Enviado por: "Sr. Boiadeiro Rei" boiadeirorei@hotmail.com
Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado
para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de
volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola
cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do
sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura
de empregados com a patroa.
É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o
dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada,
marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o
churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um
gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas
danças e comemorações.
Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua
origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas
respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas
ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e
feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente
misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras
coisas.
Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os
Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a
determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de
conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas
com uma força e fé muito grande.
O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro -
habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e
agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um
novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas
pastagens.
Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas
palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e
conversadores.
Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos
por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns
da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada
boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram
(obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada
(o caminho do bem).
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