Por favor, preencha a atmosfera com a vibração sublime dos Santos Nomes:
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sexta-feira, 27 de junho de 2008

O ESPIRITUALISMO DE RUBENS SARACENI


Rubens Saraceni nasceu em 1951, e há mais de 25 anos exerce sua mediunidade e faz seus estudos no campo da espiritualidade. Seus inúmeros livros já publicados são psicografados, ditados e orientados pelos Mestres da Luz. Sua jornada, segundo conta, foi iniciada no espiritismo de "mesa branca", passando posteriormente para a umbanda, onde se tornou babalorixá.

No entanto, como gosta de deixar bem claro, o universo da umbanda não é o único no qual ele se movimenta e realiza seus estudos, uma vez que o dom da mediunidade não pode estar restrito a uma ou outra linha religiosa, doutrinária ou de pesquisas.

Recebendo a outorga dos planos superiores para iniciar pessoas em magia, também recebeu a autorização para começar a divulgar o que foi denominado "Magia Divina das Sete Chamas", que explica em seus livros.

Hoje com mais de vinte livros publicados, Saraceni é um dos autores mais procurados da editora Madras. Nesta entrevista, ele fala sobre seus estudos, sobre o aspecto teórico e prático da umbanda, magia e espiritualismo em geral.

Qual a relação entre a umbanda e as .mensagens espirituais ditadas pelos Mestres da Luz? Quem são os Mestres da Luz e como eles se encaixam na tradição umbandista?

Os Mestres da Luz são espíritos mentores da umbanda; são regentes de grandes linhas espirituais, ainda que eles não se apresentem formalmente. Mas regem as gigantescas correntes de espíritos e, através dessas psicografias, eles têm procurado passar noções sobre o mundo espiritual.

Quais noções?

Principalmente, eles procuram transmitir às pessoas que a vida não se encerra aqui no plano material, por isso é necessário que a pessoa vigie os seus atos, seus sentimentos, e trabalhe para que, quando vier a passagem para o outro lado, a pessoa esteja bem preparada para vivenciar a sua realidade maior, que é a realidade do espírito. Então, eles têm uma finalidade. Os livros às vezes mostram determinados eventos, determinadas vivências, que muitos classificam como sendo um pouco chocantes, porque mexem na ferida mesmo, sem muito rodeio; mas tudo isso visa despertar nas pessoas uma conscientização.

O que é considerado chocante?

Quando se descrevem algumas quedas espirituais que aconteceram com pessoas. O desencarne jogou essas pessoas de encontro a uma realidade que elas achavam que não existiria; achavam que não teria aquela punição divina, que não viria para ela uma sentença que a jogasse de encontro ao próprio universo sombrio que ela havia criado à sua volta aqui na Terra.

Então, de acordo com essa visão, existe uma estrutura maniqueísta do mundo muito próxima à que a moral cristã vem desenvolvendo nos últimos dois mil anos?

A moral cristã prega o seguinte: se você faz o bem, você vai para o céu; se você faz o mal, você vai para o inferno. Ela está correta, só que temos de entender o que é esse céu e esse inferno. Para nós, o céu são as faixas de luz para as quais cada um é atraído por afinidade de sentimentos, afinidades vibracionais; e o inferno também são faixas específicas da Criação, para as quais são recolhidos espíritos que, aqui em cima, no plano material, não desenvolveram sua consciência. Se nós simplificarmos, está correto. A pessoa é atraída pelas faixas vibratórias com as quais tem afinidade. Esse é o céu e o inferno para mim - e dentro da umbanda também é isso.

Seria semelhante às teorias das sintonias dos grandes mestres ascensionados, com as pessoas sintonizadas com faixas de mais ou menos luz?

É isso mesmo. Essa é uma consciência que está se desenvolvendo muito rapidamente dentro da umbanda e sendo bem aceita, porque nos explica o porquê da existência do suposto inferno: ele não existe por acaso, porque tem a finalidade de recolher espíritos que, de uma forma ou de outra,sofreram regressões conscienciais quando passaram pela carne.

Qual o ponto em comum entre aumbanda, o candomblé e o espiritismo hoje?

O ponto em comum das três é a manifestação dos espíritos através da incorporação das mensagens, ainda que no candomblé a dinâmica seja um pouco diferente da dinâmica da umbanda, e totalmente diferente da dinâmica do espiritismo. A umbanda mantém a ponte de contato tanto com o candomblé quanto como espiritismo. Todas essas três doutrinas, ou essas três religiões -vamos colocar assim - têm como ponto em comum a mediunidade como sustentação. No candomblé, tem de haver a manifestação do orixá; na umbanda, tem de haver a manifestação dos espíritos e, eventualmente, do orixá do médium; e no espiritismo, existe a manifestação das entidades e o trabalho desenvolvido pelos espíritos que incorporam nos médiuns, curando e orientando as pessoas - tudo visando 0 crescimento e a melhoria do ser.

Como você encara, na umbanda e no candomblé, prática de sacrifícios animais, principalmente com relação ao conhecimento que os Mestres de Luz vêm trazendo?

Quando estudamos um pouco o candomblé, vemos que o sacrifício animal tem uma função específica já tradicional, secular. Então, nada contra, porque é algo que já vem de gerações. A umbanda não adota sacrifícios de animais. Algumas pessoas que transitam tanto no candomblé quanto na umbanda fazem, mas a umbanda em si não adota sacrifícios animais. Ela não condena. Acho que cada um tem o seu processo de feitura de trabalhos, sua dinâmica, que deve ser respeitada. No verdadeiro candomblé, o sacrifício só é ritualizado em ocasiões muito específicas, mas vemos pessoas não-preparadas desvirtuando, desenvolvendo métodos próprios que consideram que para tudo tem de haver sacrifícios. Os verdadeiros praticantes do candomblé, pessoas muito bem preparadas, dizem que o sacrifício é muito raro e, mesmo assim, é tirado só o axé do animal, porque o alimento é compartilhado na ceia coletiva.

Como é a estrutura tradicional da umbanda, e que caminhos evolutivos ela está seguindo nos últimos anos?

A estruturação da umbanda começou por volta de 1908, com o médium Zé Fernandino de Moraes, quando, através dele, foi dito que estava se iniciando uma religião e que todos os espíritos seriam bem-vindos a ela. A faculdade de incorporação é anterior à umbanda, candomblé e espiritismo, mas ali estava o marco inicial, estruturado na manifestação dos espíritos por nomes simbólicos, tal como o próprio fundador da religião, o espírito chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas, os sete cruzamentos, as sete irradiações. Os espíritos se manifestariam não com nomes próprios, mas como símbolos das hierarquias às quais estavam ligados, entre caboclos, pretos velhos, crianças, exus.

Ela se expandiu muito rapidamente, porque tinha o amparo do Astral, e se estruturou assim: o espírito se manifesta, auxilia o encarnado que vai até ele e, ao mesmo tempo, vai passando uma doutrina de vida, de melhoria de consciência. Com aquele linguajar simples deles, bem direto e objetivo, eles vão tocando nos pontos que interessam àquela pessoa e, a partir dali, a pessoa vai despertando para a realidade do espírito. Então, a religião procura trabalhar as pessoas. Sua estrutura tem o objetivo de resgatar as pessoas para a realidade espiritual. Não é um processo rápido, violento, mas um processo de atração permanente, principalmente voltado ao ser humano que está passando por dificuldades.

Como você começou a psicografar? Já havia psicografia na umbanda?

Se existia a psicografia pura, eu não tenho elementos para falar sobre isso. Existiam muitos escritores de umbanda desde o começo do século. Eles poderiam estar escrevendo inspirados, mas sem dar essa conotação. Quando eu iniciei a psicografia - com alguns livros que foram publicados e outros que não foram - e quando surgiu O Guardião da Meia-Noite, que foi um marco na umbanda como psicografia de um médium umbandista, isso foi um pouco assustador porque a psicografia estava associada ao espiritismo, ao kardecismo. Na época, eu recebi críticas de irmãos kardecistas; pois, se eu era da umbanda, como é que podia psicografar? Médium é médium, seja da umbanda, candomblé ou espiritismo - não importa a doutrina que ele siga. Eu mostrei que o dom da pessoa independe da formação religiosa; tendo o dom, ela canaliza o que o astral quer. Um tem dom para psicografar, outro para fazer pinturas mediúnicas, dar consultas, ler as cartas, as mãos...

