o tempo todo, entretanto, para notar essa interação constante, o ser humano precisa se sensibilizar, silenciar a mente e expandir as faculdades psíquicas, pois são elas as responsáveis por esse intercâmbio.
A dimensão física da Terra nos serve como uma escola. Somos conduzidos até este ambiente físico com o propósito de evoluirmos, de resgatarmos situações mal resolvidas, de expandirmos nossos aprendizados pessoais, de aprendermos a dominar o ego inferior. Porém, quando nos densificamos usando um corpo físico – o que também é chamado de reencarnação – acabamos perdendo muito a consciência da nossa existência espiritual. É nesse momento que nossos desafios começam.
Vivendo na Terra, estamos sendo submetidos aos desafios que podem nos densificar ainda mais ou também podemos encontrar a iluminação e a plenitude. Na Terra, quando vestimos um corpo físico no tempo de uma existência, precisamos aproveitar a oportunidade para fazer valer a pena o período de aprendizado, e acima de tudo, jamais aumentar as contas que temos.
Só é possível triunfar sobre o desafio se o aluno da escola Terra souber mesmo de onde ele veio. Só conseguirá evoluir com os aprendizados aquele que tiver constantemente consciente de sua condição de espírito.
Nessa jornada para aprendizado na escola Terra, quando os estudantes ingressam no período de estudos de uma encarnação, os espíritos das dimensões extrafísicas estão profundamente interessados no andamento dos aprendizados desses alunos. Os seres da luz querem o seu sucesso, porque sabem que este fato pode melhorar o mundo, mas os seres das sombras querem o seu fracasso, pois querem piorar o mundo.
No plano físico, o assédio é liberado. De acordo com as leis divinas para a Terra, o livre-arbítrio deve ser respeitado, portanto, o assédio que um aluno morador da Terra recebe é escolha própria. Os assédios são de luz e de sombras, mas o caminho a ser seguido será sempre escolhido pelo aluno encarnado.
Esta é a conhecida disputa entre o bem e o mal. Muito falada desde as histórias antigas até os dias de hoje. Ela existe e pelas leis Divinas é também justa, porque como já dito, a escolha é de cada um e o lado sombra da existência precisa agir para representar os aprendizados de cada um.
Cada aluno faz a sua história, constrói o seu aprendizado e decide o seu futuro. Cada aluno decide a sua sintonia e o assédio que receberá. E ele receberá! Mesmo que não saiba ou não perceba, ele receberá...
Da mesma forma que os espíritos da dimensão extrafísica podem interagir com os alunos da escola Terra no plano físico, os alunos encarnados também pode comunicar-se com os espíritos, desde que para isso eles estimulem seus mecanismos sutis de percepção.
Ao final do estudo, no período que representa uma encarnação, o aluno perde o seu corpo físico que lhe serviu de veículo e ele retorna (em espírito) ao plano espiritual para concluir qual foi o seu desempenho.
Alguns mergulharam tanto na matéria, que demoram muito tempo para perceber que retornaram a sua morada espiritual, com isso sofrem, adormecem, apegam-se ao passado, apegam-se a emoções ilusórias e atrasam seus projetos evolutivos.
Outros, conscientes de seus erros e esquecimentos, no contato com a dimensão espiritual a qual é a sua morada original, recuperam suas consciências e organizam-se para planejar uma nova jornada na escola Terra. Sabedores das suas condições de “repetentes”, pedem a oportunidade e o amparo para voltarem o quanto antes, a fim de encontrar sua redenção.
Já um grupo um pouco menor em proporção, volta aos lares espirituais conscientes da jornada e agradecidos pelo bom desempenho que tiveram no período da encarnação. Conhecedores da lei da evolução constante organizam-se rapidamente para o novo retorno com propósitos de continuar lapidando e aprofundando os aprendizados.
Este é caminho básico de morte e nascimento, ou melhor, de morte e renascimento. Isto também contextualiza a explicação necessária para justificar o desapego, pois a morte é o retorno a nossa morada original, bem como o nascimento é ingresso na nova jornada de aprendizado, em tese, jamais deveríamos temer ou sofrer.
Essa informação também serve para fazermos a seguinte reflexão: por que erramos tanto? Por que caímos em tantos erros? Por que falhamos tanto nos mesmos desafios?
A resposta é simples: esquecemos de que somos e de onde viemos! Somos o espírito, apenas estamos corpo...
O que fazer para vencer essa tendência ao esquecimentos?
