FESTIVAIS
O calendário wiccano é divido em oito sabás (festivais)... os quatro festivais celtas, os dois solstícios e os dois equinócios.Entretanto, esta é uma invenção moderna. Os celtas, por exemplo, não observavam os solstícios e os equinócios nos tempos pré-cristãos. Há evidências que sugerem que os bretãos nativos (que precederam em muito os celtas na vinda para as Ilhas Britânicas) o faziam, mas os antigos celtas não tinham um calendário óctuplo. Eles não tinham nem ao menos quatro estações... apenas um verão e um inverno. Gerald Gardner, novamente, influenciado por outros ocultistas, em especial, neste caso, pelos druidas 'revivalistas' românticos da Inglaterra, que trouxe este conceito inventado de 'oito sabás' para a Wicca.Na Bruxaria Tradicional, os Dias Sagrados celebrados são diferentes de região para região, de Tradição para Tradição e de pessoa para pessoa. Uma tradição agrícola irá seguir os fluxos de plantação e colheita e celebrar festivais de colheita, enquanto que outra tradição poderá celebrar os fluxos solares. Atente para isso, os dias sagrados são sempre regulados pelos fluxos da natureza e são diferentes dependendo de para onde você for. As quatro datas dos antigos celtas (Samhaim, Beltane etc.) podem ser ainda seguidos em alguns lugares, mas, se eles forem, os solstícios e os equinócios tendem a não ser.É neste tópico que o assunto 'seriedade e autenticidade' torna-se mais tenso. É muito comum em círculos wiccanos se ouvir invocações de 'Pan, Thor, Lillith e Freya' ou de qualquer outro conjunto de deuses e deusas que o coven se sinta à vontade para invocar. Com nenhum respeito à cultura ou herança familiar e com nenhuma autenticidade ou contexto histórico, a crença wiccana de que os deuses e as deusas são todos 'um só' faz com que os wiccan achem que eles tem o direito de alegremente chamar qualquer combinação de deuses que eles queiram. Esta é um postura imperdoavelmente new-age e mostra uma total falta de seriedade e contexto cultural.Algumas tradições da Wicca tentam unir-se a apenas uma cultura de deuses e um conceito religioso. Este é passo admirável rumo à realidade. Mas a maioria das tradições não o faz.Na Bruxaria Tradicional, especialmente nas Ilhas Britânicas, a cultura dos povos da terra, e dos povos de algumas gerações atrás, determinam o contexto cultural da tradição. Isso porque a Bruxaria Tradicional é parte da terra, do seu povo e da sua história. Sendo uma invenção moderna e uma mescla de idéias ocultas orientais e ocidentais, falta à Wicca tal base. Muitas tradições da Bruxaria Tradicional das Ilhas Britânicas têm um sentimento Anglo-Saxão ou Germânico/Nórdico e, por trás disso, uma memória familiar da cultura celta. Tradições escocesas e irlandesas tendem a ser (obviamente) estritamente célticas.
BONDADE E LUZ
A Wicca, como uma realidade dos dias modernos, com o seu estilo moderno e seguidores quase sempre urbanos, perdeu muito da sua conexão com a Natureza e com a Terra. Wicca aparece como uma religião de 'sinta-se bem' e 'bondade e luz', normalmente venerando a sua Deusa da Natureza como uma figura maternal e muito amável e imaginando o mundo invisível como um lugar de poder positivo e repleto de espíritos prontamente dispostos a nos auxiliar. Esta visão completamente desbalanceada, com a sua fixação em como são 'maravilhosos' e 'lindos' a Natureza e os outros mundos, NÃO é absolutamente como os nossos ancestrais viam os deuses e o universos e NÃO é como as bruxas tradicionais vêem as coisas.A Natureza é tanto benévola quanto cruel, dando e tirando. Há uma escuridão inerente à Natureza, assim como no mundo natural, na natureza pessoal dos espíritos e dos deuses e também dos seres humanos. Espíritos destrutivos e danosos são fatos da vida, tanto nos tempos antigos quanto agora, e o fato de que a 'deusa' está tão propensa a devorar os seus filhos quanto a gerá-los, é também óbvio.A Wicca tende a ignorar estas trevas, preferindo a visão de 'a bondade e a luz.' Isto faz sentido, psicologicamente, para cidadãos modernos dos centros urbanos que nunca vivenciaram as dificuldades de se viver realmente próximos à Natureza.