E hoje isso já é aceito? Existem outros trabalhos desse tipo?

Já. Quando o Pai Benedito se manifestou, incorporado mesmo em mim, e conversou com a minha esposa, ele disse que estava começando a psicografia na umbanda, que a espiritualidade estava iniciando um processo de psicografia nos moldes do kardecismo através de médiuns dentro da umbanda. Ainda estava sendo considerado um fenômeno, mas com o tempo outros surgiriam. E, de fato, passaram uns cinco ou seis anos depois de eu estar psicografando, e outros médiuns da umbanda começaram a chegar a mim e dizer que estava acontecendo a mesma coisa; estavam psicografando livros e até tinham medo de falar. Pai Benedito falou que muitos espíritos estão preparados para trazer romances mediúnicos, histórias sobre espíritos ou vivenciadas há séculos ou milênios, tendo como fundo a vida de espíritos que são grandes mentores da umbanda e que comandam um trabalho imenso em benefício da humanidade. Eu já conheço dezenas de pessoas que estão psicografando, médiuns desenvolvidos dentro da umbanda.

Fale um pouco sobre o trabalho espiritual que você vem desenvolvendo ultimamente.

Estou desenvolvendo vários trabalhos paralelos, todos visando o crescimento das pessoas. O mais marcante tem sido o trabalho de magia, porque nela nós não diferenciamos as pessoas, nem por seu grau escolar, nem por sua religiosidade.

A magia é neutra e praticada por todas as pessoas que queiram aflorar o seu dom íntimo. Outro campo em que venho desenvolvendo um trabalho muito grande é na teologia da umbanda. Comecei esse trabalho mais ou menos em 1996, e foi difícil falar nisso porque era uma coisa inédita até então - nem existia esse termo na umbanda. É outra inovação que, hoje, muitas pessoas já estão usando na umbanda, com cursos de teologia da umbanda, ou seja, o estudo do universo divino. Ele veio ao encontro da necessidade do momento dentro da religião, e está começando a gerar muitos trabalhos.

Também visa dotar a religião de um conhecimento próprio dela, não mais dependente de outras doutrinas, sem precisar buscar lá fora e adaptar para a umbanda. As pessoas não precisam buscar no espiritismo ou no candomblé a explicação para os mistérios que fluem através de sua prática religiosa.

Em várias estruturas religiosas, em especial as afro-brasileiras, parece existir uma forte tendência a tentar adaptar a linguagem mágica européia do período renascentista - mais recentemente, das vertentes americanas ligadas aos mestres ascensionados e agregar essa linguagem à sua religiosidade. Como você vê essa situação em seu trabalho?

A teologia que estamos desenvolvendo é pura, fundamentada unicamente nos orixás, sem recorrer às doutrinas alheias para extrair de lá a explicação dos mistérios. Houve a revelação do que nós classificamos como os fatores de Deus, as qualidades divinas. A partir daí foram desenvolvidos vários livros como a Gênesis da Umbanda, Código de Umbanda, Sete Linhas de Umbanda, Orixás Ancestrais, livros que, fundamentados no mistério orixá, explicam tudo que a pessoa precisa saber sem recorrer ao candomblé, ao espiritismo ou a qualquer outra doutrina.

O mistério orixá começou a ser explicado de uma forma que eu chamo de científica, porque ela tem uma lógica, segue um padrão repetitivo, explicando o mistério para a época em que vivemos. E isso é o que traz às pessoas a satisfação quando estudam teologia, porque explica o universo divino de uma forma muito ordenada, não mitológica, mítica ou mística, mas racional. Isso, somando-se à magia, criou todo um universo que completa a umbandista, porque a umbanda é uma religião mágica por excelência.

O trabalho dos guias espirituais é realizar magias que beneficiem as pessoas, magias que utilizam elementos da natureza, sejam ervas, flores, frutos, pedras, sementes ou raízes: tudo é elemento mágico que eles utilizam para curar pessoas, limpar ambientes, etc. Então, trouxemos também uma magia nova, cada etapa fundamentada em um elemento: magia das chamas, magia das ervas, magia das pedras, do pó, etc. São vinte e um graus no total, e tudo vai sendo explicado de forma racional. A nossa teologia é bem racionalista; estuda os mistérios de Deus a partir de uma interpretação trazida pela espiritualidade, uma interpretação superior, não criada aqui pela nossa mente terrena. A magia não está conectada diretamente à umbanda; a teologia sim, foi pensada pela espiritualidade, pelos Mestres da Luz, para religião de umbanda, mas é uma fonte de informações pra qualquer pessoa.

E, de uma forma geral, como você vê o desenvolvimento do espiritualismo hoje?

O espiritualismo sempre foi praticado pela humanidade sob muitos nomes, mas hoje em dia eu vejo o espiritualismo assumindo o seu lugar em função do próprio relaxamento dos preconceitos. Tivemos um período de perseguição às práticas espiritualistas, qualquer que seja o nome que se dê a essas práticas.

Hoje o espiritualismo tem uma grande oportunidade de se firmar como alternativa para evolução das pessoas. Se cada religião tem os seus dogmas e doutrinas, até fazendo com que o fiel desenvolva dentro de si determinados preconceitos contra outras religiões, o espiritualismo é irreligioso.

O espiritualismo seria a chave do processo evolutivo humano neste plano?

Com certeza, porque dando às pessoas a oportunidade de manifestar os seus dons, dons dos espíritos, é que essas pessoas vão encontrar a si próprias, vão se conhecer. Os dons dos espíritos têm de ser vivenciados aqui na carne. Em determinados segmentos religiosos esses dons são reprimidos e vistos como coisas demoníacas, mas essas pessoas não entendem nada de dons. Dom é uma qualidade que o espírito desenvolve e que se torna um meio para que todo um universo oculto flua através dele, um universo espiritual, divino. O espiritualismo tem a grande oportunidade, agora, de não se deixar levar pelas influências do dogmatismo. O dogmatismo mata tudo.

Qualquer dogma mata uma estrutura religiosa?

Mata, porque se as pessoas começam a dizer que só um dom é aceitável e os outros não, que a pessoa pode incorporar um guia espiritual mas não pode psicografar, ou pode psicografar mas só pode falar de Jesus (pois, se falar de um orixá ou caboclo é heresia), então já matou. É isso que faz o espiritismo. Com todo o respeito que eu tenho, o espiritismo dogmatizou a mediunidade de psicografia, porque só se pode falar de Jesus. Se um médium kardecista encostar um espírito que não professe, ou não professou o cristianismo em sua última encarnação, e não fale as verdades na linguagem ali codificada, ele é bloqueado.

Nós não devemos deixar que esses dogmas existam dentro da umbanda. O dom é meu, eu conquistei. Sei lá quantas vidas eu precisei viver aqui na Terra para desenvolver esse dom e, se hoje ele flui naturalmente, eu não vou dizer que só tenho de escrever sobre orixás. Em meus livros escrevo sobre tudo. Em A Princesa dos Encantos falo sobre o nascimento do hinduísmo, em O Livro da Vida falo sobre Akhenaton; e falo sobre o surgimento dos templários na Europa, do início da civilização egípcia, etc.

O importante é o que esse espírito viveu no passado. Pouco importa se esse espírito de hoje se manifesta na umbanda com o nome simbólico de caboclo tal, se o grande momento dele, sua grande experiência humana foi na índia, no Egito, na Mesopotâmia, na Europa ou no Brasil pré-cristão. Espírito não tem identidade.

Você gostaria de deixar alguma mensagem para as pessoas que estão se iniciando nesse caminho espiritual, não só da umbanda mas na espiritualidade de uma forma geral?

Na espiritualidade de uma forma geral, todas as vias de crescimento para o ser humano, colocadas por Deus à nossa disposição, são boas.

Eu não desenvolvi dentro de mim esse preconceito de que a minha é melhor, a do fulano é pior; para mim, todas são boas. Então, eu digo às pessoas, que queiram se iniciar ou estão se iniciando, que façam sua caminhada sem temor. Confie que tudo está sendo conduzido pelo Superior. Mas procure se instruir; procure aprender e não colocar bloqueios dentro de si mesmo, contra isso ou aquilo, mas sim ir até cada coisa e aprender sobre ela, e delas extrair o seu juízo, a sua experiência, porque isso é que vai contar.

