De acordo com o livro Orixás de Pierre Verger, na tradução de Maria
Aparecida da Nobrega, e que oportunamente destaco algumas partes,
- os orixás são antepassados que se divinizaram .
''A religião dos orixás está ligada à noção de família. A família
numerosa, originária de um mesmo antepassado, que engloba os vivos e
os mortos. O orixá seria, em princípio, um ancestral divinizado,
que, em vida, estabelecera vínculos que lhe garantiam um controle
sobre certas forças da natureza, como o travão, o vento, as águas
doces ou salgadas, ou, então, assegurando-
exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais ou,
ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de
sua utilização o poder, o asé, do ancestral-orixá teria, após a sua
morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus
descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada. A
passagem da vida terrestre à condição de orixá desses seres
excepcionais, possuidores de um asé poderoso, produz-se em geral em
um momento de paixão, cujas lendas conservaram a lembrança.''
No mesmo livro, como em concepcão geral, coloca-se o orixá como uma
força pura, um asé imaterial.
"O orixá é uma força pura, àse imaterial que só se torna perceptível
aos seres humanos incorporando-
pelo orixá, um de seus descendentes, é chamado seu elégùn, aquele
que tem o, privilégio de ser "montado" , gùn, por ele. Torna-se o
veículo que permite ao orixá voltar a
terra para saudar e receber as provas de respeito de seus
descendentes que o evocaram. Os elégùn muitas vezes são chamados
iyawóòrì_à (iaô), mulher do orixá. Este termo tanto se aplica aos
homens quanto às mulheres e não evoca uma idéia de união ou de posse
carnal, mas a de sujeição e de dependência, como antigamente as
mulheres o eram aos homens."
Baseado nesse livro , conclue-se que o que incorporamos como orixá,
é na realidade um espirito que passou pela terra, visto que a força
natural, o asé, não pode ser incorporado,
manipulado, como já foi estudado por vários ocultistas.
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