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quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mikael

* Do original hebraico Micha-El que significa "O Semblante de Deus" ou "Quem é como Deus"

A atuação da Força Micaélica na biografia individual


Micael não é somente a força espiritual desta época do ano.

Na Biografia Individual ele é uma força arquetípica que impulsiona o nosso amadurecimento psicológico: é a coragem de viver, coragem de ser e coragem de reconhecer a essência divina em nós.

Micael nos acompanha ao longo da biografia preparando o caminho para o adentrar na alma do Eu Superior. Em cada fase da vida Micael escolhe um semblante diferente e atua de forma distinta.


Dos 21 aos 28 anos

O impulso micaélico está presente no calor das emoções, despertando na alma, desta maneira, a vontade.

Nos mobilizamos em direção ao mundo externo, impulsionados pelas emoções; nos identificamos com o que está fora de nós, nos apaixonamos a ponto de perder a identidade. Buscamos um lugar no mundo, buscamos reconhecimento. Assumimos papeis, e apesar de termos uma tremenda opinião própria, os nossos pensamentos são, em grande parte, inspirações do mundo exterior.

Os altos e baixos da vida emocional típicos desta fase, representam o dragão que temos que dominar. O Eu é um equilibrista na corda bamba das nossas simpatias e antipatias; amamos sem medidas e odiamos sem discernimento. Voamos às alturas quando recebemos um elogio e despencamos para o fundo do poço ao vir uma crítica.

Abrir mão de um ponto de vista significa, abrir mão de si mesmo.

O Eu vagueia nas sensações que o mundo externo desencadeia na nossa alma. É natural, estamos experimentando o mundo – é assim que se aprende nesta fase. É a época da vida em que a força espiritual micaélica reside nesta enorme abertura que temos para o mundo. É o prazer de viver, de estarmos ainda, intimamente, ligados à Criação. Somos parte do Todo e o céu é o nosso limite.

28 a 35 anos

O impulso micaélico nesta fase atua de maneira diferente.

Começa a luzir na alma o pensar próprio. Aprendeu-se muito através das glorias e fracassos da juventude e o conhecimento que antes era inspiração, torna-se agora, propriedade e essência da alma. A relação com o mundo externo é principalmente através da atividade intelectual autônoma – a espada é a força intelectual.

Agora sim, sou eu que produzo meus próprios pensamentos, sou eu quem pensa o mundo. Disseca-se a rosa para entender sua perfeição, porém relega-se a beleza, perfume e essência espiritual da flor.

A partir dos 28 anos a vida é planejada, as ações são estratégicas, e os objetivos definidos. O lugar no mundo precisa ser agora consolidado: família, profissão, bens materiais – o que importa são resultados.

Aos 33 anos, cruzamos vitoriosos o auge da curva da vitalidade. Entretanto, transposto este Arco do Triunfo, uma significativa batalha vem pela frente. A “queda” no mundo material – própria desta fase – fez com que internamente algo morresse. Valores antigos foram postos de lado, muitos sentimentos foram ignorados, ideais de adolescência ficaram enterrados nas profundezas da alma.

A vivência desta morte pode, neste momento, tornar-se insuportável: é um estar enterrado vivo no casamento, no emprego, nos compromissos. É comum nesta época, perdas afetivas significativas ou doenças agudas.

O nosso sentir está enclausurado pelo pensar dirigido tão só ao mundo físico sensorial. Este tipo de pensar racional, representa o dragão, do qual temos que nos libertar.

Ansiamos por liberdade e, lentamente, o mundo frio de nosso pensar abstrato e lógico começa a ser preenchido pelo calor dos sentimentos de impotência, desalento, dor, solidariedade, renovação da confiança, e esperança. Dentro da alma intelectual individualizada desabrocha pouco a pouco uma qualidade de pensar amplo, vivo e criativo: a força micaélica liberta o pensar da região da cabeça levando-o de volta ao coração.

Renascemos – não sem ter lutado muito.

35 a 42 anos

Aqui, Micael começa a viver, como força ativa, dentro da alma pensante.

Começamos a enxergar o essencial no mundo que nos rodeia e, o pensar factual, conquistado nos bancos duros da universidade, começa, então, a se tornar, conhecimento espiritual. Começamos a vislumbrar que, cultivando este pensar criativo, seremos orientados a respeito do caminho individual a ser percorrido.

As percepções espirituais a respeito de nós mesmos e das coisas que, na juventude, eram inspiradas das alturas, são reencontradas pelo livre querer, na vida interior.

Adquirimos discernimento, aprendemos a ler nas entrelinhas, aprendemos com os erros. Começamos a dar ouvidos a nossa voz interna: O que isso tem a ver comigo? É isso que eu quero para mim? É este marido, este trabalho, esta qualidade de vida que eu desejo?