'INSTRUMENTOS' DE TRABALHO
É absolutamente adequado para um sistema mágico baseado na Golden Dawn como o que a Wicca sustenta, que os 'instrumentos' usados pelos wiccans sejam a Taça, o Pentáculo, a Faca e o Bastão, representando os quatro elementos herméticos. O 'círculo mágico' traçado é baseado nos círculos mágicos de conhecidos grimórios de Alta Magia, tais como As Clavículas de Salomão, também extensivamente usado pela Golden Dawn. As 'invocações dos quadrantes' são baseadas na magia enochiana de John Dee, também ressuscitadas e usadas pela Golden Dawn.Bruxas tradicionais tendem a não usar conjuntos formais de instrumentos, apesar de terem certos implementos, dependendo da tradição. O sistema de quatro elementos NÃO é comum, apesar de poder haver traços disso em alguns tradicionalistas influenciados pelo pensamento oriental ou hermético.Geralmente, os instrumentos usados pelas bruxas tradicionais não lembram os 'intrumentos de trabalho' da Wicca. Eles tendem a ser coisas como vassouras, caldeirões, cordas, crânios (humanos ou de animais), martelos, espelhos, pedras, chifres, conchas... algumas tradições também usam facas, mas sem nenhum simbolismo new-age. Algumas tradições também não usam qualquer tipo de instrumentos!Os círculos não são traçados e usados largamente, pelo menos, não tão largamente quanto na Wicca... O termo tradicional para traçar o círculo é 'girar o compasso' e freqüentemente há certos lugares da natureza que são suficientes para o trabalho mágico, sem a necessidade de traçar um 'círculo'. Quando círculos precisam ser traçados, eles são feitos através de cerimônias tradicionais, que não guardam quase nenhuma semelhança com os métodos da Wicca.Os espíritos da Terra são invocados para sustentar o círculo e o fogo ritual é aceso... estes são os 'elementos' necessários nos trabalhos mais tradicionais. Algumas vezes os espíritos dos quatro reinos ou 'direções' são chamados, mas isso varia de lugar para lugar.A idéia é a de que a Terra já é sagrada... você não precisa 'consagrá-la.' Você apenas a habita.
O TERMO 'BRUXA''
Alguns wiccanos sensacionalistas nunca se cansam de chamar a si mesmo de 'bruxos(as)', para o horror do público e o deleite da imprensa. Outros wiccanos acham que 'bruxo(a)' é uma palavra pesada e dizem apenas 'wiccano.''
Não importa da onde você acredita que a raiz da palavra 'bruxa' vem ou o que ela um dia significou, a igreja cristã, entre outras, manchou a palavra e a corrompeu para um termo de perversidade satânica. Muitas bruxas tradicionais não usam a palavra 'bruxa', preferindo chamar a si mesmas como 'O Povo' ou então não tem nenhum nome especial com o qual se auto-denominar. Elas às vezes se dizem 'da arte', 'Pellars' ou usam algum outro termo, mas 'bruxa' era e é uma palavra muito feita, destinada a ser um insulto e em tempos passados uma acusação criminal séria.
Nos dias modernos, alguns tradicionalistas começaram a usar a palavra 'bruxa' para auxiliar a comunicação entre eles e o mundo new-age, para 'falar a língua dos dias modernos.' Mas se a palavra 'bruxa' for usada é por uma escolha pessoal ou de um grupo.
O ALÉM-VIDA
A Wicca acredita firmemente no modelo oriental Hindu/Buddhita de 'reencarnação' e de evolução espiritual. Obviamente, este é mais empréstimo teosófico trazido por Gardner ou outros escritores wiccans.
Na Bruxaria Tradicional, há alguma noção de que a alma ou espírito possa entrar em outra fase de existência após a morte e isto geralmente anuncia um retorno ao poder da terra, para viver com os ancestrais e tornar-se um espírito guardião ou talvez anuncie um retorno de fazer parte da dimensão espiritual da Natureza. Deste estado, um renascimento na sua família ou clã pode ser possível, mas é misterioso. Há uma noção bem definida, apesar de naturalista, de uma existência espiritual de todas as coisas, incluindo os seres humanos. O tempo se move em círculos e da mesma forma obviamente faz o poder da natureza e assim a vida e a morte são mistérios confundidos com este fluxo.
A natureza é viva, assim como nós, existe a imortalidade. Os espíritos da terra são também os espíritos dos mortos e então a Natureza é venerada em muitos níveis.
Através da aplicação de alguns ritos da Antiga Arte, uma alma pode atingir um nível mais elevado de existência e viver entre a 'Companhia Oculta' após a sua morte, mas isto é também um mistério melhor conhecido pelas tradições que ensinam isso.
NÃO IMPORTA A DIFERENÇA MAIS SIM A CONSCIÊNCIA DE REALIZAR AQUILO QUE SEU CORAÇÃO MANDAR.SEJÁ VC MESMO SIGO SUA INTUIÇÃO.
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