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quinta-feira, 28 de junho de 2007

A arte da defumação


Ninguém sabe quando a humanidade começou a usar as plantas
aromáticas. Estamos razoavelmente seguros de que os sentidos do homem
antigo eram bem mais aguçados, e o sentido do olfato foi crucial para
sua sobrevivência. Há evidência do período Neolítico de que ervas
aromáticas eram usadas em culinária e medicina, e que ervas e flores
eram enterradas com os mortos. A fumaça ou fumigação foram
provavelmente um dos usos mais antigos das plantas, como parte de
oferendas rituais aos deuses. Era provavelmente notado que a fumaça
de várias plantas aromáticas tinha, entre outros, efeitos
alucinógenos, estimulantes e calmantes. Gradualmente, um conjunto de
conhecimentos sobre as plantas foi acumulado e passado a centenas de
gerações de xamãs.

Os seres humanos tem uma ligação muito forte com as plantas. As
plantas aromáticas tem sido honradas de um modo especial desde os
tempos antigos. Eram utilizadas em rituais religiosos e mágicos,
assim como nas artes curativas. Estas três práticas eram fundamentais
para a existência humana (ainda hoje continuam sendo).

As grandes civilizações desaparecidas do Oriente Médio e do
Mediterrâneo glorificavam os aromas, que faziam parte de suas vidas.
Creio que conhecer um pouco da história dos aromas e da defumação
mágica, é uma introdução adequada para sua prática.

Descendentes de Atlântida

Há 4000 anos, existia uma rota de comércio onde se cruzavam as
culturas mais antigas do Mediterrâneo e da África. Através dela,
acontecia o comércio e troca de diferentes mercadorias como por
exemplo: ouro, olíbano, temperos e especiarias em geral;
consequentemente, trocavam conhecimentos de suas diferentes culturas.
E foi bem no meio desta rota que nasceu a maior civilização desta
época: "O Egito".

A antiga civilização do Egito era devotada em direcionar os sentidos
em direção ao Divino. O uso das fragrâncias era muito restrito.
Inicialmente, sacerdotes e sacerdotisas eram as únicas pessoas que
tinham acesso a estas preciosas substâncias. As fragrâncias dos óleos
eram usadas em perfumes, na medicina e para uso estético, e ainda,
para a consagração nos rituais. Eram queimados como incenso. Sobre as
paredes das tumbas dos templos antigos perdidos no deserto, há um
símbolo que aparece com freqüência que parece uma fumaça que sai dele
mesmo. Isto confirma que no Egito se utilizava o incenso desde tempos
antigos. Quando o Egito se fez um país forte, seus governantes
importaram de terras distantes incenso, sândalo, mirra e canela.
Esses tesouros aromáticos eram exigidos como tributo aos povos
conquistados e se trocavam inclusive por ouro. Os faraós se
orgulhavam em oferecer às deusas e aos deuses enormes quantidades de
madeiras aromáticas e perfumes de plantas, queimando milhares de
caixas desses materiais preciosos. Muitos chegaram a gravar em pedras
semelhantes façanhas.

Os materiais das plantas aromáticas eram entregues como tributos ao
estado, e doados a templos especiais, onde se conservavam sobre
altares como oferendas aos deuses e deusas. Todas as manhãs as
estátuas eram untadas pelos sacerdotes com óleos aromáticos. Se
queimava muito incenso nas cerimônias do templo, durante a coroação
dos faraós e rituais religiosos. Se queimavam em enterros para
extrair do corpo mumificado os espíritos negativos.

Sem dúvida o incenso egípcio mais famoso foi o Kyphi. O Kyphi se
queimava durante as cerimônias religiosas para dormir, aliviar
ansiedade e iluminar os sonhos.