Revista Sexto Sentido
Número 30
Páginas 06-11

http://www.ippb.org.br/index.php

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segunda-feira, 23 de junho de 2008

OMOLU / OBALUAÊ

(o senhor das doenças)

(Texto e ilustração extraídos do livro Os Orixás , publicado pela Editora Três )

Omolu


PERFIL DO ORIXÁ

Esta pesquisa se dedica ao Orixá da Doença ou Orixá da Varíola. Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Omolu seja Obaluaê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.

São também comuns as variações gráficas Obaluaê , Abalaú, Obaluaiê e Abaluaê .

Em termos mais estritos, Obaluaê é a forma jovem do Orixá Xapanã , enquanto Omolu é sua forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Omolu é a que mais se popularizou e acabou sendo confundida não apenas com a forma mais velha do Orixá, mas com sua essência genérica em si. Esta distinção se aproxima da que existe entre as formas básica de Oxalá: Oxalá (o Crucificado), Oxaguiã a forma jovem e Oxalufã a forma mais velha.

A figura de Omolu-Obaluaê, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.

Em algumas narrativas mais tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade se referia ao deus da varíola , tal visão porém, nos parece uma evidente limitação. A varíola não seria a única doença sob seu controle, simplesmente pôr ser a epidemia mais devastadora e perigosa que conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu Omolu-Obaluaê, o Daomé.

Assim, sombrio e grave como Iroco, Oxumarê (seus irmãos) e Nanã (sua Mãe), Omolu-Obaluaê é uma criatura da cultura jeje, posteriormente assimilada pelos iorubas. Enquanto os Orixás iorubanos são extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de pequenas falhas que os identificam com os seres humanas, a figuras daomeanas estão mais associadas a uma visão religiosa em que distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer, pois os Orixás do Daomé são austeros no comportamento mitológico, graves e conseqüentes em suas ameaças.

A visão de Omolu-Obaluaê é a do castigo. Se um ser humano falta com ele ou um filho-de-santo seu é ameaçado, o Orixá castiga com violência e determinação, sendo difícil uma negociação ou um aplacar , mais prováveis nos Orixás iorubas.

Pierre Verger, nesse sentido, sustenta que a cultura do Daomé é muito mais antiga que a ioruba, o que pode ser sentido em seus mitos: A antiguidade dos cultos de Omolu- Obaluaê e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas partes da África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de animais que lhe são feitos. Este ritual é realizado sem o emprego de instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam parte de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ogum .

Como parte do temor dos iorubas, eles passaram a enxergar a divindade (Omolu-Obaluaê) mais sombria dos dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que podemos chamar de malignidade de um Orixá do povo subjugado, que não encontrava correspondente completo e exato (apesar da existência similar apenas de Oçanhe). Omolu-Obaluaê seria o registro da passagem de doenças epidêmicas, castigos sociais , já que atacariam toda uma comunidade de cada vez.

Existe uma grande variedade de tipos de Omolu-Obaluaê, como acontece praticamente com todos os Orixás. Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc., mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A diversidade de nomes pode também nos levar a raciocinar que existem mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da mesma região, justificando que o Orixá é também conhecido como Skapatá, Omolu Jagun, Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OMOLU-OBALUAÊ

Ao senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Omolu-Obaluaê esconde dos espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.

Pierre Verger define os filhos de Omolu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Omolu-Obaluaê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somação de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.

Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.

Mesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunição de Omolu-Obaluaê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais (como a indomável Iansã, a envolvente Oxum, o atirado Ogum) que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Omolu-Obaluaê um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança, pois julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos.

Assim como Oçanhe, as pessoas desse tipo são basicamente solitárias. Mesmo tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade ara si própria. Não raro são pessoas que julgam. Ter características detestáveis, que vivem criticando, motivo de vergonha. O filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.

Um último, mas importante detalhe; em diversas de suas lendas, o Orixá da varíola é apresentado como uma divindade que perdeu uma perna. Isso se refletiria em seus filhos como um defeito congênito em uma das pernas ou a tendência a sofrer, durante sua vida, por um problema de relativa gravidade em seus membros inferiores, a partir de quedas ou desastres que podem ou não ser curados e ultrapassados.

NANÃ

(Texto e ilustração extraídos do livro Os Orixás , publicado pela Editora Três )


O PERFIL DO ORIXÁ

Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido, Nanã possui não dois lados, como tantos Orixás, mas sim um Orixá dentro do outro, um conceito que foi sendo gradativamente substituído por outro, dando margem a muita confusão e contestação no jeito de se defini-la.

Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia ioruba, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual República do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.

Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá.

Muitas pesquisas apontam ainda que os iorubas começaram a ter um conceito de Deus Supremo antes inexistente, e que esse conceito pode (fato não comprovado) ser conseqüência da influência dos maometanos do norte da África sobre a população negra mais próxima. Assim Nanã assume, como outros Orixás femininos, o conceito de maternidade como função principal.

É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaê) e Oxumarê .

Pierre Verger aponta que Nanã, no culto daomeano, teria um posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo do Deus Supremo Olorum . Neste contexto, era uma figura feminina mas às vezes também alguém acima das distinções macho e fêmea, pois constituía, num par completo, pai e mãe unificados de todas as coisas, fossem os seres humanos, fossem os Orixás.

Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido.

A senhora do reino da morte é, como elemento , a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.

Muitos são portanto os mistérios que Nanã-terra esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE NANÃ

Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça (mãe no Eledá), pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.

Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela.

Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, as mantém sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.

Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm.

Prática Espiritual Coração Cósmico

1. Fechem os olhos e relaxem.
2. Pensem no infinito, no inefável, no eterno, no absoluto, no vácuo,
no espaço sideral, no amor que gera a vida.
3. Sinta esta força sutil, mas potente, criando o planeta Terra, e
neste toda a vida existente incluindo você.
4. É o "nada" que se transforma em tudo.
5. Agora imagine, pense, veja e sinta esta energia de vida permeando
toda a Terra, permeando toda a água, permeando todo o ar, todas as
plantas, animais, pessoas,... tudo.
6. Agora sinta as chuvas, o vento, o sol, as correntes marinhas, o
magma da Terra.
7. Sinta a vida pululando e borbulhando em vida...
8. Traga esta energia de vida para dentro de seu peito, interconectada
com todo o universo.
9. Sinta este amor sutil, potente, doce, meigo, gentil, generoso,
fraterno, acolhedor, igualitário, equânime expandindo-se em toda sua
caixa torácica.
10. Sinta este sol dourado brilhante iluminando e expandindo-se por
seu peito e costas e aumentando cada vez mais.
11. Faça com que esta luz expanda tanto até ocupar todo seu ambiente
espacialmente.
12. Faça com que esta luz se expanda até permear e envolver todo o
planeta Terra.
13. Agora sinta uma conexão sutil, coração a coração, chacra cardíaco
a chacra cardíaco, com todos homens, mulheres e crianças da
humanidade. Sinta esta teia de vida.
14. Sinta, perceba, descubra que somos todos Um! Somos todos um único
coração, uma única consciência cósmica fragmentada em "mini pedaços"
conscienciais. Somos deuses perfazendo o corpo de Deus. Somos
hologramas de um Todo Maior constituído de amor, paz, luz e consciência.
15. Mantenha esta sensação agradável, este prazer tanto quanto possível.
16. Relaxe e respire fundo algumas vezes. Vá voltando devagar. Se
espreguice e mova as extremidades. Aos poucos desperte e vá retomando
o estado natural de atenção.

DEUS É BOM OU É JUSTO?

É histórico os conceitos e definições de um Deus antropomórfico.
A figura do "velhinho" de barbas brancas bondoso só revela o estado
emocional da humanidade que tenta
materializar o abstrato, intelectualizar o Eterno e racionalizar o
Infinito.

Para os homens o perdão é o evento do ofendido que hora magoado, dilui
em compreensão
a agressão do algoz.
Aos olhos dos homens o perdão é o bem e a agressão é o mal.
Para quase todos a bondade divina é o perdão a nossos erros, como se
Deus (uma inteligência Maior ou o nome que queira), embora magoado e
zangado com nossos erros, depois falasse no "Juízo Final":

_Ah, tá tudo bem!
_Embora você cometeu um milhão de erros estúpidos, imundos e de má fé,
você se arrependeu e pode entrar no paraíso.