Simplesmente viver com o foco de quem somos e de onde viemos em essência. Na prática, isso se traduz em viver uma experiência material com a consciência de que estamos interagindo com outros planos, e que esses por sua vez, tem condições plenas de tutelar a nossa jornada de evolução. Em outras palavras, quanto mais estivermos conscientes e perceptivos aos planos sutis, maiores serão as nossas chances de termos uma vitória encarnatória*.
Para cumprirmos bem esse papel, precisamos aprender a desenvolver a sensibilidade ao extrafísico. Na comunidade espiritualista essa faculdade é conhecida como mediunidade.
A mediunidade é como uma planta que cresce com o cuidado adequado, por isso para aumentar as faculdades da percepção é preciso treino contínuo. A notícia boa é que o ser humano tem naturalmente desenvolvido uma dose de mediunidade, ficando por conta da dedicação maior ou menor de cada um, o seu aprimoramento.
Quando a mediunidade se manifesta com mais evidência e clareza, a pessoa aprende que é dos planos extrafísicos que surgem as melhores lições, ideias, saídas, amparos, em outras palavras, percebe que não podemos viver desligados de quem realmente somos.
Mas a mediunidade deve ser construída juntamente com uma relação de amizade. Devemos dar força e foco para que as relações sejam construídas com base em sentimentos sinceros, verdadeiros, pautados no amor e no altruísmo consciente*.
Quanto tempo dura uma relação pautada no egoísmo e na cobrança?
Pouco?
Como é uma relação onde às pessoas ficam pedindo, pedindo sem querer dar nada em troca?
Conflitante, desequilibrada.
Como seria a amizade entre duas pessoas que não se falam não se telefonam e nunca interagem?
Impossível, não é mesmo?
A força que vem do plano espiritual deve ser construída. Construída por uma parceria entre você e um grupo de seres que vê nessa relação uma troca mútua de energias. Esse talvez seja um dos fatos mais relevantes que poucos espiritualistas compreendem. Formamos grupos!
Grupos de espíritos unidos por afinidades. É a lei da atração ou lei da afinidade agindo!
E a pergunta essencial é: Afinidade de que?
Então você acha mesmo que se você usa a sua mediunidade apenas para aspectos egoístas, então seu grupo será somente de seres de luz? E se você só quer usar a sua mediunidade quando está com vontade, você então considera que o seu grupo será completamente abnegado e pronto para lhe ajudar a qualquer hora?
Formamos o nosso grupo com base em pessoas e espíritos desencarnados com os mesmos propósitos e afinidades. Por isso é correto dizer que muitos de nós temos parcerias compostas por espíritos egoístas, egocêntricos, vaidosos, irritados e que poucas vezes dedicam tempo para ajudar ao próximo.
Também formamos ao logo da vida parcerias com espíritos preguiçosos, acomodados e sem nenhuma ambição de evolução ou movimento.
Alguns formam parcerias com espíritos que adoram “bater cartão”, ou seja, se uma ajuda precisar ser feita após as 20h, então não dá!
Somos nós os canais, os espíritos encarnados... Somos nós que decidimos que tipos de canais ser! Egoístas ou altruístas, conscientes ou ignorantes, somos canais dos planos extrafísicos! E a verdade que deve abalar a forma como nos disponibilizamos ou não como canais é:
Para vencer em uma jornada terrena de uma encarnação, teremos que aprender a ser bons canais.
A FUNÇÃO DOS CANAIS
A alta espiritualidade, que na prática quer dizer a dimensão extrafísica envolvida por maior esclarecimento, a qual é considerada a morada dos Grandes Seres Iluminados, envia-nos proventos constantemente para que possamos evoluir e aprender desenvolver o amor. Ocorre que essa ajuda vem de forma sutil, sem fazer atalhos. Quando uma força vem de um nível acima da existência, para se manifestar no nível inferior, ela precisa de intermediários, que neste caso chamamos de canais.
Podemos afirmar com o mais elevado nível de certeza que a Alta Espiritualidade procura a todo momento, bons canais para que possam ser transmitidas novas doses de cura, paz, alegria, entendimento, amor e fé para a humanidade.
Assim são inspirados os políticos, os líderes de todas as áreas, as celebridades, os religiosos, os inventores e os grandes empresários. Mas também da mesma forma e com a mesma intensidade são estimulados os cidadãos comuns, como eu e você, porque o amor é para todos. Assim como o sol que brilha sem distinção, sem julgamento ou preconceito, e ilumina a todos, a força de luz e amor da Alta Espiritualidade age sobre todos os seres humanos. A diferença entre aqueles que absorvem essa força e a retransmitem para a humanidade está na percepção, no foco e no poder do altruísmo, porque somos todos canais!