Tudo o que anteriormente nos dava sustentação como, reconhecimento, status, segurança material e afetiva, começam a diminuir de importância. Almejamos a autonomia de ser, queremos fazer nossas próprias escolhas. É insuportável viver como um autômato.

A espada é a capacidade de agir conscientemente.

Entretanto, lidamos diariamente com o medo do desconhecido, da solidão, das mudanças, medo dos outros. E sofremos com as contradições entre o que nos tornamos isto é, os padrões esteriotipados que assumimos, e o que, em essência, somos.

A crise da meia idade é uma crise de autenticidade; faça chuva ou faça sol a nossa sombra nos acompanha. Nesta sombra vive o dragão que guarda o limiar do nosso autodesenvolvimento e nos cobra diariamente o que temos que transformar em nós.

A força micaélica nesta fase é a coragem que convoca o coração, órgão do amor e da consciência, a ser fiel a si mesmo.

É uma época na qual nos tornamos bastante seletivos. Selecionamos pessoas, situações.

Corremos o risco de cair no egoismo. Se deixarmos de apreciar o amor, a beleza e da verdade que existem no mundo, a vida da alma nesta fase corre o risco de secar, extinguir-se. Tornamo-nos pessoas endurecidas, descrentes e preconceituosas.

Do contrário, se mantivermos acesa a chama da veneração pelo ainda desconhecido, as forças vitais hauridas do cosmos voltam a reviver dentro da alma como pensamentos lúcidos e forças luminosas, de modo que podemos nos referir ao nosso Eu interno como a um Sol Interior. Autoconsciência é isso.

A etapa do desenvolvimento espiritual

Uma nova Era se inicia. A Humanidade como um todo vive na época da Alma da Consciência. As vivências e desafios descritas na fase anterior são epidêmicas.
Em meio a tantas imagens diárias de um futuro ameaçador, anseia-se por uma direção espiritual que renove o entusiasmo cotidiano pela existência. Assistimos a um verdadeiro renascimento de busca espiritual.
O conteúdo espiritual dessa megatendência atual é o mesmo desta fase na biografia individual. A partir dos 42 anos o conhecimento que adquirimos do mundo ao longo da vida e que com todos os nossos esforços, dores e alegrias, se tornou conhecimento próprio, pode ser de novo, universalizado. A sabedoria humana que é patrimônio de todo indivíduo, forma uma ponte com o mundo espiritual. Nos tornamos co-responsáveis com Micael pela evolução da humanidade. Isto nos dá a dimensão da grandeza espiritual desta época da vida.

Simultâneamente aos cuidados que se fazem necessários com a saúde (devido ao desprendimento das forças vitais do organismo) qualquer esforço no sentido do autodesenvolvimento, contribui diretamente com o desenvolvimento do Todo.

Isto significa que não podemos abrir mão do próprio desenvolvimento, ainda que tenhamos que fazer frente ao tumulto do dia a dia. Mesmo porque, as questões internas tornam-se ainda mais essenciais e individuais: qual é o sentido da minha vida, qual é especificamente a minha missão, porque encontro-me nesta situação?

Os passos de um desenvolvimento saudável nesta etapa da vida são:

Entre 42 e 49 anos

O pensar pode se tornar um órgão que enxerga a atuação das forças criativas no mundo. Desenvolvemos uma visão global e sensibilidade para o que é preciso ser feito. Podemos retomar valores que se revestem de um novo significado e desenterrar ideais que dão à vida uma nova razão de ser.

Entre 49 e 56 anos

O sentir pode nos transmitir aquela certeza interior que não é abalada por nada. Se ouvirmos atentamente a voz do coração desenvolveremos um sentido de fazer o que é essencial e não nos desgastaremos querendo fazer tudo. Dispomos de um projeto de vida pessoal. Em qualquer situação encontramos o lugar próprio.

A partir de 56 anos

Podemos transformar o nosso querer em intuição. Isto não quer dizer um sentimento vago sobre algo, mas sim, conseguir perceber claramente onde, realmente, eu faço falta. É a força interior que me faz reconhecer nas questões mais corriqueiras que eu sou um instrumento de elevadas forças espirituais.

Esta etapa da biografia abarca a essência da força micaélica.

A missão de Micael é ajudar o ser humano a reconhecer e confirmar a atuação de seres espirituais na sua vida. O preenchimento do destino humano é ao final da vida o renascimento espirtual de seu ser. É o encontro com o Cristo em si.

E a comemoração anual de Micael é a celebração do ideal mais antigo da evolução humana: o anseio pela fraternidade e pelo amor que vivem no íntimo de cada ser humano.


Texto de Edna Andrade

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