É o tal Deus "fiel" para quem se julga fiel a Ele.
Os papéis se inverteram: é Deus quem é fiel e servo e não o homem.
Bem, é este o conceito de Deus bonzinho, emocional, emotivo e
irracional, que deseja desafiar as próprias
leis naturais e perdoa as maldades (mesmo as de má fé) dos homens.

É a projeção umbilical do estado de consciência médio da humanidade as
leis Eternas e incomensuráveis do universo.

É como se fosse possível barganhar, chantagear, subornar e insistir:
_Ah, vai Deus! Perdoa, vai!

Um estado de consciência primitivo, rude, subracional, egoísta e
mesquinho.
As promessas religiosas são verdadeiros subornos, mercados e afrontas
a inteligência divina:
_Se eu ganhar o carro zero eu rezo 300 Ave-Marias e dou a volta na
quadra de joelhos e minha vó vai até Aparecida do Norte rezar com a
vela na mão.

Não cabe aqui e agora detalhar os casos que supostamente deram e dão
certo nas promessas diversas.
Não estou discutindo ou desrespeitando a fé, mas debatendo os
processos racionais desta faceta.
Discutir bioenergia, carma, concentração e neurolinguística fica para
outra seção mais técnica e profunda.

Estas pessoas ficarão indignadas ao saber por minhas modestas linhas
que Deus não é bom. É oportuno dizer que tambem não é mal. A
dualidade, a contradição e o paradoxo são eventos humanos e não divinos.

O problema é que bem poucas pessoas conseguem abstrair este processo:

Se Deus é bom, ele não é justo.
Se é mal, também não é justo.
Ou Ele é justo ou é bom/mal.

Não há como ser as duas coisas ao mesmo tempo.
Deus também não perdoa ninguém, porque não se ofende, não se magoa e
não pode ser atingido de forma nenhuma.
Bem difícil fazer um incauto, religioso fanático entender isto.
Deus não é humano, não é velhinho, não tem barba, não é emotivo e nem
pessoal.
Não sorri, fica feliz ou bravo ou possui religião. Só os néscios
acreditam nisto.

Deus são todas as Leis Naturais macro e microcósmicas que nos
envolvem, a outras dimensões, multiversos, planos e infiinitas
densidades incognoscíveis. Deus são as Leis do espaço vazio, da
energia, da matéria e da transcendência.
Estas leis são inexoráveis e não aceitam as negociações umbilicais
humanas.

Portanto, Deus não é fiel, Ele é justo!
Deus não é bom, Ele é justo!
Você e eu estamos imersos na Lei Maior, dê o nome que quiser: Alá,
Jeová, God, Zeus, Karma, Arquétipo, Inconsciente Coletivo, Eterno,
Absoluto, Om, Imperecível, Shiva, Brahman, Bíblia, Corão, Cabala, etc.

A Lei é uma só, igual e válida para todos, sem privilégios ou prejuízos.
É conclusivo que se desejamos nos aprofundar e entender mais as Leis
Divinas, precisamos saber abstrair as idéias avançadas para conseguir
alcançar estados alterados parapsíquicos e expansões de consciência.

Fato este que só é alcançado com relativo sucesso através do chacra
coronário, nossa principal conecção com Cosmos ou Portão de Brahman.

Dalton C Roque 25/03/2007 - Curitiba - PR
www.consciencial.org

Prática espiritual Coração Gaia


1. Fechem os olhos e relaxem.
2. Imagine um espaço sideral sem nada, apenas vazio e escuridão. Você
não tem corpo nem forma. Nem luz você é. Apenas consciência pura,
apenas "nada" manifestado, o vazio permeando o infinito perene.
3. Lentamente você começa a brilhar em luz, iniciando à partir de um
ponto infinitamente pequeno.
4. Este ponto começa a se expandir velozmente. Começa a se expandir na
velocidade da luz e crescendo em velocidade infinita.
5. A negritude vazia do universo vai se enchendo de luz eterna,
imperecível e brilhante.
6. Começa a surgir desta luz poeira cósmica. Esta poeira começa a
formar planetas, estrelas, cometas, buracos negros, sistemas solares e
galáxias inteiras.
7. Você que é pura luz que permeia todo o universo e se sente
onisciente de todo este processo continua a gerar luz, luz e mais luz
de forma tranqüila, serena com muito amor e confiança.
8. Você é um sorriso cósmico, um sorriso perene do eterno que banha
tudo de luz.
9. Estes planetas, estrelas, sóis, poeira cósmica, buracos negros
começam a se encher de vida progressivamente.
10. Surgem amebas, insetos, peixes, aves, mamíferos e homens e a vida
prossegue em combinação e permutação infinita e eterna.
11. Há várias dimensões conscienciais nestes orbes simples e complexos.
12. De repente todo este universo, toda esta luz, toda esta paz e
perfeição está dentro de seu peito gerando vida e amor dentro de você.
13. Seu peito brilha tanto que quase te cega. Ilumina todo o planeta
Terra, todo o universo.
14. Esta energia não cessa, ela possui uma inteligência silenciosa
auto-sustentável e mesmo que você desvie ou disperse a atenção ela se
mantém naturalmente.
15. Agora ela continua, mas se posso chamar assim, sem perder força ou
qualidade, esta luz se torna invisível e calada e discreta ela permeia
todos os corações do universo.
16. Mantenha esta emanação tanto quanto for agradável sem nunca forçar
a mente ou qualquer músculo de seu corpo.
17. Quando achar necessário vá voltando lentamente.
18. Relaxe e respire fundo algumas vezes. Vá voltando devagar. Se
espreguice e mova as extremidades. Aos poucos desperte e vá retomando
o estado natural de atenção.

Esta prática pode ser chamada de vivência, de prática bioenergética ou
espiritual.
Dalton – Curitiba – 21/09/2007 – www.consciencial.org

OXUMARÊ

(Texto e ilustração extraídos do livro Os Orixás , publicado pela Editora Três )

Oxumarê

PERFIL DO ORIXÁ

Oxumarê é um Orixá bastante cultuado no Brasil, apesar de existirem muitas confusões a respeito dele, principalmente nos sincretismos e nos cultos mais afastados do Candomblé tradicional africano como a Umbanda. A confusão começa a partir do próprio nome, já que parte dele também é igual ao nome do Orixá feminino Oxum , a senhora da água doce. Algumas correntes da Umbanda, inclusive, costumam dizer que Oxumarê é uma das diferentes formas e tipos de Oxum, mas no Candomblé tradicional tal associação é absolutamente rejeitada. São divindades distintas, inclusive quanto aos cultos e à origem.

Em relação a Oxumarê, qualquer definição mais rígida é difícil e arriscada. Não se pode nem dizer que seja um Orixá masculino ou feminino, pois ele é as duas coisas ao mesmo tempo; metade do ano é macho, a outra metade é fêmea. Por isso mesmo a dualidade é o conceito básico associado a seus mitos e a seu arquétipo.

Essa dualidade onipresente faz com que Oxumarê carregue todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc.

Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris que, segundo algumas lendas é a ponte que possibilita que as águas de Oxum sejam levadas ao castelo no céu de Xangô. Por essa lenda, é atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde então se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc.

Nos seis meses subseqüentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Oxumarê encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso.

Uma interpretação antropológica mais cuidadosa, porém, pode questionar a validade dessas lendas. Não podemos nos esquecer de que tanto na África, como especialmente no Brasil, a população negra, que trazia consigo todos esses mitos, foi continuamente assediada pela colonização branca. Uma das formas mais utilizadas por jesuítas para convencer os negros, era a repressão física, mas para alguns, não bastava o medo de apanhar. Eles queriam a crença verdadeira e, para isso, tentaram explicar e codificar a religião do Orixás segundo pontos de vista cristãos, adaptando divindades, introduzindo a noção de que os Orixás, seriam santos como os da Igreja Católica, etc. Essa busca objetiva do sincretismo sem dúvida foi esbarrar em Oxumarê e na cobra - e não há animal mais peçonhento, perigoso e pecador do que ela na mitologia católica ( recordar os mitos de Adão e Eva, a maçã, a concepção de pecado original, etc. ). Por isso, não seria difícil para um jesuíta que acreditasse sinceramente nos símbolos de sua visão teológica. Reconhecer na cobra mais um sinal da presença dos símbolos católicos na religião do Orixás e nele reconhecer uma figura que só poderia trazer o mal. Essa, pelo menos, é uma das interpretações feitas por pesquisadores que compararam diferentes versões dos mesmos mitos que não encontraram uma divisão absoluta entre bem / arco-íris (ou masculino) e mal / cobra (ou feminino). Na verdade, o que se pode abstrair de contradições como as que apresenta Oxumarê é que este é o Orixá do movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro que norteia a vida humana. É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se estende a todos os movimentos regulares, que não podem parar, como a alternância entre chuva e bom tempo, dia e noite, positivo e negativo.