Da mesma forma que pessoas boas, com interesses elevados servem aos planos superiores para objetivos construtivos e amorosos, as pessoas alienadas, rebeldes, revoltadas, viciadas, reclamonas, vingativas, vaidosas, excessivamente críticas e ranzinzas também servem como canais de espíritos interessados na decadência humana, pois como já falado, a sintonia é a escolha de cada um, mas o assédio é inevitável. Só podemos decidir se o assédio é para o bem de um ou para o bem de todos, ou se é para o mal de um ou de muitos.
DEFINIÇÕES
CANAL
Canal no contexto da visão espiritualista é o ser disposto ou pró-ativo, a transmitir vibrações conscientes de um nível vibracional da existência para outro. Todo indivíduo pensante é um canal. O Cérebro físico é um elemento receptor, emissor e transmissor de impulsos vibratórios. A aura humana da mesma forma capta vibrações sutis muito densas e as propaga para um nível mais denso da existência, portanto, todos essencialmente temos o dom de sermos canais.
TIPOS DE CANAIS
Canais conscientes
Indivíduos que compreendem o mecanismo e assim agem confiantes nos impulsos ou estímulos que recebem.
Canais semi-conscientes
Indivíduos que pouco compreendem o mecanismo e assim agem hora acreditando nas percepções que tem, hora as ignorando. Muitas vezes percebem que agem por força de estímulos sutis, já em outros momentos não sentem e nem consideram nada.
Canais inconscientes ou ignorantes
São indivíduos que não compreendem e consideram o mecanismo, mas que podem agir graças à influência de impulsos ou estímulos extrafísicos. Mesmo que a pessoa não considere essa hipótese, ainda sim, o seu mecanismo essencial sofre a influência de forças mais sutis, as quais podem afetar suas atitudes.
TIPOS DE AÇÕES:
Interessados no bem maior
Canais conscientes da necessidade da tarefa de ajudar grupos maiores de pessoas ou situações que envolvam grandes localidades ou regiões. São normalmente pessoas portadoras de sentimentos nobres, pois percebem em seus corações o chamado sempre que ele é feito. Neste tipo de ação, as vibrações densas do astral inferior da espiritualidade não penetram por conta da elevação envolvida nos espíritos que atuam formando parcerias muito coesas com esses canais.
Interessados no o bem de grupos menores e de e interesses específicos
São os indivíduos os quais sempre que as pessoas ou situações próximas estão necessitando de amparo, mostram-se disponíveis. Embora seja aberto ao altruísmo, estão preferencialmente focados em causas relacionadas apenas aos seus carmas pessoais.
Quando os indivíduos deste tipo apresentam problemas de moral destorcida ou falha nos valores pessoais, podem tornar-se canais negativos.
Interessados em questões pessoais
São os indivíduos do tipo canais disponíveis desde que o assunto lhes traga vantagens e benefícios. Suas principais expressões são “eu, meu, minha, meus, minhas”. Não estão interessados no mal da humanidade, entretanto também não estão nada abertos em contribuir com a redução do sofrimento alheio. Quando os indivíduos deste tipo apresentam problemas de moral destorcida ou falha nos valores pessoais, podem tornar-se canais negativos com facilidade por conta da alta carga de egoísmo, carência e infantilidade emocional a que estão envolvidos.
MANEIRAS DE SER UM BOM CANAL
Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, ajudar a diminuir o sofrimento próprio e alheio.
Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, ajudar a aumentar a consciência e cultura própria e da humanidade.
Faça tudo que puder ser feito, para de uma forma sempre ética, equilibrada e respeitosa, equilibrar e curar as emoções inferiores, próprias e da humanidade.
Algumas palavras combinam com isso: Amor, perdão, compaixão, novas ideias, renovação, reforma íntima, respeito ao próximo, saber dar limites, compreensão, eliminar a cobrança, estudar, meditar, ter foco na missão da alma, ajudar, ajudar a se ajudar, se ajudar, rezar, rezar, rezar e saber quem você é em essência!
Por Bruno J. Gimenes
Não concordo com tudo o que você disse, mas acho esse termo "canal" interessante, a possibilidade de se abrir e se entregar totalmente à vontade do Espírito Santo.... Jesus foi um"canal" perfeito se seguirmos esse raciocínio... Ou a fonte principal d todos os canais se considerarmos a sua origem divina.
ResponderExcluirEnfim, muito legal esses conselhos, sempre segui-los é a parte difícil :D
Vivendo e aprendendo, né?