Jornal de Umbanda Sagrada
Edição de Março
Palavra do Editor
O Codificador da Umbanda
Por ALEXANDRE CUMINO
A Religião de Umbanda, fundada no dia 15 de Novembro de 1908, por Zélio Fernandino de Moraes, incorporado do Caboclo das Sete Encruzilhadas, nunca foi codificada, normatizada ou instituída. Sempre houve carência de um conjunto de normas e regras para orientar o adepto da religião, onde pudesse consultar em caso de dúvidas ritualísticas, doutrinárias e teológicas. Esta carência e necessidade ficam explícitas nas palavras dos organizadores do “Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda”, em 1941. Os ideais do Congresso, bem como os trabalhos apresentados estão registrados no livro que leva o mesmo nome do congresso, editado pela FEDERAÇÃO ESPÍRITA DE UMBANDA, onde podemos ler:
A IDEIA DO
CONGRESSO
“O conceito alcançado entre nós pelo Espiritismo de Umbanda nestes últimos vinte anos... Sua prática variava, entretanto, segundo os conhecimentos de cada núcleo, não havendo, assim, a necessária homogeneidade de práticas... Fundada a Federação Espírita de Umbanda há cerca de dois anos, o seu primeiro trabalho consistiu na preparação deste Congresso, precisamente para nele se estudar, debater e codificar (grifo nosso) esta empolgante modalidade de trabalho espiritual, afim de varrer de uma vez o que por aí se praticava com o nome de Espiritismo de Umbanda, e que no nível de civilização a que atingimos não tem mais razão de ser...”
O “Segundo Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda”, em 1961, teve como organizadores Leopoldo Bettiol, Oswaldo Santos Lima e Dr. Armando Cavalcanti Bandeira. Este último publicou no livro “O que é a Umbanda”, Editora ECO – 1970, onde podemos ler:
“O futuro exige a codificação (grifo nosso) do Culto de Umbanda para não serem perdidos os trabalhos dos Pretos Velhos e dos Caboclos... Participando do II Congresso de Umbanda... Nesse congresso, fomos indicados para integrar a “Comissão Nacional de Codificação do Culto de Umbanda”...”
Entendemos assim que Codificação da Um-banda não é um assunto novo, estavam no Primeiro Congresso de Umbanda os principais pensadores e pioneiros da religião, todos juntos com a intenção de Codificar, o que é confirmado no Segundo Congresso, a mesma idéia, o mesmo objetivo Codificar.
Em 1953 Emanuel Zespo publicou o livro “Codificação da lei da Umbanda”, onde se lê:
“Está quase tudo por ser feito. Lutemos, pois, e comecemos pela Codificação.”
Todos falaram da necessidade de Codificar a Umbanda, de certa forma a religião está esperando “O Código” e “O Codificador”, todos estamos ansiosos pela sua chegada, por identificá-lo, mas:
• Quem seria este codificador da Religião de Umbanda?
• Seria um “Messias”, um “Ungido”, um “Cristo”?
• Seria como um Paulo de Tarso para o Cristianismo?
• Seria este codificador como Allan Kardec ou Chico Xavier?
Dia 10 de Março, terça-feira, às 10:45, ao vivo pela Rádio Mundial (95,7 FM), no Programa “Magia da Vida”, Rubens Saraceni afirmou:
“- Eu aceito o título de Codificador da Umbanda.”
A mim só resta dar os parabéns a este merecido Autor Umbandista, Médium Psicógrafo, Mediun Clariaudiente, Médium de Incorporação, Sacerdote da Religião de Umbanda, Mestre de Magia Divina. Fundador do Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, onde já se formaram centenas de Sacerdotes da Religião de Umbanda. O próprio Rubens Saraceni é formado por Pai Ronaldo Linares que foi preparado por Zélio de Moraes.
É hoje o maior expoente dentro da Religião de Umbanda, tendo publicado mais de 45 títulos de Umbanda (www.madras.com.
Rubens Saraceni, que nunca pretendeu ser “O Codificador da Umbanda”, psicografou um livro chamado “Código da Umbanda”, onde afirma:
“Muitos devem estar achando pretensiosa a obra que ora chega às suas mãos, caro leitor, e nós até entendemos o ceticismo e a inquietação...
... Mesmo nós que estamos completamente envolvidos no trabalho de levar a público obras inspiradas pelos mestres da Luz que assistem ao médium-psicógrafo desta obra, ponderamos acerca do efeito psicológico de se usar um título com o “peso” de um termo como este: “código” (grifo nosso)...
... achávamos uma temeridade utilizar este termo, pois a intenção nunca foi ferir suscetibilidades, e parecia-nos muito provável que isto ocorresse...
... Mas os mestres insistiam no termo e, aos poucos, apresentavam desdobramentos do tema original (“A Ciência dos Orixás”)...
... O resultado foi um conjunto de temas e assuntos tão abrangente que, se não representava formalmente um “código religioso”, tratava-se, no mínimo, de uma “codificação” extensa de vários pólos relativos aos fundamentos do Ritual de Umbanda Sagrada, tanto ao nível da sua estruturação no astral quanto de consciência religiosa e práticas rituais...
...Código de Umbanda não é portanto, um código no sentido de “um conjunto de regras”, mas sim no sentido de “um conjunto de conhecimentos, conceitos e preceitos”...
No entanto muitos, de forma mal intencionada, vêm usando desta questão para denegrir sua imagem, dizendo que “Rubens Saraceni quer Codificar a Umbanda”.
Há muito tempo ele vem negando esta intenção, mas na última segunda feira, dia 10 de Março, aceitou o título que bem ou mal muitos vêm atribuindo a ele.
Estaria Rubens Saraceni fazendo pela Umbanda o que Paulo de Tarso fez pelo Cristianismo?
O fato é que até hoje ninguém havia apresentado algo de concreto que pudesse apresentar como um “Código da Religião”, no caso de Rubens Saraceni já são milhares de Umbandistas que têm a sua obra como “O Código da Umbanda”. Mesmo antes dele aceitar este titulo é fato que se destacou como o primeiro médium psicógrafo de Umbanda e dá sustentação direta e indireta a centenas de Templos, Terreiros ou Centros de Umbanda.
E é fato também que muitos irão se orgulhar de vê-lo como:
Rubens Saraceni "O Codificador da Umbanda"
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