Os Sumérios e os Babilônios

É difícil separar as práticas destas culturas distintas já que os
Sumérios tiveram uma grande influência dos babilônios, e
transcreveram muita da literatura dos seus antepassados para o idioma
sumério. Sem engano sabemos que ambos os povos usavam o incenso. Os
Sumérios ofereciam bagas de junípero como incenso à deusa Inanna.
Mais tarde os babilônios continuaram um ritual queimando esse suave
aroma nos altares de Ishtar.

Tudo indica que o junípero foi o incenso mais utilizado, eram usadas
outras plantas também. Madeira de cedro, pinho, cipreste, mirto,
cálamo e outras, eram oferecidas às divindades. O incenso de mirra,
que não se conhecia na época dos Sumérios foi utilizados
posteriormente pelos babilônios. Heródoto assegura que na Babilônia
queimaram uma tonelada de incenso. Daquela época nos tem chegado
numerosos rituais mágicos. O Baru era um sacerdote babilônio esperto
na arte da adivinhação. Acendia-se incenso de madeira de cedro e
acreditava-se que a direção que a fumaça levantava determinaria o
futuro, se a fumaça movia-se para a direita o êxito era a resposta,
se movia-se para a esquerda a resposta era o fracasso.

Os gregos e romanos

Estes povos acreditavam que as plantas aromáticas procediam dos
deuses e deusas. O povo chegou a consumir tantos materiais aromáticos
para perfumar-se que no ano de 565 foi decretada uma lei que proibia
utilizar essenciais aromáticas pelas pessoas com temor de não ter
suficiente incenso para queimar nos altares das divindades.

Nativos americanos

Os nativos americanos vivem em harmonia com a terra, reverenciam-na
como geradora de vida. Os nativos americanos desde muito tempo tem
conhecido o valor e poder de cura das plantas de poder, usadas em
tendas de suor, dança do tambor etc. Queima se sálvia, cedro e
resinas para limpeza de objetos de poder. É usada para a saúde e o
bem estar de sua tribo.

Incenso do Templo

Desde épocas mais antigas, as substâncias aromáticas naturais de
plantas tem um papel vital na vida diária dos povos. Estas ligações
vitais entre povos e plantas perderam-se, e muitos de nós perdemos o
toque com a terra e com nosso próprio estado de saúde.

De acordo com o Zohar, oferecer incenso é a parte a mais preciosa do
serviço do templo para os olhos do grande deus. Ter a honra de
conduzir este serviço, é permitido somente uma única vez na vida. Diz-
se que quem teve o privilégio de oferecer o incenso está recompensado
pela sorte com riqueza e prosperidade para sempre, neste mundo e no
seguinte.