Conta-se sobre ele que, como cobra, pode ser bastante agressivo e violento, o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um movimento moto-contínuo pois, enquanto não largar o próprio rabo, não parará de girar, sem controle. Esse movimento representa a rotação da Terra, seu translado em torno do Sol, sempre repetitivo- todos os movimentos dos planetas e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que fazem esses processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito duradouros se comparados com o tempo de vida médio da criatura humana sobre a terra, não só em termos de espécie, mas principalmente em termos da existência de uma só pessoa. Se essa ação terminasse de repente, o universo como o entendemos deixaria de existir, sendo substituído imediatamente pelo caos. Esse mesmo conceito justifica um preceito tradicional do Candomblé que diz que é necessário alimentar e cuidar de Oxumarê muito bem pois, se ele perder suas forças e morrer, a conseqüência será nada menos que o fim da vida no mundo.

Enquanto o arco-íris traz a boa notícia do fim da tempestade, da volta do sol, da possibilidade de movimentação livre e confortável, a cobra é particularmente perigosa para uma civilização das selvas, já que ela está em seu hábitat característico, podendo realizar rápidas incertas.

Outra fonte de indefinição a respeito do Orixá vem das contradições existentes em suas lendas no Brasil e na própria África. Oxumarê é uma divindade originária da cultura do Daomé, região centro-norte da África. Há séculos tal civilização foi dominada pelos iorubas, povo mais primitivo no sentido de organização social e visão religiosa, mas, em compensação, mais poderoso em termos de organização militar. Como aconteceu com Roma e Grécia, a dominação de uma sociedade menos rica em produções culturais ou no terreno da superestrutura em geral fizeram com que os mitos dos daomeanos não fossem apenas reprimidos, pelo contrário, os iorubas não tentaram impor sua cultura ao povo dominado. Ficaram na verdade impressionados com sua cosmologia e tentaram assimilá-la, principalmente nas figuras que não fossem formas semelhantes a divindades que também possuíssem. Oxumarê foi um desses casos. O princípio da dualidade dos iorubas fazia parte dos Orixás-crianças ( Ibeji ) - A dualidade que eles representam, porém, é mais próxima do comportamento contraditório e irresponsável em termos ético das crianças, ainda não reprimidas pela codificação social. Já a dualidade de Oxumarê é mais abrangente e até mesmo metafísica, pois representa os ciclos que não estão ao alcance do ser humano.

Oxumarê, Iroco, Omolu, Obaluaê e Nanã, os Orixás do Daomé mais conhecidos e cultuados, castigam quando dispostos ou provocados, mas raramente se arrependem e não possuem as falhas humanas, visíveis e humanizadas das figura do panteão ioruba.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUMARÊ

Como é comum a todas as divindades originárias do Daomé (cultura jeje) é relativamente difícil estabelecer um arquétipo específico de comportamento associado ao Orixá, já que ele é misterioso e cheio de sombras e mitos. Os filhos de Oxumarê são bem mais difíceis de serem reconhecidos dos os guerreiros filhos de Iansã, os calmos e sábios filhos de Oxalá e os maternais e familiares filhos de Iemanjá, por exemplo. Mesmo assim, algumas características básicas podem ser listadas. Há, porém, divergências em relação às suas características ao consultarmos autores diferente. Para o renomado pesquisador Pierre Verger, por exemplo, Oxumarê pode ser associado à riqueza: Oxumarê é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das pessoas pacientes e perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem sacrifícios para atingir seus objetivos .

Já Monique Augras, segundo sua visão a respeito dos filhos de Oxumarê, eles costumam possuir o dom da vidência . Quando vivia na terra, Oxumarê previa tudo, adivinhava o que ia acontecer, a tal ponto que não era mais possível viver. Os deuses então decidiram mantê-lo afastado dos homens, pois a clarividência total acaba transformando-se em maldição. A Seu pedido, Oxumarê obteve a autorização de descer na terra de três em três anos.

Verger acrescenta que Oxumarê está associado ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que está sob seu controle, é enterrado geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore .

Assim, ao arquétipo de comportamento associado à figura desse Orixá complexo está a tendência à renovação, a compulsividade à mudança. Seus filhos estão entre aquelas pessoas que, de tempos em tempos, mudam tudo em sua vida: mudam de casa, de amigos, de emprego, como se ciclos se sucedessem sempre, obrigatoriamente, exigindo e provocando rompimento com o passado e iniciando diuturnamente a busca de um novo equilíbrio que deverá persistir até num novo momento de ruptura, desintegração e substituição. Mutabilidade, reinício é seu princípio básico, aproximando-o dos mitos ocidentais referentes ao planeta Plutão, o astro da morte, da destruição, da revolução como forma de renascimento e ressurreição.

Também são apontados nos filhos de Oxumarê certos traços de orgulho e de ostentação, algo que os aproxima do clichê do novo-rico, exibicionista, quando surge um grave problema para alguém de sua amizade, e que precisa efetivamente da sua ajuda.

A androginia do Orixá, por vezes é estendida a seus filhos. Estes, segundo algumas correntes, seriam bissexuais em potencial, mas essa interpretação não é aceita universalmente.

Fisicamente, os filhos de Oxumarê tendem a se movimentar extremamente leve, pouco levantando os pés do chão. Têm em comum com a cobra a facilidade em serem silenciosos, armarem seus botes na vida sem que as pessoas em torno se apercebam disso e só atacando seus inimigos quando têm plena certeza da vitória, que a vítima está encurralada num território que não é o seu.

Gênesis

GÊNESIS - A CRIAÇÃO DO MUNDO

1.º DIA:

No princípio, Deus criou o céu e a Terra.
E a Terra era sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas.
E disse Deus: Haja luz. E houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
À luz chamou dia; e às trevas chamou noite.

2.º DIA:

E disse Deus: Que exista um firmamento no meio das águas para separar águas de águas.
E fez Deus o firmamento para separar as águas que estão acima do firmamento das águas que estão abaixo do firmamento..

.
E Deus chamou ao firmamento "céu".

3.º DIA:

Deus disse: Que as águas que estão debaixo do céu se ajuntem num só lugar, e apareça o chão seco.
E Deus chamou ao chão seco "terra", e ao conjunto das águas, "mar".
Deus disse: Que a terra produza relva, ervas que produzam semente, e árvores que dêem frutos sobre a terra, frutos que contenham semente, cada uma segundo a sua espécie.

4.º DIA:

Deus disse: Que existam luzeiros no firmamento do céu, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
E sirvam de luzeiros no firmamento do céu para alumiar a terra.
E fez Deus os dois grandes luzeiros o luzeiro maior para regular o dia, o luzeiro menor para regular a noite, e as estrelas.

5.º DIA:

Deus disse: Que as águas fiquem cheias de seres vivos e os pássaros voem sobre a terra, sob o firmamento do céu.
E Deus criou as baleias e os seres vivos que deslizam e vivem na água, conforme a espécie de cada um, e as aves de asas, conforme a espécie de cada uma. E Deus os abençoou...

6.º DIA:

Deus disse: Que a terra produza seres vivos conforme a sua espécie; gado e répteis, e feras, cada um conforme a sua espécie.
E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie.
Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança; e tenha domínio (controle) sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher.
E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei e sujeitai a terra; dominai os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que andam sobre a terra.
E Deus disse: Eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore em que há frutos que dão sementes ser-vos-á para alimento.
E para todos os animais, para todas as aves do céu e para todos os seres que andam sobre a terra e nos quais há respiração de vida, eu dou a relva como alimento.
E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom.

