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sábado, 28 de julho de 2007

HÉCATE

Hécate também é uma Titânia, ou seja, uma divindade pré-olímpica. Sua origem é muito discutida, mas parece ser uma variação da egípcia HEKET ou HEQ - a matriarca tribal no Egito pré-dinástico. Na Grécia, seu culto começou na Trácia (a parte nordeste do país), primitivamente associada à Lua.

Embora pouco citada nos livros de mitologia (que, normalmente, só tratam dos deuses olímpicos), hoje sabe-se que seu culto era muito amplo e generalizado nas classes populares, geralmente com o título de 'Kratay' ou 'Eurybia' - que significa DEUSA FORTE.
Na mitologia grega mais recente, Hécate aparece tão poderosa no céu como na terra, honrada e temida até pelo próprio Zeus.
Segundo uma lenda, Zeus estabeleceu um decreto que dizia que 'cada vez que alguém deita uma oferenda na terra sem ofertá-la a nenhum deus específico, essa oferenda é de Hécate'. Isso só demonstra que ele reconhecia que, em princípio, tudo que está sobre a Terra é território dessa deusa.
Outro fator interessante é que, diferentemente de outras deidades antigas, Hécate foi absorvida no panteão clássico grego com pouca alteração - provavelmente pela força de sua simbologia e culto no costume popular.
Seja como for, tudo isso indica tratar-se de uma deusa muito antiga e muito respeitada - muito provável, uma remanescente das primitivas 'Deusas Tríplices', cultuadas antes do estabelecimento de qualquer panteão organizado. Provas disso são seu principal título - HÉCATE TRÍVIA - e sua forte ligação com a noite e com a Lua - o que a liga aos antigos cultos da Europa Central e da Ásia Menor.
Provavelmente, Hécate é a corporificação grega da Deusa Tríplice original. Há quem defenda a tese de que Hécate é a face Anciã dessa Deusa antiga, havendo as faces Donzela e Mãe sido absorvidas completamente por outras deusas - tais como Ártemis e Deméter, respectivamente. Além disso, seu local de culto são as encruzilhadas de três caminhos; dizia-se que ela ficava nesses pontos, olhando para cada um deles com uma das faces.
Em seu aspecto luminoso, Hécate foi associada a Apolo (o Deus da Luz). Os mitos gregos mais antigos atribuem a ela a concessão de prosperidade material, o dom da eloqüência nas assembléias políticas, a vitória nas batalhas e nos jogos; era ela, também, que promovia o aumento dos rebanhos e favorecia a boa pesca. Interessante notar que Hécate era considerada a PROTETORA DA JUVENTUDE - atributo associado a Ártemis e Apolo (os gêmeos). E vale lembrar que um dos epítetos de Apolo é 'Hécatos', tornando-o uma versão masculina da Grande Deusa.


Seu aspecto sombrio liga-se ao fato de ser uma deusa lunar e, portanto, associada à noite. Daí sua representação artística a apresentar portando tochas e com um vestido feito das estrelas, cuja luz mostrava o caminho dentro da vasta escuridão das nossas origens e da profundeza de nosso ser interior. Por sua natureza ser originariamente misteriosa, os gregos helênicos enfatizaram seus poderes destrutivos às custas de seus poderes criativos, até que Hécate fosse apenas invocada como uma DEUSA DO SUBMUNDO. Torna-se, então, a SENHORA DOS MORTOS, líder da 'Caçada Selvagem'.
Nesse aspecto, é acompanhada por 'fantasmas', corvos, corujas e, sobretudo, cachorros - que uivam lugubremente para a Lua - suas lendas falam que ela passa pela terra, com seu séquito, ao pôr do sol para recolher os mortos daquele dia. Por isso, muitas vezes também é representada com um athame ou uma foice (em seu cinto ou na mão), usado para cortar as 'ligações' com o mundo dos vivos.
Como Prytania, Invencível Rainha da Morte, Hécate tornou-se guardiã do submundo. Esse aspecto foi tradicionalmente associado à Lua Nova (particularmente na sua face de Lua Negra). Como DEUSA DA MAGIA E DOS FEITIÇOS, ela manda sonhos proféticos ou pesadelos à humanidade. Sua presença é sentida nos túmulos ou nas cenas de assassinato, onde preside as purificações e expiações. Como sua semelhante Kali, na Índia, Hécate é SACERDOTISA DOS FUNERAIS, conduzindo seus ritos nos locais de enterros e cremações, assistindo e auxiliando na liberação dos recém-mortos.
Arquetipicamente, Hécate é uma figura primordial nas camadas mais antigas do inconsciente humano. Sua simbologia nos remete ao princípio dos tempos, como filha de Nyx, a Noite Antiga. Hécate é A GUARDIÃ DOS MISTÉRIOS PROFUNDOS DO INCONSCIENTE que acessa a memória do inconsciente coletivo e das forças primitivas.
Do mesmo modo que lidera a Caça Selvagem, Hécate conduz os mortos e os vivos aos melhores caminhos (tocha na mão). Ela é a SENHORA QUE GUIA. Preside os nascimentos, por isso é chamada 'Protiraya', a SENHORA DOS PORTAIS, sendo a vagina o portal do ingresso nesta vida. Assim, é invocada durante os partos como condutora ao renascimento, junto com ÁRTEMIS (que é parteira e protetora das crianças).
Considerada como a Deusa das deusas e Rainha das Bruxas, Hécate preside todos os rituais mágicos, profecias, visão, o nascimento das crianças, morte, o submundo e os segredos da regeneração. A velha mulher curvada pelo peso dos anos, a curandeira, a bruxa; aquela que conhece todos os sintomas do corpo e da alma humana. Esse é seu arquétipo.
A natureza profética de Hécate sobreviveu na Noruega e na Suíça, como A VELHA, sabia mulher falante, que viajava pelas fazendas e dizia aos moradores dos campos seu futuro. Mas com o advento do domínio patriarcal a Deusa diminui sua influência e grandeza. Os poderes da sábia anciã foram reprimidos e mais tarde emergiram como projeções torturadas e distorcidas do patriarcado, classificadas como bruxaria perigosa e magia negra.
Hécate é toda potencial - o potencial daquilo que ainda não é, como uma semente que germina, subterrânea. Ela é mágica, caótica, imprevisível. Deve ser invocada quando todas as coisas sólidas e pretensamente seguras desabam, e é preciso pensar em novos sonhos e possibilidades.
Ela é SENHORA DO CALDEIRÃO DAS TRANSFORMAÇÕES, onde residem todas as possibilidades. Um trabalho com Hécate pode ter mil facetas justamente por isso: pode-se trabalhar desde os entraves na sua vida financeira, até seu caminho espiritual, suas capacidades mágicas e oraculares até pedir a intercessão dela em um caso de morte ou nascimento difíceis; pode pedir que ela oriente você ao melhor caminho nas encruzilhadas da vida...

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