A fumaça aromática



A queima de incensos desperta em nosso ser um sentido de beleza e de
estar em um lugar limpo e calmo e protegido, aonde cheiros e aromas
elevam nosso espírito. Hoje percebo um aumento do interesse pelos
incensos naturais como antigamente, e isso se deve ao fato que
queremos que em nossa casa seja um lugar mais aconchegante,
convidativo e mais agradável. Infelizmente
incensos comerciais raramente contêm resinas ou óleos essenciais e
são
feitos com essências sintéticas e derivados de petróleo que na
verdade
não traz beneficio algum. Quando queimamos incensos naturais nossos
pensamentos ficam claros e de alguma maneira estamos agradecendo a
mãe
terra pelo o ar fresco e ajudando a clarear o pensamento individual e
planetário.
Uma historia maravilhosa dos três reis magos que presentearam com
oLíbano e mirra o mestre Jesus quando ele nasceu, essas resinas
aromáticas são presentes mágicos, são incensos de alta importância e
fragrância. Em varias igrejas católicas, misturas de incensos
contendo
resinas de oLíbano e mirra são calmamente queimados durante os
rituais.
Uma resina é derivada da seiva da planta e de arvores.
Varias pessoas associam incensos com rituais religiosos ou
espiritualidade, realmente varias religiões usam fumaça aromática em
seus rituais em suas cerimônias. A fumaça que sai do incenso é usado
para santificar, purificar ou abençoar, e acreditamos que a fumaça é
o
mensageiro para o reino dos céus. Nossos ancestrais faziam uso de
incensos em suas casas porque pensavam que podiam protege-los das
pragas e doenças. Essa teoria possui alguma verdade, incensos feito
de
ervas, incluindo tomilho e capim limão há muito tempo são usados por
suas propriedades anti-sépticas e curativas. Estas e outras ervas
eram
queimadas em quartos de doentes em hospitais antes da descoberta dos
antibióticos. Quando queimamos incensos naturais, moléculas de óleos
essenciais são soltos no ar. Aqui eles acham seu próprio caminho, seu
sistema olfativo e encontra os poros em sua pele, em seu cérebro
onde
seus efeitos químicos interagem, para que possam mudar seu animo, e
evocar memórias e lembranças. Essa fumaça aromática pode relaxar,
estimular, aumentar nossa energia nos levando para o momento de paz e
amor.
O incenso vem sendo sabiamente usado a séculos pela humanidade.
Encontramos seu uso em todo mundo e em cada cultura tem seus próprios
incensos.Como já vimos no antigo Egito resinas gomas, e madeiras
aromáticas eram usados em tempos para cerimônias religiosas. Eram
também usados pelos Faraós para neutralizar odores, afugentar maus
espíritos e agradecer a presença dos deuses. Os babilônios usavam
incensos para fazer orações aos oráculos divinos. Espalho-se ate a
Grécia aonde o gregos queimavam o incenso como obrigação e para
proteção, em Roma queimava-se nas ruas e em especial na adoração do
imperador, e na índia aonde os hindus usam no templo e oferendas
domesticas em seus festivais. Na América o incenso é muito
reverenciados pelos índios nativos. Eles usam salvia branca, cedro,
pinho em seus rituais de limpeza e adoração. Na América do sul
resinas aromáticas de copal é oferecido ainda hoje pelos descendentes
Maias e Astecas para suas divindades ancestrais.
A conexão entre o incenso, religião e medicina e as praticas
xamanicas são obvias seria impossível separa-las, pois uma segue a
outra.
Bem a arte de queimar incenso já é um costume popular no Brasil e no
mundo. É para aqueles que procuram reflexão aquietude da mente.
Está arte maravilhosa não cria somente um sentimento de tranqüilidade
e uma vida mais agradável, mas abre também uma consciência do tempo e
espiritual. Os que praticam esta arte agora usam incensos naturais
para equilibrar e limpar sua casa, seus quartos e também seus
escritórios, para comemorar uma data especial, relaxar o corpo e
acalmar a mente, depois de um dia de trabalho e antes de dormir.
Dedico este saber da terra a Gaia.

Lista dos ingredientes naturais comuns e seus atributos emocionais
populares.
Use essa tabela como um guia geral para criar seus incensos
específicos de sua preferência. Aprecie


Limpeza
Olibano, elemi,copal,cravo da índia, junipero, louro cedro, lavanda
alecrim, salvia branca, sangue de dragão, sweetgrass.
Coragem
Elemi, sangue de dragão, balsamo do peru, olibano, palusanto, louro,
lavanda, cedro, pinho, junipero, salvia branca, tomilho.
Criatividade
Anis estrelado, copal, cravo da índia, mastic, elemi, breuzinho,
olibano, capim limão, junipero.
Relaxar
Lavanda, sândalo, vetiver, sandarac, nardo.
Meditação & oração
Sândalo, mirra, olibano, mastic, copal, nardo, Ladano, sangue de
dragão, damar, aloes madeira.
Sono
Sândalo, nardo, galbano, mirra, salvia branca, lavanda
Sonhos
Aloés madeira, mastic, louro, lavanda.
amor
Sândalo, aloés copal, bejoin, mirra, vetiver, cássia, nardo, rosa
patchuli.

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