7.º DIA:

Assim os céus e a terra foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra.
E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra.

(textos extraídos da Bíblia Sagrada)

Reflexão:

A Criação terminou no sétimo dia bíblico?

Mesmo os evolucionistas ateus reconhecem que os passos bíblicos da Criação, sintetizados pelo escritor bíblico, correspondem à provável ordem natural da vida do universo e do planeta. Começando no "Faça-se a Luz" do Big-bang, o universo evoluiu para o aparecimento de estrelas e planetas, dentre os quais a Terra. E nela, os demais passos bíblicos se sucederam na ordem em que se encontram narrados, observando-se, naturalmente, que em seu entremeio vasto e incontável ( e não imaginável) número ocorrências teve lugar, interligando em um processo continuado, de bilhões de anos os eventos e efemérides dos chamados "Sete Dias da Criação".

Mas, o processo terminou? O "sétimo dia" simboliza um ponto final nessa incomensurável obra? A Inteligência Suprema que criou o Universo, para os religiosos, ou a Consciência Universal que o faz evoluir, para os evolucionistas, ou as Leis Físicas que operam e se interagem em sentido progressista, para os ateus, estagnou (ou estagnaram) após esse marco? Evidentemente que não. A vida borbulha em todos os ínfimos recantos de nosso planeta. O universo continua a se expandir. Os corpos celestes giram sobre si e em torno de um centro. A Criação continua, a Evolução continua, as Leis da Física se aplicam e se interagem incessantemente. O universo vive e pulsa, e se expressa em requinte e grandeza, permanece infinito aos nossos olhos e à nossa razão. Nossa ciência não alcança os confins de seus limites externos, nem os recôndidos de seus ínfimos elementos de formação. Nem o mundo externo de nossas relações, ou o mundo interno de nossas mentes ou espírito, encontraram fronteiras ou barreiras na mais erudita sabedoria, na mais refinada filosofia ou na mais impecável ciência. O que é em cima continua tão insondável quanto o que é embaixo. O que é no exterior, continua tão inacessível quanto o que é no interior. Quanto mais nossos conhecimentos avançam, mais se afastam as possibilidades de se encontrar os limites microcósmico e macrocósmico do universo e do ser humano.

A Criação continua (entenda-se englobado nesse termo também a idéia evolutiva dos cientistas religiosos ou ateus). E se a nós, seres humanos, fosse dada a pena sagrada que redigiu os termos do Gênesi bíblico para que continuássemos a elaborar essa obra inspirada (ou literária, como preferem alguns), poderíamos acrescentar-lhe um oitavo dia. O dia chamado de "agora"; o dia do reinado humano sobre a terra e suas criaturas, como resultado e expressão do ápice da evolução interna, a consciência. Mas a consciência gera livre arbírio e livre arbítrio conduz à responsabilidade. Poderíamos, sem medo de errar, exercer a ousadia de acrescentar o seguinte texto ao plano original da obra divinizada:

E NO OITAVO DIA, PERMITIU O SENHOR DEUS AOS SERES HUMANOS QUE NO EXERCÍCIO RESPONSÁVEL DO ARBÍTRIO QUE LHES FORA ATRIBUÍDO, OCUPASSEM TODAS AS REGIÕES DA TERRA, USUFRUÍSSEM DE SUAS RIQUEZAS E MARAVILHAS PARA SUA MORADA, ABRIGO E DELEITE, E QUE USASSEM DO SOLO PARA CONSRUIR E PLANTAR E ASSIM SE ALIMENTAR, TENDO SOB SUA RESPONSABILIDADE AS PLANTAS DA TERRA, AS ÁGUAS QUE A BANHAM E QUE NELA CIRCULAM, E OS ANIMAIS QUE NELA HABITAM...

E OS INSTRUIU O SENHOR DEUS PARA QUE COABITASSEM EM PAZ E HARMONIA E CUIDASSEM E TOMASSEM CUIDADO DE SUA OBRA...

E, depois, mergulhados em reflexão que naturalmente deveria surgir da consciência de nossa responsabilidade, e da responsabilidade de nossa consciência, caberia bem a nós perguntarmo-nos: o que esperamos para o nono dia da Criação? Esse milênio que aqui se inicia, será de fato o nono dia da Criação? Ou será meramente o segundo dia da destruição?

Está em nossos atos, em nossas mãos, muito mais que em nossas mentes intelectuais ou religiosas, definir qual é a resposta adequada. E trilhar o caminho adotado, da insensatez, rumo ao caos, à ruína e à morte, ou o da sabedoria, rumo a mais um passo na escala da evolução ou mais um dia no sagrado processo da Criação.

Gero Maita
CENTRO ESPIRITUALISTA DE UMBANDA - ESPERANÇA
fone - 011-6694-3960

Umbanda a caminho do Centenário

Texto de Vó Maria Conga

Por octaviopassos@yahoo.com.br

Um Dia Num Terreiro de Umbanda


Era dia de gira. O terreiro já estava todo limpo e preparado.

Os médiuns responsáveis pela limpeza daquele dia conversavam alegremente.

A dirigente e as mães pequenas já haviam feito todas as firmezas e podiam agora se juntar aos demais médiuns para um entrosamento maior.

O ambiente era tranqüilo e feliz.

Duas horas antes do início efetivo da sessão, começaram a chegar os demais médiuns pertencentes à Casa. Uns mais efusivos que outros, como ocorre em todo grupo, todos se cumprimentam alegremente.

Faltando uma hora para o início dos trabalhos, é iniciada a palestra destinada à assistência e aos médiuns.

Com a palestra já quase no fim, eis que chega Dora, médium de pouco mais de três meses na Casa.

Entra quieta e apressada, cumprimenta os irmãos de corrente com um "Oi" geral, um sorriso amarelo, e vai direto para o vestiário trocar de roupa. Alguns médiuns se entreolham sem saber o porquê daquela irmã nunca se entrosar com eles.

Chega sempre em cima da hora da sessão, nunca se oferece para ajudar na faxina do terreiro e nem participa das obras assistenciais. Mesmo quando é sessão de desenvolvimento, entra muda e sai calada.

Essa atitude dela vem já causando algum desconforto entre alguns médiuns, que resolvem, com a "melhor das boas intenções" perguntar à Mãe no Santo, faltando menos de 15 minutos para o início da sessão, se ela não sabe o porquê desse "descaso" para com os irmãos e para com a própria Casa.

A Mãe no Santo responde:

- Deixem a Dora em paz... ela tem compromissos previamente assumidos que a impedem de estar mais tempo junto de nós. Isso não significa que ela não gosta da Casa ou de nós. Por que, ao invés de ficarem especulando, não tentam colocá-la mais à vontade em nossa Casa?

Mas Rodrigo é curioso... e dispara:

- Mas Mãe, nem quando ela chega aqui ela fala com a gente direito... Entra muda e sai calada. Assim fica difícil fazer amizade com ela.

- Ela é tímida. Não lhe passou pela cabeça que a sua forma de aproximação pode assustá-la ou afastá-la? Menos julgamento, meu filho e mais amor...

Rodrigo não gostou da resposta da Mãe, mas silenciou, pois o olhar dela lhe disse que o assunto estava encerrado, até porque a sessão já ia começar.

- Vão para dentro do terreiro...- diz a Mãe. Preciso me preparar.

Rodrigo vai para dentro do terreiro determinado a descobrir os "tais compromissos" e se Dora era realmente tímida ou antipática. Afinal, ele trabalhava tanto, fazia tanto pela Casa, limpava, fazia faxina, chegava cedo no terreiro, participava das aulas, palestras, sessões de desenvolvimento... e tinha o mesmo tratamento que Dora? Recebia da Mãe o mesmo sorriso, a mesma atenção... Não achava justo isso. Ia dar um jeito de mostrar para a Mãe que ela estava sendo condescendente demais com aquela médium tão inexpressiva e indisciplinada.

Começa a sessão...

Os trabalhos transcorrem normalmente. Dora incorpora pela primeira vez o seu Caboclo... Saúda o Caboclo chefe e diz ao Caboclo da Dirigente:

- Esse Caboclo tá muito satisfeito com o que seu aparelho vem fazendo com minha filha. Ela precisa de muita orientação e amparo. Não permita que turvem os olhos e o coração do seu aparelho com maledicências...

