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domingo, 5 de junho de 2011

O homem que queria ver Deus



Naquela cidadezinha havia um homem que queria ver Deus.
Todos os dias que vivia, eram uma expectativa e isso já estava se tornando uma obsessão.

Numa manhã, juntou algumas provisões e disse à sua mulher que partiria "em busca de Deus", onde quer que Ele estivesse.
A mulher, assustada, nem teve tempo de pronunciar palavra, pois o homem a deixou de súbito, a passos largos.

Depois de algumas horas de caminhada, chegou ao sopé de um morro, e viu uma árvore lá em cima.
Era lá que ele iria esperar pela aparição, e dali não sairia por nada.
Depois de armar acampamento, sentou-se e passou a admirar o lugar, pensando no que diziam as pessoas com relação a Deus, pois muitos achavam que Ele estava em tudo, e a natureza fazia parte como um todo.
Mas isso para ele era muito pouco, deveria haver mais coisas, não poderia ser tão simples assim.
A noite chegou, e num misto de medo e bravura, esperava e nada...

Diante de tal solidão, teria muito tempo para pensar, e pensou....
Pensou em toda sua vida, desde a infância, sua mãe, seu pai, suas desilusões, seus desejos, suas diabruras de criança, enfim não havia outra coisa ali a fazer senão pensar, e assim adormeceu.

O dia raiou glorioso, e o homem achou que seria um prenúncio ao que poderia acontecer.
Talvez um "show" pirotécnico, alguns anjos soprando alguma coisa, coros com lindas vozes, enfim, com esse espírito o dia foi transcorrendo e nada.

Outra vez a noite, e com ela mais decepção.
Por que não me aparece Senhor de tudo, estaria sendo eu tão pretensioso assim?
Com essas indagações a noite chegou, e ele perdeu-se novamente em pensamentos.
Três dias se passaram, e o homem já dava sinais de cansaço, raiva, além da saudade de um belo chuveiro e uma cama limpinha, onde ele teria a certeza de que até seus pensamentos seriam melhores.

Por outro lado, será que não era isso mesmo que Deus queria, ou seja, que ele fizesse um pouco de sacrifício, a fim de se purificar, ficar mais leve, e longe desse mundo tão hostil? Só poderia ser isso.

Ouvira tanta gente dizer que sem sacrifícios não se chega aos céus!
Achou que era só uma questão de tempo e a pirotecnia começaria.
Naquela noite, qualquer ruído noturno era motivo para os olhos arregalarem-se.
Mas ainda não foi o dia.

A exaustão tomou conta daquele homem e num clima de decepção total, no quinto dia juntou suas tralhas.
Nunca mais iria se preocupar com a existência de Deus. A esta altura ele julgava-se um bobo da corte.

Depois de tudo arrumado, colocou a mochila nas costas e começou a caminhar.
Cabisbaixo, acompanhava o movimento de seus pés, e de chofre parou.
Olhou para a direita, esquerda, e finalmente virou-se.
Atrás de si podia ver seu rastro na terra, e em movimentos lentos, mesmo sem saber porque, começou a voltar pisando exatamente nas suas próprias marcas, como uma criança numa brincadeira.

Durante esse percurso, uma emoção muito forte tomou conta de seu coração e foram inevitáveis as lágrimas.
Nesse pequeno trajeto, que não passara de alguns poucos metros, mais uma vez seu filme lhe foi passado, até que chegou ao último passo, que pela ordem seria o primeiro.
Ali, parado, sem ao menos sentir sua própria respiração, percebeu que tanto na ida, quanto na volta, uma pessoa o acompanhou e não precisou de alguns dias para descobrir quem era: ele próprio!

Naquele momento se encontrou com Deus.
Daquele dia em diante sua busca cessou, pois entendeu ( e isso foi sua própria conclusão), que para ver Deus é preciso ver-se a si mesmo,
e compreender que Ele está dentro de todos aqueles que O desejarem, e o mais importante:
Não é preciso ver para crer, é preciso crer para ver!


"Deus vive e habita dentro de você"


Autor Desconhecido

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