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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Ante a mediunidade

francisco cândido xavier

e waldo vieira,

pelo espírito andré luiz

Depois de um século de mediu­nidade, a luz da Doutrina Espírita, com inequívocas provas da sobrevi­vência, nas quais a abnegação dos Mensageiros Divinos e a tolerância de muitos sensitivos foram colo­cadas a prova, temo-la, ainda hoje, incom­pre­endida e ridiculari­zada.

Os intelectuais, vin­cu­lados ao ateísmo prático, desprezaram-na até agora, enquanto os cientistas que a experimentam se recolhem, quase todos, aos palanques da Metapsí­quica, observando-a com reserva. Junto deles, porém, os espíritas sustentam-lhe a bandeira de trabalho e revelação, conscientes de sua presença e significado perante a vida. Tachados, muitas vezes, de faná­ticos, prosseguem eles, a feição de pioneiros, desbravando, sofren­do, ajudando e construindo, atentos aos princípios enfeixados por Allan Kardec em sua codificação basilar.

Alguém disse que “os espíritas pre­tenderam misturar, no Espiritismo, ciên­cia e religião, o que resultou em gran­de prejuízo para a sua parte cien­tífica”. E acentuou que “um historia­dor, ao analisar as ordenações de Car­los Magno, não pensa em Além-Túmulo; que um fisiologista, assina­lando as contratações musculares de uma rã, não fala em esferas ultrater­res­tres; e que um químico, ao dosar o azoto da lecitina, não se deixa im­pres­sionar por nenhuma fraseologia da sobrevivência humana”, acres­cen­tando que, “em Metapsíquica, é necessário proceder de igual modo, abstendo-se o pesquisador de so­nhar com mundos etéreos ou ema­nações anímicas, de maneira a per­ma­necer no terra-a-terra, acima de qual­quer teoria, para somente inda­gar, muito humildemente, se tal ou tal fenômeno é verdadeiro, sem o pro­pósito de desvendar os mistérios de nossas vidas pregressas ou vin­douras”.

Os espíritas, contudo, apesar do res­peito que consagram á pesquisa dos sábios, não podem abdicar do senso religioso que lhes define o trabalho. Julgam lícitos reverenciá-los, aproveitando-lhes estudos e equa­ções, qual nos conduzimos nes­sas páginas, tanto quanto eles mes­­mos, os sábios, lhes homena­geiam o esforço, utili­zando-lhes o campo de ativi­dade para ex­peri­men­­tos e anota­ções. Consideram os espí­ritas que o histo­ria­dor, o fisiologista e o químico podem não pensar em Além-Tú­mulo, mas não con­se­guem avançar despro­vidos de sen­so moral, porquanto o historiador, sem dignidade, é veículo de impru­dência; o fisiologista, sem res­peito para con­sigo próprio, quase sempre trans­forma em carrasco da vida humana, e o químico, desal­ma­do, fa­cil­mente se converte em agen­te da morte.

Se caminham atentos à mensa­gem das Esferas Espirituais, isso não quer dizer se enquistem na visão de “mundos etéreos”, para enterneci­mento beatífico e esterilizante, mas para se fazerem elementos úteis na edificação do mundo melhor.

Se analisam as emanações aní­micas é porque desejam cooperar no aperfeiçoamento da vida espiritual no planeta, assim como na solução dos problemas do destino e da dor, junto da humanidade, de modo a se esva­zia­rem penitenciárias e hospícios, e, se algo procuram, acima do “terra-a-terra”, esse algo é a educação de si mesmos, através do bem puro aos se­melhantes, com o que aspiram, sem pretensão, a orientar o fenô­meno a serviço dos homens, para que o fenômeno não se reduza a simples curiosidade da inteligência.

Quanto mais investiga a Natu­reza, mais se convence que o homem de que vive num reino de ondas transfiguradas em luz, eletricidade, calor ou matéria, segundo o padrão vibratório em que se exprimam.

Existem, no entanto, outras ma­ni­fes­tações da luz, da eletricidade, do calor e da matéria, desconhecidas nas faixas da evolução humana, das quais, por enquanto, somente pode­remos recolher informações pelas vias do espírito.

Prevenindo qualquer observação de crítica construtiva, lealmente de­cla­ra­mos haver ocorrido a diversos trabalhos de divulgação científica do mundo contemporâneo para tornar a substância espírita deste livro mais se­guramente compreendida pela ge­neralidade dos leitores, como quem se utiliza da estrada de todos para atingir a meta em vista, sem maiores dificuldades para os companheiros de excursão.

Aliás, quanto aos aponta­mentos científicos humanos, é preci­so reconhecer-lhes o caráter passa­gei­ro, no que se refere à definição e nomenclatura, atentos à circunstân­cia de que a experimentação cons­tan­te induz os cientistas de um século a considerar, muitas vezes, como superado o trabalho dos cientistas que os precederam.

Assim, as notas dessa natureza, neste volume, tomadas natural­mente ao acervo de informações e dedu­ções dos estudiosos da atua­lidade ter­res­tre, valem aqui por ves­timenta necessária, mas transitória, da expli­cação espírita da mediuni­dade, que é, no presente livro, o corpo de idéi­as a ser apresentado.

Não podemos esquecer a obri­ga­ção de cultuar a mediunidade e acri­so­lá-la, aparelhando-nos com os recursos precisos ao conhecimento de nós mesmos.

A Parapsicologia nas Univer­sida­des e o estudo dos mecanismos do cérebro e do sonho, do magnetismo e do pensamento nas instituições li­gadas a Psiquiatria e as ciências men­tais, embora dirigidos noutros rumos, chegarão igualmente a verdade, mas, antes que se entreguem consci­en­temente no plano da redenção hu­mana, burilemos, por nossa vez, a me­­diu­nidade, à luz da Doutrina Espí­rita, que revive a Doutrina de Jesus, no reconhecimento de que não basta a observação dos fatos em si, mas tam­bém que se fazem indispensáveis à disciplina e a iluminação dos ingre­dientes morais que os constituem, a fim de que se tornem fatores de apri­moramento e felicidade, a benefício da criatura em trânsito para a reali­dade maior.

Trecho extraído do livro dos autores “Mecanismos da Mediunidade”,

Editora FEB.

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