O Caboclo chefe responde:

- Pode ficar tranqüilo. Meu aparelho já sabe.

Ao ver que Dora havia incorporado, Rodrigo sente aumentar ainda mais a sua inveja... e pensa "Agora que ela vai ter mais atenção mesmo... se sem incorporar nada já recebia atenção... agora então..." Rodrigo tenta em vão escutar o que os Caboclos estão dizendo. A sua ansiedade não permitiu que ele mesmo incorporasse seu enviado de Oxoce. Desequilibrou-se e acabou ficando sem receber as irradiações maravilhosas de seu guia, que tenta exaustivamente chamá-lo à razão, dizendo a seu ouvido:

- Meu filho, reflita no real motivo que se empenha tanto em ajudar na Casa: é por humildade ou para "aparecer"? A Mãe tem que zelar por todos igualmente e é óbvio que irá se preocupar com os que mais necessitam. Abranda o teu coração e sossega teu pensamento para que possa fazer o que devia ser o teu primeiro objetivo aqui: praticar a caridade servindo de aparelho para mim e a tua Banda toda...

Mas nada... Rodrigo não lhe dava ouvidos.

A corrente da Casa já havia anulado a ação dos espíritos trevosos que circundavam o terreiro, mas eles encontravam dificuldade em afastar alguns, pois estavam encontrando ressonância de sentimentos em Rodrigo, que estava com a "guarda aberta".

O Caboclo Chefe, Sr. Pena Branca, foi avisado pelos guardiões do que estava se passando. Ele olhou Rodrigo que, de tão cego que estava, não percebeu o olhar do Caboclo. O Sr. Pena Branca avançou em direção a Rodrigo, que cantava pontos sem prestar a menor atenção ao que estava acontecendo à sua volta, pois o seu olhar estava fixo sobre Dora incorporada. Quando deu por conta, o Sr. Pena Branca estava na sua frente... e falou:

- Curumim! Presta atenção na gira e não em médium. Presta atenção ao seu guia...

- Mas eu não estou sentindo a vibração dele... acho que não vem hoje...

- Ele está do seu lado! Sempre! Ele tem compromisso com você e com a Casa. Você é que está preocupado com coisa que não é para se preocupar e nem saber. Coisa que não deveria ser do seu interesse. Cuida do teu e do que veio fazer aqui!

Ato contínuo, eleva a mão sobre a testa de Rodrigo, sem tocá-la, buscando cortar o elo de ligação com os espíritos trevosos que, desta feita, insistem em atuar no mental de Rodrigo.

Rodrigo fecha os olhos e balança suavemente para frente e para trás... O Sr. Pena Branca dá o seu brado e o Caboclo Flecheiro incorpora em Rodrigo.

Os dois conversam. O Sr. Pena Branca pede que seja enérgico com Rodrigo. Que o oriente a deixar os assuntos que não sejam de sua alçada fora de seus pensamentos. Que não seja intransigente com os irmãos, que controle a sua curiosidade e julgue menos. Que veja todos os irmãos como iguais e que se conscientize do seu papel dentro do terreiro e dentro da Umbanda.

O Caboclo Flecheiro promete que irá continuar trabalhando, mas que Rodrigo tem o seu livre arbítrio, e pede ajuda nessa tarefa. O Sr. Pena Branca promete interceder também.

Iniciam as consultas e o trabalho transcorre com tranqüilidade.

Ao término da sessão Dora é só sorrisos. Feliz por haver incorporado pela primeira vez o seu Caboclo, quase corre para perto da Mãe e a abraça, agradecida:

- Mãe, obrigada! As suas palavras ontem me deram novo incentivo, nova vida. Renovaram o meu desejo de crescer, estudar, evoluir. Fiz tudo direitinho conforme a senhora orientou e hoje vi que não estou louca... Cheguei aqui hoje ainda com um pouco de medo. Mas... Ele existe mesmo e a sensação é maravilhosa! Aqui é a minha Casa, porque é a Casa Dele. Além do mais, hoje, quando fui fazer a entrevista de emprego, me saí tão bem que já começo a trabalhar na segunda-feira e terei mais tempo para me dedicar ao Centro e aos estudos da espiritualidade.

A Mãe sorri e responde:

- Viu, minha filha? Todos nós passamos por isso, sentimos esse medo, essa insegurança... Só que alguns esquecem que um dia foram inseguros e tiveram seus problemas também.

Nesse momento, a Mãe lança um olhar significativo para Rodrigo que abaixa a cabeça, envergonhado.

Dora acompanha o olhar da Mãe e vê Rodrigo. Dirige-se a ele sorrindo e, com os olhos cheios de lágrimas, diz:

- Rodrigo, você me ajuda? Gostaria muito de ajudar na limpeza de nosso terreiro e em todas as tarefas disponíveis, agora que arrumei outro emprego e não trabalho mais em dia de sessão. Como posso fazer? Falo com quem? Você sempre foi tão prestativo e atencioso comigo... Pode me ajudar?

Felizmente, a excitação de Dora não permitiu que ela percebesse o quão desconcertado e envergonhado Rodrigo estava, pois ele ouvira na íntegra a conversa entre o seu Caboclo e o Sr. Pena Branca, e agora ouvia aquilo...

A Mãe no Santo sorri. Mais uma lição havia sido aprendida por aquele filho tão querido. Ela se volta para o Congá e sorri, ao olhar a imagem de seu Caboclo, e em pensamento diz: Obrigada, Pai! Obrigada, Umbanda, pela oportunidade do aprendizado constante!"

Os Sete Degraus da Escada de Rá

A virtude está no meio
Nas palavras, nas ações, nos pensamentos
Tudo na Natureza caminha com equilíbrio
Moderação, bom senso, reflexão -
TEMPERANÇA

Pelos caminhos da vida
As trevas nos cercam a todo instante
Não deixemos que nossa Luz interior se apague
Confiança, firmeza, retidão -
FORTALEZA

O homem é um ser impulsivo
Atitudes, palavras, decisões precipitadas
Não nos deixemos dominar; dominemos nossos impulsos
Cuidado, cautela, atenção -
PRUDÊNCIA

A justiça Divina nunca falha
Somos, porém, imperfeitos enquanto humanos
Com humildade, roguemos inspiração
Caráter, verdade, lealdade - JUSTIÇA

Acreditar, simplesmente
O céu azul, o perfume das flores, o canto dos pássaros
O milagre da vida
Salvação, cura, redenção -

Pensamentos são coisas
Um futuro melhor
Harmonia e paz na Terra
Enquanto existir o homem - ESPERANÇA sempre existirá

O mais sublime de todos os sentimentos
O motivo de nossa existência
O sentido da vida e da morte
Razão pela qual praticamos a temperança, a fortaleza, a
prudência, a justiça, a fé e a esperança
O estágio mais elevado da evolução - o AMOR ,
o último degrau da escada de Rá.

Juliana Romera Mansilha
(Poesia que recebeu Menção Honrosa no Concurso de Poesias Místicas da
X Convenção da Região R+C SP-1)

Prece

Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte!
O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!
Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também.
Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu
corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te amar.
Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra,
Ouvidos para te ouvir no vento e no mar,
E mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos
Nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos.
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.
Minha vida seja digna da tua presença.
Meu corpo seja digno da terra, tua cama.
Minha alma possa aparecer diante de ti
Como um filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim;
E torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim;
E torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim
E rezar-te e adorar-te.
Senhor, protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu. Senhor,
Livra-me de mim.

FERNANDO PESSOA

Palavras de um Exu

"REFLEXÃO E PRECE

(Boletim Doutrinário do Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz)

O PESO DA MEDIUNIDADE

“Se vocês desenvolvem a parte espiritual, se querem aprender a receber a sintonia - seja dos caboclos, pretos-velhos, ou qualquer das falanges trabalhadoras da Lei da Pemba - devem também aprender que efeito isso traz se o médium não está preparado.

Não basta só a fé e a boa intenção, mas a consciência também é necessária. Consciência de que a verdadeira sintonia com o plano astral, no sentido de atendimento em prol da caridade, tem que ser baseada na disciplina, disciplina, disciplina - setenta e sete vezes.

