Era uma vez um jovem guerreiro famoso por sua invencibilidade.
Era um homem cruel e, por isso, temido por todos.
Quando se aproximava de uma aldeia, os moradores abandonavam
suas casas, e fugiam para as montanhas, porque sabiam que ele não
poupava nada, nem ninguém.
Certo dia, ele e seu exército aproximaram-
qual vivia um sábio ancião.
Todos os habitantes fugiram assustados, menos ele.
O guerreiro entrou na vila e, como de costume, incendiou
casas e matou os animais que encontrou.
Logo chegou à casa do sábio, que permanecia em pé ao lado da
porta de entrada, serenamente.
Quando eles se encontraram, o guerreiro impiedoso disse-lhe
que seus dias haviam chegado ao fim, mas que, no entanto, iria lhe
conceder um último desejo antes de passá-lo pelo fio de sua espada.
O velhinho, sem alterar o seu semblante, disse-lhe que
precisava que o guerreiro fosse até o bosque e que ali cortasse um
galho de árvore.
O jovem achou aquilo uma grande besteira, mas decidiu
atendê-lo, entre gargalhadas e deboches.
Foi até o bosque e com um único golpe de espada cortou um
galho de árvore.
"Muito bem." - disse o ancião, quando o guerreiro voltou -
"quero saber agora se o senhor é capaz de recolocar este galho na
árvore da qual o arrancou."
O jovem guerreiro entre gargalhadas, chamou-o de louco,
respondendo-
cortado na árvore outra vez.
O ancião sorriu e lhe disse: "louco é o senhor, que pensa ter
poder só porque destrói as coisas e mata as pessoas que encontra pela
frente. Quem só sabe destruir e matar não tem poder. Poder tem
aquele que sabe juntar, que sabe unir o que foi separado, que faz reviver o
que parece morto. Poder tem aquele que produz, que cria, que mantém.
Essa pessoa, sim, tem o verdadeiro poder."
Muitos são os que acreditam deter o poder porque atemorizam
os demais, ou porque conseguem destruir o que encontram pela frente.
Acreditam-se poderosos porque são capazes de derrubar
pessoas, destruir grandes obras e silenciar vozes.
Mas isso é um grande engano.
O verdadeiro poder não reside em arrasar existências e fazer
cair por terra o trabalho dos outros.
Não se prova ter poder por meio da força bruta ou através de
gritos e ameaças.
Isso demonstra, tão somente, grave desequilíbrio.
Desfazer o que outros produziram ou tentar abalar edificações
morais, tão duramente estabelecidas, em nada auxiliarão o nosso
próprio desenvolvimento.
Tantos são os que agem assim, crendo-se poderosos, iludindo-
se e distribuindo dores ao longo de suas pegadas.
Por outro lado, tão poucos ainda são capazes de edificar, de
construir, ou, ainda, de reerguer o que foi destruído.
Tão poucos se dispõem a persistir, a resistir diante dos
vendavais das dificuldades. Estes, sim, possuem um poder realmente
significativo.
Pense nisso!
Há muito a ser reconstruído.
Há muito mais, ainda, a ser feito.
Tantos caminhos aguardam para serem trilhados.
Há tantas tarefas a serem concluídas.
Há pontes de compreensão a serem construídas para superar os
despenhadeiros da intolerância.
Há abrigos de solidariedade e de consolo a serem edificados
para refugiar aqueles que sofrem.
O poder verdadeiro é o daquele que cria, que mantém, que
reconstrói, não apenas um dia, mas todo momento, por toda uma vida.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro As
mais belas parábolas de todos os tempos, vol. I, pp. 31-32, Ed.
Leitura, 7ª edição, organizado por Alexandre Rangel.
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