É muito bonito o fenômeno espiritual - a paz que os mentores nos trazem, o carinho, a amizade, a dedicação, as curas - mas a disciplina e essa consciência têm que ser exercitadas sempre, sempre. O Rabi da Galiléia disse: "orai, mas vigiai" - essa vigília deve existir sempre.

Quando uma pessoa está para ser atendida por um espírito, ela está depositando toda a fé dela na solução do problema que ela traz ali, naquele momento.

No momento quando vou atender uma pessoa, ela vai jogar para mim toda a responsabilidade do problema e o que eu falar, ela vai fazer.

Agora: o espírito é a água e o médium, a jarra. Se a jarra está suja, a água vai sair suja.

Temos que ter essa consciência porque ela vai agir na sua coroa, tanto na mediunidade consciente quanto na semi-consciente.

Mesmo se o médium tem a semi-consciência total, a responsabilidade também é dele. "Ah, mas eu não me lembro." Você não lembra, mas você está atuando, na sua parte espiritual. Não existe o fenômeno sem a passividade mediúnica.

Com o coração envolvido de amor e olhando no próximo uma pessoa que precisa de evolução, nós podemos chamar as nossas entidades e atender.

Mas devemos ter o cuidado, junto aos nosso guias, de sempre motivar a pessoa para o progresso e para a evolução.

O espírito nunca define a situação para ninguém, isso seria uma transgressão do livre-arbítrio de cada um.

O médium deve ter cuidado, porque as pessoas perguntam e perguntam muito. Elas querem saber de tudo, elas querem a resposta "certa". Elas querem tirar delas mesmas a responsabilidade dos seus próprios atos, inconscientemente, mas é isso que acontece: "eu posso fazer, mas o espírito não me falou pra fazer."

Em todo o setor, o livre-arbítrio é uma lei, seja nos sentimentos, seja nos problemas materiais.

Lembrem sempre, meus filhos, da vigilância e da disciplina, sempre.

Vamos nos livrar da vaidade, a vaidade que leva o médium ao ponto de pensar que, sem ele, não haveria trabalho mediúnico; que se não fosse ele..., que por causa dele..., assim você começa a se distanciar dos verdadeiros princípios do amor. A humildade é a base.

A principal coisa que o médium tem que aprender é amar, amar. “Amai-vos uns aos outros”, como o Rabi vos amou.

Que Ogum, com sua força, com suas armas, possa defender o caminho e o propósito de cada um. Que a força desses lanceiros possa iluminar esse trabalho.”

(Fonte: Site Espírita USA-
Palavras do Senhor Exu Pinga Fogo)


Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz- Av. Marechal Rondon, 641 Casa 01 - São Francisco Xavier * Rio de Janeiro/RJ -

E-mail: cruzeirodaluz@terra.com.br - Site: www.cruzeirodaluz.org "

Mensagem do Comando Ashtar na TV inglesa - 1977

No dia 26 de Novembro de 1977 - há quase 30 anos - uma voz não identificada interrompeu uma emissão da Independent Television News e transmitiu uma mensagem de 600 palavras ao vivo, em Inglês, aos telespectadores na zona sul de Inglaterra.

A mensagem, com a duração de três minutos e 47 segundos, pode ser vista no link abaixo:

http://uk.youtube.com/watch?v=thfL9hZW3uM

A interrupção durou no total cerca de seis minutos, tendo inicio às 17h10. Uma agência governamental do Reino Unido tentou bloquear o sinal, sem sucesso, e milhares de pessoas telefonaram para a estação televisiva e para a polícia.

As autoridades da comunicação social emitiram 3 comunicados a pedir desculpas pelo incidente.

A origem da voz nunca foi até hoje identificada.

A mensagem completa do ET Vrillon, emitida em Novembro de 1977, encontra-se transcrita em português abaixo:

«Esta é a voz de Vrillon, representante do Comando Galáctico Ashtar, que vos fala. Há muitos anos que vocês nos vêem como luzes nos céus. Falamo-vos neste momento em paz e sabedoria, tal como temos feito com os vossos irmãos e irmãs por todo este planeta Terra.

Vimos para vos alertar acerca do destino da vossa raça e do vosso mundo, para que possam comunicar aos vossos seres companheiros a direcção a tomar para evitar os desastres que se abatem sobre o vosso mundo, e sobre os seres dos mundos à vossa volta. Isto é para que possam participar no grande despertar, à medida que o planeta transita para a Nova Era de Aquário. A Nova Era poderá ser um tempo de grande paz e evolução para a vossa raça, mas isto apenas se os vossos governantes tomarem consciência das forças malignas que se sobrepõem aos seus julgamentos.

Fiquem quietos e escutem, pois pode não haver outra oportunidade. Todas as armas do mal devem ser removidas. O tempo do conflito já passou, e a raça da qual fazem parte poderá prosseguir para patamares mais altos de evolução se vocês mostrarem dignos. Só vos resta um curto período de tempo para aprenderem a viver juntos em paz e boa vontade.

Existem pequenos grupos em todo o planeta que já estão a aprender isto, e eles existem para transmitir a todos a luz da alvorada da Nova Era. Vocês são livres de aceitar ou rejeitar os seus ensinamentos, mas apenas aqueles que aprendam a viver em paz passarão para patamares mais altos de evolução espiritual.

Ouçam agora a voz de Vrillon, representante do Comando Galáctico Ashtar, que voz fala. Tenham também em atenção que existem muitos falsos profetas e guias a operar no vosso mundo. Eles vão sugar-vos a energia - a energia que chamam de dinheiro - irão aplicá-la em fins malignos e dar-vos apenas inutilidades em retorno.

O vosso Eu interior divino proteger-vos-á de tudo isto. Aprendam a ganhar sensibilidade em relação à voz interior a qual vos pode indicar o que é verdade e o que é confusão, caos e mentira. Aprendam a escutar a voz da verdade que vem do vosso interior... e que vos guia no caminho da evolução. Esta é a nossa mensagem para os nossos queridos amigos. Temos observado o vosso crescimento ao longo de muitos anos, assim como vocês têm observado as nossas luzes no céu... Há muitos mais seres no vosso mundo e em seu redor do que os vossos cientistas admitem.

Estamos profundamente preocupados convosco e com o vosso caminho rumo à luz, e faremos tudo o que pudermos para vos ajudar. Não tenham medo, busquem apenas conhecerem a vós mesmos e vivam em harmonia com o vosso planeta Terra. Nós, aqui no Comando Galáctico Ashtar, agradecemos a vossa atenção. Estamos agora a sair dos vossos planos de existência. Sejam abençoados pelo amor e verdade supremos do cosmos.»

Texto retirado da revista Nexus, vol. 14, nº 6 Oct-Nov 2007. Tradução livre

Prece de Madre Teresa de Calcutá

"Que a paz esteja dentro de você hoje.

Que você creia estar exatamente onde você deve estar.

Que você acredite nas infinitas possibilidades que nascem do destino.

Que você usufrua as graças que recebeu e passe adiante o amor que lhe foi dado.

Que você seja feliz sabendo que é um filho de Deus.

Que você deixe a presença de Deus entrar em seu corpo e permita à sua alma a liberdade de cantar, dançar, orgulhar-se e amar.

Ele está lá, para cada um de nós."

Exu

por jorge amado


Não sou preto, branco ou vermelho
Tenho as cores e formas que quiser.
Não sou diabo nem santo, sou exu!
mando e desmando,
traço e risco
faço e desfaço.
estou e não vou
tiro e não dou.
sou exu.

Passo e cruzo
Traço, misturo e arrasto o pé
Sou reboliço e alegria
Rodo, tiro e boto,
Jogo e faço fé.

Sou nuvem, vento e poeira
Quando quero, homem e mulher
Sou das praias, e da maré.
ocupo todos os cantos.
sou menino, avô, maluco até
posso ser João, Maria ou José

Sou o ponto do cruzamento.
durmo acordado e ronco falando
corro, grito e pulo
faço filho assobiando
sou argamassa

De sonho carne e areia.
sou a gente sem bandeira,
o espeto, meu bastão.
o assento? O vento!..
sou do mundo,nem do campo
nem da cidade,
não tenho idade.

Recebo e respondo pelas pontas,
Pelos chifres da nação
Sou exu.
sou agito, vida, ação
sou os cornos da lua nova
a barriga da rua cheia!...
Quer mais? Não dou,
Não tô mais aqui!


Salvador, 17 de maio de 1993